Cattleya
walkeriana (Foto:
Sergio Araujo) |
Cattleya
walkeriana Gardn. (1843)
Ocorre em diversos estados do Brasil, Distrito Federal, Goiás,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná
mas seu centro de dispersão é Minas Gerais.
.Seu habitat é bastante diversificado, mas, em geral,é
seco durante o período de inverno. Esta planta pode
ocorrer como epífita ou diretamente sobre as rochas.
É epífita em matas secas, em matas ciliares
de pequenos afluentes do rio São Francisco (rios e
ribeirões), em região de chapadas, como epífita
sobre as grandes árvores, em altitude acima de 1000m.
Sobre os afloramentos rochosos, no planalto central (MG, GO
e SP), vegeta como epífita ou sobre a rocha exposta
ao circundada por vegetação de cerrado.
As rígidas condições de alguns de seus
habitats (exposição ao sol, elevada temperatura
diurna e longo período de seca) são compensadas
por nuvens e neblina e também pela queda de temperatura
no período noturno.
Lança flores intensamente perfumadas (lembra o perfume
de rosas), de longa duração (de 3 a 4 semanas)
e possuem entre 6/8cm e 12/13 cm de diâmetro.
|
Elas podem ser
isoladas ou em número maior chegando a quatro flores por haste.
Os botões nascem de pseudobulbo floral, atrofiado e sem folha
diferentemente das outras espécies de Cattleya, que
lançam suas flores a partir do ápice de pseudobulbos
normais, em geral robustos e com folhas.Tanto
plantas de Cattleya walkeriana tipo quanto de sua variedade
princeps eventualmente alternam seu tipo de floração
com o tipo comum ou seja através de pseudobulbo normal com
folhas. O colorido varia do rosa até magenta ou rosa púrpureo
intenso assim como alba e semi-alba.
Hìbridos
Naturais
x joaquiniana Miranda - MG (C. bicolor Lindl.).
Descrito em 1999.
x measuresii Rchb. f. - (C. acklandiae Lindl.). Embora
este híbrido tenha sido descrito, não há registro
de ocorrência das duas espécies no mesmo estado.
x mesquitae L. C. Menezes – GO - MT - (C. walkeriana
‘princeps’ L.C. Menezes x C. nobilior
Rchb. f.) Descrito em 1998 para o estado de Goiás. A citação
para o estado do Mato Grosso foi publicada em artigo de Daniel Toledo,
Brasil Orquídeas – ano 02 (6)108:111
Sinônimos
Cattleya bulbosa Lindl. = Cattleya walkeriana
Gardn.
Cattleya gardneriana Rchb. f.= Cattleya walkeriana Gardn.
Cattleya schroederiana Rchb. f = Cattleya walkeriana Gardn.
Cattleya princeps Barb. Rodr. = Cattleya walkeriana
var. princeps L.C. Menezes
Epidendrum walkerianum Rchb. f. = Cattleya walkeriana
Gardn.
Cultivo
Embora grandes cultivadores utilizem vasos para seu cultivo, seu
crescimento esparramado e desordenado faz com que seja mais facilmente
cultivada em pedaços de madeira, de preferência dura,
como peroba, canela, com ou sem casca, corticeira ou casca de árvore
rugosa. Em árvores vivas como dracena, laranjeira, cuitizeira,
mulungu, corticeira, seu cultivo é muito fácil. Se
cultivada em vasos, é preciso muito cuidado com a drenagem
e é preferível dependurá-los para receber bastante
ventilação. É uma planta ávida de luminosidade
e se ressente de sombra assim como excesso de umidade durante os
meses mais frios. No período de crescimento deve ser regada
abundantemente. Pode ser cultivada em local de clima mais quente,
temperado ou mesmo frio, mas uma temperatura mais amena lhe é
mais favorável e, quando cultivada em local de calor o ano
todo, sua floração não é tão
exuberante. Planta muito sensível ao ataque de cochonilhas.
