De
acordo com Dorothy S. Dunn de Araujo e Raimundo P. B. Henriques, em "Análise
Florística das Restingas do Estado do Rio de Janeiro" (publicado
em l984), nas restingas fluminenses (Cabo Frio, Araruama, Maricá, Itaipu,
Jacarepaguá, Grumari e Marambaia) são encontradas as seguintes
espécies da família Orchidaceae nas restingas do Estado do Rio
de Janeiro:
01-
Barbosella dusenii (A Sam.) Schltr.
02- Bletia catenulata Ruiz e Pavón
03- Brassavola flagellaris Barb. Rodr.
04- Brassavola tuberculata Hook.
05- Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe
06- Campylocentrum robustum Cogn.
07- Campylocentrum spannagelli Hoehne
08- Catasetum discolor Lindl.
09- Catasetum discolor Lindl. var. fimbriatum (Rchb. f. ) Hoehne
(Jacarepaguá) (Catasetum gardneri Schltr.)
10- Cattleya forbesii Lindl., mais para o sul do estado do RJ
11- Cattleya guttata Lindl., presente em diversas restingas do estado
12- Cattleya intermedia Graham ex Hooker
13- Cyclopogon variegatus Barb. Rodr.
14- Cyrtopodium dito andersonii R. Br.
15- Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros (Cyrtopodium
paranaense Schltr.)
16- Eletroplectris calcarata (Sw.) Goray & Sweet
17- Eletroplectris triloba (Lindl.) Pabst
18- Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr.
19- Epidendrum denticulatum Barb. Rodr., presente em diversas restingas
do estado
20- Epidendrum difforme Jacq.
21- Epidendrum ellipticum Grah., presente em diversas restingas
do estado
22- Epidendrum huebneri Schltr.
23- Habenaria gnoma Barb. Rodr.
24- Habenaria josephensis Barb. Rodr. (Cabo Frio e outras)
25- Habenaria leptoceras Hook. (Habenaria armondiana Hoehne) (Cabo Frio
e outras)
26- Habenaria parviflora Lindl. (Cabo Frio e outras)
27- Habenaria repens Nutt. (Habenaria taubertiana Cogn.)
28- Masdevallia sp.
29- Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl.
30- Oncidium barbatum Lindl.
31- Pleurothallis saundersiana Rchb. f.
32- Pleurothallis cf. trifida Lindl.
33- Prescottia densiflora Lindl. (Cabo Frio)
34- Prescottia oligantha (Sw.) Lindl. (Prescottia micrantha Lindl.
)
35- Prescottia plantaginea Lindl.
36- Stenorrynchus hassleri Cogn.
37- Vanilla chamissonis Kl. var. brevifolia Cogn., presente em diversas
restingas do estado
Dorothy
Sue Dunn de Araujo, ecóloga, cuja tese de doutorado é intitulada
"Análise florística e fitogeográfica das restingas
do Estado do Rio de Janeiro", a partir de suas próprias coletas,
pesquisas em herbário e bibliografia, constatou a ocorrência de
outras espécies nas áreas de restinga do Estado do Rio Janeiro
que não estavam incluídas na lista acima. Nota-se, porém,
o desaparecimento de outras (lista atualizada em 09/2001)
Este trabalho é apresentado no site Restinga Net - http://www.restinga.net
Este site tem a colaboração de 121 pesquisadores na área
de Botânica, Ecologia, Zoologia, Conservação, Geociências,
etc
01 - Aspidogyne argentea (Vell.) Garay
02 - Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay
03 - Campylocentrum densiflorum Cogn.
04 - Campylocentrum wawrae (Rchb. f. ex Beck) Rolfe
05 - Catasetum luridum (Link) Lindl.
06 - Cattleya harrisoniana Bateman
07 - Dryadella obrieniana (Rolfe) Luer
08 - Epidendrum fulgens Brongn.
09 - Epidendrum rigidum Jacq.
10 - Liparis elata Lindl.
11 - Malaxis histionantha (Link, Klotzsch & Otto) Garay & Dunst.
12 - Maxillaria brasiliensis Brieger & Bicalho
13 - Maxillaria rufescens Lindl.
14 - Notylia pubescens Lindl.
15 - Octomeria grandiflora Lindl.
16 - Oncidium ciliatum Lindl.
17 - Pleurothallis cf. bradei Schltr.
18 - Pleurothallis migueliana Lindl.
19 - Pleurothallis ramphastorhyncha (Barb. Rodr.) Cogn.
