por Luiz Menini Neto |
Trabalho realizado em parceria com Leandro C. S. Assis (doutorando - USP) e Rafaela C. Forzza (Jardim Botânico do Rio de Janeiro) |
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Sacoila lanceolata |
Registramos
44 espécies pertencentes a 25 gêneros, sendo a maioria
epífita no interior e/ou na borda da mata, em áreas com
umidade e luminosidade variadas. Apenas três espécies ocorrem
na transição da mata com o cerrado: Habenaria petalodes,
Oncidium ramosum e Sacoila lanceolata, todas terrestres,
junto a gramíneas. |
Oncidium ramosum |
Pleurothallis riograndensis |
A
espécie mais abundante observada é, sem dúvida,
Pleurothallis riograndensis, formando grandes e belas populações
nos troncos das árvores às margens dos córregos
que cortam a mata e no Rio das Mortes. |
Pleurothallis riograndensis |
Campylocentrum robusto |
Outras
espécies que também ocorrem em grande quantidade são
as do gênero Campylocentrum, revestindo os troncos das árvores
em vários pontos da mata. Dentre as terrestres, Oeceoclades maculata é a mais comum, com indivíduos isolados ou pequenas populações no chão da mata, destacando-se pelas suas belas folhas variegadas entre a serrapilheira. |
Por
outro lado, algumas espécies foram observadas apenas uma vez,
em pequenas populações ou somente um indivíduo.
As terrestres foram: Galeandra beyrichii, Habenaria macronectar,
H. petalodes e Stigmatosema polyaden. |
Galeandra beyrichii |
Stigmatosema polyaden |
Entre
as epífitas temos: Capanemia thereziae, Gomesa recurva
(esta, apresentando uma grande touceira cujo emaranhado de raízes
abriga um formigueiro com habitantes bastante agressivos), Oncidium
ciliatum e O. gardneri. |
Capanemia thereziae |
Pleurothallis riograndensis |
Bulbophyllum
pabstii
Podemos chamar a atenção para duas espécies registradas pela primeira vez para o estado de Minas Gerais: Bulbophyllum pabstii (antes registrada apenas para o estado de São Paulo e para o Distrito Federal) e Pleurothallis riograndensis (registrada anteriormente somente para os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul) (Pabst & Dungs, 1975; Sprunger, 1996). |
Cattleya loddigesii (habitat) |
Deve-se destacar a ocorrência de Cattleya loddigesii citada na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora de Minas Gerais (Mendonça & Lins, 2000), apresentando várias touceiras na borda da mata. |
Cattleya loddigesii |
Todavia,
a ocorrência de algumas espécies de maior interesse ornamental,
como: Comparettia coccinea, Galeandra beyrichii, Oncidium gardneri,
Sophronitis cernua, além da própria Cattleya loddigesii
supracitada (esta em especial, bastante vulnerável em decorrência
da grande maioria de suas populações estarem expostas
na beira da mata) pode estar ameaçada devido à pressão
de coleta exercida pelos habitantes do entorno. Em uma visão
mais ampla, as demais plantas também estão potencialmente
ameaçadas, em virtude de uma possível transformação
de seu habitat em plantações ou pastagens, as quais já
são observadas em várias áreas ao redor da mata,
reduzindo a mesma à manchas. Dessa forma, a continuidade deste levantamento deve ser um trabalho de educação dos habitantes da região quanto à importância da preservação da Mata do Baú e de suas jóias, de modo que estas continuem a enfeitá-la ainda por muito tempo. |
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