Hibridação
Freqüentemente utilizada em função da facilidade
de sua cultural, da substância e da estrutura de suas flores.
Seu perfume e seu porte vegetativo são transmitidos à
sua progênie. O inconveniente é o número de
flores, em geral, poucas flores em cada haste.
Cattleya
loddigesii Lindl.(1823)
Foi
a primeira Cattleya a ser introduzida
na Europa.
Cattleya bifoliada, ocorre nos estados da Bahia, Espírito
Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São
Paulo mas estende sua distribuição até
o Paraguai. Seus principais habitats se situam em Minas Gerais
e São Paulo nas encostas das montanhas cobertas pela
Mata Atlântica, em locais de bastante nevoeiro, situados
entre 500 e 900m de altitude. No sul de Minas, é muito
comum sua ocorrência associada à C. walkeriana
e o aparecimento do híbrido C. x dolosa não
é raro.
Vegeta entre 600 e 900m de altitude. Suas flores variam de
8 a 11cm mas pode atingir 12 cm de diâmetro. Sua haste
floral carrega de 2 a nove flores.
A flor surge de espata já seca contrariamente à
espécie Cattleya harrisoniana (com a qual
é freqüentemente confundida) cujas flores se abrem
com a espata ainda verde.
|
Cattleya loddigesii (Foto: Sergio Araujo)
|
Seu
período de floração
é bastante variado, se estendendo
ao final do outono até o princípio
da primavera.
Seu colorido varia do rosa pálido até o rosa mais
forte e as pétalas possuem uma margem ligeiramente ondulada.
É uma planta que passou por diversos cruzamentos para melhoria
genética e também para obtenção de outras
variedades, assim, hoje em dia é encontrada em uma gama de
variedade bastante razoável indo do rosa claro até
o rosa mais intenso pintalgado além da variedade alba.
Cultivo
É mais aconselhada para ambientes de temperatura bem
amena ou mesma fria ou em locais cuja temperatura caia bastante à noite.
Precisa de elevada umidade quando no período de crescimento
e uma diminuição de rega (não interrupção)
durante os meses mais frios. Deve ser protegida da luminosidade
excessiva.
Híbridos:
Além da Cattleya x dolosa, outros
híbridos naturais foram encontrados:
Cattleya
x hybrida Veitch (1863)- RJ (C. guttata Lindl
)
x o’brieniana Rolfe - MG ( C. dolosa Rchb.
f.)
x sororia Rchb. f. - sine loco, (C. bicolor Lindl.)
(Sinônimo: C. X sanchesiana)
x valentine - ES (C. warneri Moore)
Laeliocattleya
x amoena Blue - RJ (Laelia perrinii Lindl.)
x fredna (?) - SP (Laelia lundii Rchb. f.
)
x lambari Pabst - MG [Laelia crispata (Thunb.)
Miranda]
x leeana Rchb. f. - ES [L. pumila (Hook.)
Rchb. f.]
Sinônimos de Cattleya
loddigesii Lindl.
Cattleya arembergii Scheidw.
Cattleya candida Williams
Epidendrum loddigesii Rchv. f.
Epidendrum canaliculatum Velllozo
Epidendrum violaceum Loddiges
Cattleya ovata Lindley (l838)
C. X sanchesiana = x sororia Rchb. f.
Cattleya
x dolosa Rchb.
f. (1874)
Registro para Minas Gerais e São Paulo
Hibridos de segunda geração
x o’brieniana Rolfe
- MG ( C. loddigesii)
x schroederaana Rchb. f. (ou schroederiana Rchb.
f.) - MG (C. bicolor Lindl.)
Sinônimos Cattleya
x dolosa Rchb. f.
Cattleya eximia Barb. Rodr. = Cattleya
x dolosa Rchb. f.
Cattleya walkeriana var. dolosa Veitch.
= Cattleya x dolosa Rchb. f.
