Gêneros
da sub Stanhopeinae
que necessitam de um estudo monográfico:
Polycycnis, Acineta, Houlletia, Peristeria e Cirrhaea
por
Rudolf Jenny
A subtribo Stanhopeinae consiste de cerca de 26 genera somando
um total de 400 espécies.
Acineta Lindl.
Acropera Lindl considerado como um subgênero de Gongora
Archivea Christenson & Jenny conhecido apenas
por material de herbário, monoespecífico, extinto.
Braemia Jenny gênero monoespecífico,
segregado de Polycycnis
Brasilocycnis Gerlach sinônimo de Lueckelia, segregado
de Polycycnis
Ceratochilus Loddiges sinônimo de Stanhopea
Cirrhaea Lindl.
Coeliopsis Rchb.f. gênero monoespecífico
Coryanthes Hooker
Embreea Dodson segregado de Stanhopea
Endresiella Schlechter sinônimo de Trevoria
Gerlachia Szlachetko segregado de Stanhopea
Gongora Ruiz & Pavon
Gorgoglossum Schlechter monoespecífico, sinônimode
Sievekingia
Horichia Jenny gênero monoespecífico
Houlletia Brongniart
Jennyella Lückel & Fessel segregado de
Houlletia
Kegelia Rchb.f. sinônimo de Kegeliella
Kegeliella Mansfeld
Lacaena Lindl.
Lueckelia Jenny gênero monoespecífico, segregado
de Polycycnis
Lueddemannia Rchb.f.
Lycomormium Rchb.f.
Meliclis Rafinesque sinônimo de Coryanthes
Nauenia Rchb.f. sinônimo de Lacaena
Neippergia Ch.Morren sinônimo de Acineta
Panstrepis Rafinesque sinônimo de Coryanthes
Paphinia Lindl.
Peristeria Hooker
Polycycnis Rchb.f.
Polycycnopsis D.L.Szlachetko segregado de Polycycnis
Schlimia Planchon & Lindl.
Scleropteris Scheidweiler sinônimo de Cirrhaea
Sievekingia Rchb.f.
Soterosanthos Lehmann ex Jenny monoespecífico segregado
de Sievekingia
Stanhopea Frost ex Hooker
Stanhopeastrum Rchb.f. monoespecífico segregado
de Stanhopea
Tadeastrum Szlachetko segregado de Stanhopea
Trevoria F.C. Lehmann
Vasqueziella Dodson monoespecífico gênero
Alguns destes gêneros
são muito bem conhecidos em cultura e algumas espécies
destes gêneros são amplamente cutlivadas. Espécies
de Stanhopea e Gongora são na maioria dos casos
fáceis de cultivar e florescem facilmente mesmo quando sob condições
não tão adequadas. Alguns estudos monográficos
dos gêneros incluídos nesta subtribo foram publicados nos
últimos 20 anos
Acineta Lindl.
2 estudos parciais publicados recentemente
Archivea Christenson & Jenny monoespecífico
Braemia Jenny monoespecífico
Coeliopsis Rchb.f. monoespecífico
Coryanthes Hooker monográfico estudo monográfico por GERLACH
Embreea Dodson parte de estudo monográfico Stanhopea
Gongora Ruiz & Pavon estudo monográfico por JENNY
Horichia Jenny monoespecífico
Lacaena Lindl. estudo monográfico por JENNY
Lueckelia Jenny monoespecífico
Lueddemannia Rchb.f. estudo monográfico por JENNY
Paphinia Lindl. estudo monográfico por JENNY
Sievekingia Rchb.f. estudo monográfico por JENNY
Soterosanthos Lehmann ex Jenny monoespecífico
Stanhopea Frost ex Hooker estudo monográfico por JENNY
Vasqueziella Dodson monoespecífico
No caso de gêneros
monoespecíficos como Soterosanthos Lehmann ex Jenny, Coeliopsis
Rchb.f., Archivea Christenson & Jenn, uma revisão
não se faz necessária. Novas espécies dos gêneros
antes considerados monoespecíficos Embreea Dodson e Lueddemannia
Rchb.f. foram descritas nos últimos dois anos. Coeliopsis,
Lacaena, Lycomormium e Peristeria são consideradas
por alguns autores como possuirem sua própria subtribo, descrita
como Coeliopsidiinae.