20 - Polystachya aff. concreta (Jacq.) Garay & H. R. Sweet
21 - Prescottia stachyoides (Sw.) Lindl.
22 - Rodriguezia sucrei Braga
23 - Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay
24 - Vanilla bahiana Hoehne
01 - Brassavola flagellaris Barb. Rodr.
02 - Campylocentrum robustum Cogn.
03 - Campylocentrum spannagelli Hoehne
04 - Catasetum discolor Lindl. var. fimbriatum (Rchb. f. ) Hoehne (Catasetum
gardneri Schltr.)
05 - Cyrtopodium dito andersonii R. Br.
06 - Epidendrum ellipticum Grah.
07 - Habenaria gnoma Barb. Rodr.
08 - Habenaria josephensis Barb. Rodr.
09 - Masdevallia sp.
10 - Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl.
11 - Oncidium barbatum Lindl.
12 - Prescottia densiflora Lindl.
13 - Stenorrynchus hassleri Cogn.
Em
pesquisa (publicada em l993), realizada na restinga de Massambaba, Maria da
Penha Fagnani e Carlos Ivan Siqueira encontraram as seguintes espécies:
01
- Bletia catelunalata Ruiz et Pavón
02 - Brassavola tuberculata Hook (Brassavola perrinii Lindl. )
03 - Campylocentrum selowii Rolfe
04 - Campylocentrum robustum Cogn.
05 - Catasetum discolor Lindl.
06 - Cattleya guttata Lindl.
07 - Cattleya intermedia Grah.
08 - Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros (Cyrtopodium
paranaensis Schltr.)
09 - Eletroplectris triloba (Lindl) Pabst
10 - Encyclia oncidioides Schltr.
11 - Epidendrum denticulatum Barb. Rodr.
12 - Epidendrum huebneri Schltr.
13 - Epidendrum x ormindoi Miranda
14 - Habenaria parviflora Lindl.
15 - Habenaria taubertiana Cogn.
16 - Oncidium ciliatum Lindl.
17 - Pleurothallis sp
18 - Prescottia oligantha (Sw.) Lindl. (Prescottia micrantha Lindl.)
19 - Vanilla planifolia Andr.
20 - Vanilla chamissonis Klotszch.
As
restingas se situam nas chamadas planícies costeiras, que são
formações originadas por sedimentos devidos a diferentes fatores,
sobretudo às oscilações do nível do mar e às
mudanças climáticas. Estes sedimentos possuem diversas formas
e uma delas é chamada de "cordão litorâneo", formada
por sedimentos de origem marinha (constantes deposições de areia)
dando origem a feixes de restingas mostrando o progressivo recuo e avanço
do mar. São formações geológicas recentes, sofrendo
a ação de processos continentais e marinhos.
No estado do Rio de Janeiro, estes cordões vão desde Itabapoana
(divisa do Estado do Espírito Santo) até a Praia de Trindade,
passando por Macaé, região dos lagos (Arraial do Cabo, Cabo Frio,
Araruama) e cidade do Rio de Janeiro, desde o norte fluminense até o
sul.
Algumas
destas restingas são mais conhecidas, como a restinga de Massambaba que
separa a Lagoa de Araruama do mar e a restinga de Marambaia (45km. de extensão),
que tendo sido ocupada pelo Exército, portanto com o acesso mais restrito,
ficou bastante preservada. É constituída por faixas estreitas
e descontínuas, formada por uma areia branca muito fina, coberta por
vegetação rala, ervas rasteiras e poucos arbustos. O solo possui
alto teor de salinidade
A
área de Marapendi (no município do Rio de Janeiro) foi descaracterizada
pelo traçado da Avenida Sernambetiba. As restingas existentes em Botafogo,
Ilha do Governador, Copacabana, Ipanema, Leblon e grande parte da Barra da Tijuca
e da baixada de Jacarepaguá foram destruídas pela expansão
imobiliária.
A origem das lagunas está relacionada à formação
destes cordões litorâneos. O cordão litorâneo conhecido
como restinga de Massambaba com 50km de comprimento dá origem à
Lagoa de Araruama.
Já a Restinga de Marambaia, com mais de 40 km de comprimento deu origem
à Baía de Sepetiba.
Às margens destas lagunas, lagoas ou baia depositam-se os sedimentos
decorrentes da ação de cursos d'água que descem das serras
próximas.
A vegetação das restingas são chamadas formações
pioneiras (assim como as de mangues, praias e dunas).
