Nelson Barbosa Machado Neto



Prezados debatedores:

Ao ler o fórum sobre xaxim, alguns pensamentos ficaram me rondando.
Sou engenheiro agrônomo e trabalho com genética e fisiologia de plantas, sendo orquidófilo há 15 anos, apesar de estar afastado por longo tempo desta atividade.
Em minhas andanças pelas matas do país, pude observar várias espécies de orquídeas, as quais, invariavelmente (exceto as terrestres e paludícolas), estavam com as raízes expostas, i.e., visíveis e muitas vezes cobertas de 'cisco' como dizem por aí.
Parto deste pensamento, se as orquídeas tem parte de seu velame coberto de húmus, este não é de todo danoso. Fico pensando em metros e metros de raízes confinados em vaso forrado de xaxim ou qualquer outro substrato que se decomponha. Logicamente o velame ficará coberto por húmus causando certa anoxia ao tecido radicular e favorecendo um ambiente anaeróbico como já foi lembrado.
Levando em conta o termo substrato, tenho que este serve apenas como matéria de suporte ao ser, em nada ajudando em sua nutrição. Os nutrientes de uma orquídea qualquer em cultura têm que ser adicionados de maneira periódica, como o seriam na natureza. O vento e a chuva encarregam-se de levar estes nutrientes das outras partes do suporte até que estes sejam interceptados pelas raízes espalhadas das orquídeas sejam elas epífitas ou rupestres.
Assim sendo, posso considerar como 'bônus' qualquer nutriente que exista no substrato, seja ele o xaxim, o Sphagnum, a casca de coco, o coxim, cacos de pedras e outros tantos.
A preservação de espécies é um tema importante e que merece e deve ser dada toda a consideração, mas quero crer que não são apenas os orquidófilos amadores do Brasil que estão consumindo esta fibra.
Os grandes orquidários daqui e de fora creio que respondem mais por isto do que os pequenos, embora não possua dados que corroborem esta afirmativa (olhem o site do IBGE).
Gostaria de pensar que os fóruns de discussão fossem versar mais sobre a extinção de estoques genéticos e de espécies, mesmo que de pouco valor comercial no momento. Espécies como Laelia alaori, Cattleya velutina e C. kerri e outras que, por vezes, aparecem nos catálogos internacionais como "espécies exploradas até virtual extinção na natureza agora disponível..."
Estes fatos devem ser considerados ao invés de discutirmos a retenção de sais e a qualidade do substrato.
É certo que para pequenos orquidófilos a ausência de um substrato prático será um empecilho, mas imagino para os grandes.
A propósito quando vamos falar do próximo a entrar nesta lista, o já citado Sphagnum???
Cordialmente




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