Stanhopeastrum,
Tadeastrum e Gerlachia foram segregadas de Stanhopea,
descritas ou reativadas como o caso de Stanhopeastrum, em 2006,
por Dariusz SZLACHETKO. As separações estão baseadas
em aspectos puramente morfológicos e foram feitas antes a nível
de subgênero e seções por GERLACH. Aceitá-los
significa reativar ou elevar a um nível genérico alguns
outros grupos como Acropera (subgênero de Gongora),
Portentosa (subgênero de Gongora). Basicamente,
isto não mudaria o quadro da subtribo já que também
tem o suporte dos dados de DNA. Mas isto mudaria as divisões
do nível subgenérico para o nível genérico
e criaria um grande número de novos nomes e sinônimos sem
nenhuma nova percepção. Dados de DNA mostraram que algumas
espécies anteriormente integradas em conhecidos gêneros
foram corretamente separadas em seus próprios gêneros como,
por exemplo, Polycycnis ou Houlletia vittata em Braemia
vittata, Polycycnis breviloba em Lueckelia breviloba e
Stanhopea rodigasiana em Embree rodigasiana.
Por algumas razões,
será difícil revisar os poucos gêneros restantes
na subtribo com poucas espécies, sendo isto verdade para o gênero
Acineta, Cirrhaea, Polycycnis, Houlletia e Peristeria.
Em primeiro lugar, a maior parte das espécies destes gêneros
são raramente vista em cultivo e estas plantas são cultivadas
sem informações sobre a origem, as mais conhecidas são
muito freqüentemente etiquetadas como vindas da "América
do Sul" ou “Peru”. São plantas raramente encontradas
em cultivo porque não são fáceis de serem encontradas
na natureza, apenas algumas formam uma massa de população,
a maior parte ficando isoladas. As espécies são freqüentemente
difíceis de serem cultivadas com sucesso e muitas delas não
têm flores muito atrativas (como, por exemplo, espécies
de Cirrhaea). Uma outra razão é a regulamentação
do CITES.
Por outro lado, estas plantas são comparativamente difíceis
de serem vistas nos herbários, assim sendo, nós precisamos
desesperadamente de material. Baseado no fato de que gêneros como
Acineta, Polycycnis ou Cirrhaea parecem ser, de uma maneira
geral, difíceis do ponto de vista taxonômico e, juntamente
pelas razões mencionadas acima, é compreensível
que não tenhamos ainda um estudo compreensível disponível.

Cirrhaea saccata
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Cirrhaea
Cirrhaea
é um gênero endêmico para o Brasil, 21 espécies
e variedades foram descritas desde a primeira feita por LINDLEY,
em 1832, com a espécie-tipo Cirrhaea loddigesii. Quase
todas as espécies são bastante similares e algumas
são separadas unicamente pelo colorido de suas flores. O
problema começou quando plantas apresentaram flores de duas
diferentes espécies na mesma inflorescência. Embora
isto pareça não ser um problema de flores unisexuais
como encontrado no gênero Catasetum, certamente, acabou
com o sonho de uma tarefa simples de manter algumas espécies
separadas neste gênero relativamente pequeno. O gênero
precisa desesperadamente de uma revisão adequada. |
Polycycnis
ornata Parsons
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Polycycnis
Heinrich Gustav REICHENBACH descreveu, em 1855, o gênero
Polycycnis baseado em Cycnoches barbatum
Lindley, o tipo do gênero é Polycycnis barbata
(Ldl.) Rchb.f.
Duas espécies foram retiradas e recombinadas em seus próprios
gêneros monoespecíficos com base em dados morfológicos
e de DNA, Polycycnis vittata para Braemia vittata por
JENNY, em 1985, e Polycycnis breviloba para Lueckelia
breviloba por JENNY, em 1999.
Esta última foi descrita no mesmo ano de Brasilocycnis
breviloba, a publicação foi feita algumas semanas
mais tarde depois do gênero Lueckelia assim sendo,
o nome Brasilocycnis se tornou um sinônimo.
Em um artigo publicado recentemente ZLACHETKO separou 4
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Polycycnis
tortuosa
|
| espécies
como pertencentes ao gênero Polycycnopsis. Alugmas
das cerca de 20 espécies descritas são extremammente
similar sendo questionável se elas representam "boas"
espécies,
finalmente. |
. 