Epidendrum dolosum Rchb.f.
= Cattleya x dolosa Rchb.
f.
x
o’brieniana (Foto:
Sergio Araujo) |
Cattleya
x dolosa Rchb. f. (Foto:
Sergio Araujo)
|
Área
de ocorrência de outras espécies
citadas para este habitat, com registro na literatura
brasileira especializada:
Bletia
catenulata Ruiz & Pavón
DF, GO, MA, MG, MS, MT, PA, RJ, SP, TO
Brassavola tuberculata Hook - AL, CE, ES, MG,
MS, PE, PB, PR, RJ, RS, SC, SE
Bulbophyllum plumosum (Barb. Rodr)
Cogn - GO, MG, PR, RJ
Bulbophyllum warmingianum Rchb.f. - BA, ES,
GO, MG, RJ, SC, SP
Cyrtopodium cardiochilum Lindl.- ES, MG, RJ
(espécie ainda não bem definida)
Cyrtopodium triste Rchb. f. & Warm.– DF,
GO, MG, MS, MT,PA, SP, TO
Epidendrum avicula (Lindl.) Benth.- AL, DF,
ES, GO, MG, MT, PE, PR, RJ, RS, SC, SP
Epidendrum secundum Jacq. AM, AP, BA, CE, DF,
GO, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RR, RS, SC, SP
Epidendrum dendrobioides Thunb. - DF, GO, MG,
MT , RJ, RR, SP
Isochilus linearis (Jacq.) R. Br. - AL, CE,
DF, ES, MG, MT, PA, PE, PR, RJ, RN, RR, RS, SC, SP
Oeceoclades maculata (Lindley) Lindley - AL,
AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PE, PB,
PR, RJ, RN, RR, RS, SC, SP
Oncidium euxanthinum Rchb. f. ou Oncidium
varicosum Lindl. var. rogersii -
MG, SP
Phagmipedium vittatum (Vell.) Rolfe - DF, GO,
MG, MS , RJ, SP, TO
Pleurothallis johannensis Barb.
Rodr. - BA, ES, MG, RJ
Sophronitis cernua Lindl. - AL, BA, ES, GO, MG, PE, PR,
RJ, RS, SC, SP
Alguns
sinônimos:
Epidendrum
alsum Ridl.ex Thurn. = Epidendrum
dendrobioides Thunb
Epidendrum carnosum Lindl. = Epidendrum
dendrobioides Thunb
Epidendrum crassifolium Lindl. = Epidendrum
secundum Jacq.
Epidendrum durum Lindl. = Epidendrum
dendrobioides Thunb.
Epidendrum ellipticum Graham = Epidendrum
secundum Jacq.
Epidendrum elongatum Jacq = Epidendrum
secundum Jacq.
Epidendrum herzogii Schltr. = Epidendrum
secundum Jacq.
Epidendrum longihastatum = Epidendrum
secundum Jacq.
Epidendrum versicolor = Epidendrum
secundum Jacq.
Lanium avicula Lindl. =
Epidendrum avicula (Lindl.)
Benth.
Bibliografia
Pescatorea - Jean Linden, Iconografia
das Orquídeas, reedição Naturalia
Publications - 1996.
Flora Brasiliensis, Volumen III Pars V. Von Martius.
The Manual of Cultivate Orchid Species - Helmut
Bechtel - Phillip Cribb - Edumnd Launert - 3rd
edition.1992
The Brazilian Bifoliate Cattleyas and Their Color
Varieties , J. A. Fowlie.
the Cattleyas and Their Relatives,Vol I. The Cattleyas
- Carl L. Withner. 1995
Orchidaceae Brasilienses - Pabst & Dungs -
vol I 1975
World Checklist of Monocotyledons - http://www.kew.org - acesso
outubro 2007
Orquídeas da Chapada Diamantina Toscano
de Brito e Phillip Cribb - 2005
|