ON: Por que começou
a cultivar orquídeas? Qual foi o momento mágico da atração?
Houve algum fato ou pessoa que o tenha influenciado muito?
ON: Que espécies que você mais cultiva? Você tem preferência por híbridos ou espécies? FS: Eu comungo da opinião do meu amigo Raimundo Mesquita: orquídea boa é orquídea bonita, tanto faz se espécie ou híbrido. O meu cultivo está meio a meio. ON: Quanto tempo por dia, você gasta cuidando de suas orquídeas? FS: Gasto aproximadamente 1 hora por dia. ON: Quais são as condições climáticas encontradas em seu ambiente de cultivo? FS: As condições de Nogueira são fantásticas. Dias com muito sol e temperatura, em média, na faixa dos 22 a 28º C, caindo bastante durante a noite. O inverno chega a ser rigoroso. Às vezes a temperatura baixa dos 8 graus centígrados. No Rio, eu tento contornar o clima, usando ventilador, umidificador e muita rega no chão da estufa. ON: Você teria alguma dica de cultivo sua que quisesse compartilhar conosco? FS: As dicas são inúmeras, variando sobre os temas substrato, rega, adubação, prevenção de doenças, combate a insetos. Porém, posso dizer que a canela em pó é um excelente fungicida natural, que os caracóis devem ser combatidos com metaldeído e que as orquídeas não gostam de ficar com o substrato molhado, sendo muito importante que as regas somente ocorram após elas ficarem um tempo com o substrato seco. ON: Partindo de sua experiência, qual a dica para cultivar orquídeas de clima frio em clima quente como o da cidade do Rio de Janeiro. FS: Como já disse antes, a dica é controlar a temperatura do ambiente a umidade relativa do ar. Consegui uma floração de 175 flores, em 3 hastes, do meu Oncidium enderianum ou crispum, no Leblon, graças a isto. Até as descendentes de Sophronitis nascem bem na minha estufa do Leblon. ON: Existe alguma história ou caso interessante ligado à sua relação com as orquídeas? FS: Tenho uma interessante. Apresentei numa exposição em Maricá um híbrido que comprei, ainda seedling, da Aranda, criado pelo Roberto Agnes. Coloquei a etiqueta oficial do certame com a identificação correta. Porém, ficou no vaso uma plaquinha de plástico com a identificação errada, pois houve uma troca quando da compra pela Internet. Pois bem, a planta não foi considerada para o julgamento e não foi premiada. Quem compareceu à exposição não entendia porque a planta estava sem premiação. Triste com o episódio, como as flores agüentaram bem, eu, na semana seguinte, levei, com a Marlene Paiva (OrquidaRio), a planta para a exposição da AOSP, do final do ano passado. Pois bem, lá em São Paulo, diante de um julgamento rígido e criterioso, a planta tirou um 1º lugar. ON: Diz-se que a orquidofilia é uma manifestação branda de loucura. Você já fez alguma loucura orquidófila? FS: Fiz. Com pouco tempo de orquidofilia e com apenas um curso de juiz (Carlos Espejo/OrquidaRio) e tendo participado do julgamento de apenas uma exposição, peguei minha mulher, fizemos as malas e partimos para Dijon (França), em março de 2005, conseguindo, dado o prestígio mundial da OrquidaRio, ser um dos juízes daquela magnífica exposição, ficando no grupo de juizes (6) que julgou o gênero Oncidium. Fotos: Fernando Setembrino
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