Polycycnis
gratiosa
|
|
Acineta
chrysantha
|
Acineta
Ao contrário de Cirrhaea, Acineta is gênero
mais popular cultivo, especialmente nas América Central e
do Sul, este fato não quer dizer que as plantas cultivadas
estejam corretamente identificadas. Acineta foi descrita
por John LINDLEY, em 1843, a espécie tipo do gênero
é Acineta superba que foi nomeada por REICHENBACH,
em 1863, e é baseada na antiga Anguloa superba Humboldt,
Bonpland & Kunth de 1815. Foi nomeado um total de cerca de 31
espécies e variedades e um primeiro estudo do gênero
feito por Rudolf SCHLECHTER foi publicado, em 1917, em Orchis. Dois
estudos mais modernos porém incompletos foram publicados
por GERLACH, em 2001, e por CHRISTENSON, em 2006.
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Acineta
humblottii
|
| .O aspecto
vegetativo de todas espécies do gêneros é muito
similar, as principais diferenças são encontradas
na morfologia do labelo o que não é visível
na maior parte das publicações. |
Houlletia
lansbergii
|
Houlletia
Houlletia foi
descrita por A.BRONGNIART, em 1842, com a espécie-tipo
Houlletia stapeliaeflora. Hoje nós temos cerca de
27 espécies e variedades nomeadas, a maior parte das variedades
estão apenas representadas pela formas de cor, alguns taxons
como Houlletia lansbergii Rchb.f. e Houlletia trigrina
Linden ex Lindley estão representando uma mesma espécie.
Uma espécie, Houlletia vittata (mais tarde Polycycnis
vittata) foi transferida para Braemia vittata, em 1985.
Rudolf SCHLECHTER publicou em 1915 o primeiro estudo do gênero
e separou as espécies conhecidas até então
em duas seções, Euhoulletia e Neohoulletia,
ele escreveu que, talvez, as duas seções deveriam
ser separadas em gêneros próprios. A opinião
de SCHLECHTER estava baseada puramente nos aspectos morfológicos,
dados recentes de DNA dão suporte à este ponto de
vista e asssim, o
|
Houlletia
tigrina Parsons
|
| grupo Neohoulletia
foiseparado como Jennyella por Emil LUECKEL e Hans FESSEL,
em1999 e duas outras espécies foram transferidas par Jennyella
por SZLACHETKO, em 2007. |

Jennyella lowiana
Peristeria
elata
|
Peristeria
Peristeria
é muito bem conhecida por uma espécie que está
no apêndice 1 da lista do CITES embora, na verdade, não
seja uma planta ameaçada: Peristeria elata, a orquídea-pombo.
Esta espécie cresce como terrestre em áreas deflorestadas
e se torna mais e mais abundante em tais áras.
O gênero foi descrito opr William Jackson HOOKER, em 1843,
a espécie-tipo é Peristeria elata.
Depois de HOOKER cerca de 23 espécies e variedades foram
descritas.
Assim como na Acineta, as diferenças entre as espécies
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Peristeria
lindenii Parsons
|
| estão,
principalmente, na estrutura do labelo que , normalmente, só
é mostrada em parte nas ilustrações. Além
disto, algumas espécies são extremamente variáveis
em cor. Peristerias – com exceção da Peristeria
elata – são muita raramente vistas em cultivo e
parecem ser difíceis de serem mantidas vivas por muito tempo.
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Conclusão:
Alguns gêneros
desta subtribo precisam realmente de um estudo monográfico e
para isto nós dependemos de material e informações
sobre estas plantas. Nós precisamos de flores dissecadas e coletaas
e de informações sobre a origem, habitat e distribuição.
Informações sobre os polinizadores seriam muito importantes
embora sejam difíceis de serem obtidas e dependem inteiramente
de pesquisa em campos. Análises de fragrância podem ser
feitas a partir de plantas em cultivo, partindo do princípio
de que as plantas estejam em flor e que o equipamento necessário
esteja disponível, dados sobre o DNA podem ser também
obtidos de plantas em cultivo. Em todos os casos, é preciso saber
que a espécie foi analizada ou estudada e, em conseqüência,
a planta precisa estar documentada, seja em forma de material herborizado,
flores coletadas e/ou ilustrações.
Fotos: R. Jenny
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