É vegetação de primeira ocupação em área
onde os solos são continuamente submetidos a influências marítimas,
fluvial e fluviomarinha (vegetação arbórea e herbácea).
A
vegetação não é regular, apresentando-se em moitas,
sob a forma de campos ralos de gramíneas, matas fechadas de até
12 m. de altura ou brejos. Existe o cordão arenoso externo ou restinga
externa (próximo ao mar), cordão arenoso interno (ou restinga
interna), próxima à lagoa e entre os dois existe uma área
de brejo com solo coberto por matéria orgânica espessa. Com exceção
da área de brejo, o solo não retêm umidade pois é
arenoso não sendo, desta maneira, a principal fonte de nutrientes.
As restingas são, de uma maneira geral, pouco sujeitas a chuva e atingidas
por ventos que sopram diariamente e o oceano (no nosso caso, o Atlântico)
exerce o importante papel de regulador térmico de grande poder elevando
a umidade do ar, compensando os dois fatores de secura ambiental.
As duas principais restingas fluminenses possuem uma grande diferença:
A restinga de Maçambaba está, em sua maior parte, situada em área
de regime semi-úmido (de 4 a 6 meses secos), em uma pequena fração
de regime seco (7 a 10 meses secos) e muito seco (de 11 a 12 meses secos).
Já a restinga de Marambaia está em área de regime super
úmido (nenhum mês seco) e úmido (1 a 3 meses secos).
Ambas se situam em regime térmico considerado quente, ou seja não
apresentam temperatura média, do mês mais frio, abaixo de 18º
C.
Estes fatores determinam a especialização da vegetação
de modo que possa a suportar os fortes períodos de seca ou de excessiva
umidade.
Algumas destas áreas estão sob proteção como unidades
de conservação sob tutela federal, estadual ou municipal como
unidade de conservação mas mesmo assim estas áreas sofrem
os mesmos problemas de outras áreas não protegidas. Em todas
elas, os principais problemas giram em torno da poluição das
águas por esgotos domésticos, extração ilegal
de areia e plantas , degradação de áreas de preservação
e sítios arqueológicos, ocupação irregular e ilegal
da faixa da orla da lagoa, desmatamento, incêndios e queimadas, caça
ilegal, vazadouros de lixo, degradação da vegetação
por jipeiros e veículos de banhistas, sobretudo durante a alta estação.
Estas
informações foram fornecidas a título de mera curiosidade,
com o intuito de ajudar a compreender um pouco sobre o habitat destas espécies.
Bibliografia:
- Território - Estado do Rio de Janeiro - Governo do Estado do Rio
de Janeiro - Secretaria de Estado de Planejamento e Controle
- SECPLAN - Cide - Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro
- edição 1997.
- Revista Orquidário, volume 6, nº 2, abril-maio-junho l992 páginas
51 a 54 - Orquídeas da Restinga de Massabamba, Maria
da Penha K. Fagnani e Carlos Ivan da Silva Siqueira.
- Revista Orquidário, volume 7, nº2, abril-junho l993 páginas
591 a 62 - Orquídeas da Restinga de Massabamba II, Maria
da Penha K. Fagnani e Carlos Ivan da Silva Siqueira.
- Revista Orquidário, volume 12, n° 4, Eltroplectris triloba ,
uma espécie pouco conhecida, por Maria da Penha K. Fagnani,
Sylvio Rodrigues Pereira e Dulce Nascimento.
- Boletim Caob, ano V, volume V, n° 3, out/dez. 93, Lou Menezes, Bletia
catenulata, var. coerulea.
- Revista Ciência Hoje, Vol. 6, nº33, julho de l987. páginas
41-58.
- Iconografia de Orchidaceas do Brasil, F.C. Hoehne, Secretaria de Agricultura
- São Paulo - Brasil.
- Orquídeas do Alto da Serra da Mata Atlântica Pluvial do Sudeste
do Brasil, David Miller e Richard Warren.
- Araujo, D. & Henriques R. l984, Análise Florística das
Restingas do Estado do Rio de Janeiro. in: Lacerda, L. D. et al.
- Restingas: origem, estrutura e processos, Niterói, CEUFF, Rio de
Janeiro, 477 p.
Créditos:
Fotos de Carlos
Ivan Siqueira, Maria da Penha Fagnani,
Sergio Araujo e Sylvio R. Pereira
Expressamente
proibido qualquer tipo de uso de qualquer material deste site
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Carlos
Ivan Siqueira: cis@oglobo.com.br
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