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Phalaenopsis
violacea e Phalaenopsis bellina -
A moral atrás da história
por Michel OOi |
Durante
a 11a. Conferência Mundial de Orquídeas, 1984,
em Miami, eu queria muito falar sobre Phalaenopsis violacea
e estava especialmente orgulhoso porque depois da floração
milhares de plantas, eu estava preparado para selecionar uma
variedade de cor muito especial e produzir bastante 'seedlings'
e subseqüentemente, oferecer meu Phalaenopsis violacea
azulado.
Mas o assunto
escolhido para mim foi falar sobre “Coletando de Paphiopedilum
na Malásia.” – Podem imaginar meu desapontamento?
Eu sei, se
me fosse dada novamente a oportunidade de falara sobre este
assunto – “Coletando de Paphiopedilum na
Malásia.” eu ficaria feliz em dividir com vocês
muitas histórias de minhas aventuras e os habitats de
Paphiopedilum sanderianum, Paphiopedilum volonteanum,
a redescoberta de Paphiopedilum lawreancaenum e minha
descoberta do Paphiopedilum ooii.
Eu lhes
teria mostrado o prazer das férias no Resort Islands
of Langkawi, onde Paphiopedilum niveum pode ser visto
florindo aos milhares. Onde você pode dirigir subindo
as montanhas e ver Paphiopedilum callosum crescendo e
florindo na beira da estrada. Indo para Lake Resorts onde as
orquídeas são encontras em cada árvore.
Nós podemos pescar, observar pássaros e, se você
tiver sorte, encontrar suas própria “ilha de orquídeas”.
Portanto,
você pode apenas imaginar a excitação que
senti quando fui convidado a falar sobre Phalaenopsis
violacea e Phalaenopsis bellina. Uma
coisa que eu tanto quis fazer na Conferência Mundial de
Miami, 24 anos atrás.
Levou tanto
tempo que esta espécie foi reclassificada em duas diferentes.
Teria sido,
definitivamente, mais fácil falar sobre esta espécie
há 24 anos porque seria somente sobre uma espécie
- Phalaenopsis violacea. Graças a Eric
Christenson, nós agora sabemos que as plantas da Península
Malaysia são Phalaenopsis violacea e aquelas
de Bornéus são Phalaenopsis bellina.
E aquelas das ilhas da Sumatra? Bom,
tudo que era preciso para escrever e discutir sobre esta espécie
de orquídeas, foi documentado. Tudo que era necessário
ser feito para estas duas espécies fascinantes foi feito.
A progênie destas duas espécies de Phalaenopsis,
eu acredito, é a mais premiada e a que possui um
maior número de híbridos.
Para mim
tudo começou durante uma viagem para visitar a senhora
Irene Dobkin, em 1972, com o objetivo de ver sua coleção
de Phalaenopsis gigantea e seu infame Asconopsis
Irene Dobkin; onde abaixo das vigorosas plantas de Phalaenopsis
gigantea, eu vi uma diminuta flor vermelha com perfume adocicado.
Esta atração
fatal levou me a receber uma repreensão da senhora Dobkin
por nem mesmo conhecer uma espécie originária
de algum lugar de minha terra natal. Eu nunca vou esquecer aquele
dia já que foi o começo de uma longa e fatal jornada.
Agora 35
anos depois, na minha 6a. geração de híbridos
de Phalaenopsis bellina, me sinto envergonhado
de dizer que só agora, eu fiz minha primeira cápsula
de Phalaenopsis violacea comum.
Voltando no tempo, quando eu comecei a colecionar Phalaenopsis
violacea, nunca me passou pela cabeça considerar
a necessidade de fazer cápsulas e ser necessário
fazer propagação desta espécie no meu laboratório.
Com o fim do habitat e com esta espécie quase extinta
na natureza, eu estou feliz em ter brevemente, seedlings semeados
originários de plantas selecionados vindas da natureza.
Até onde eu sei, existe só um lugar na Península
da Malásia onde esta espécie pode ser encontrada.
É fato público que o último habitat conhecido
de Phalaenopsis violacea é no estado de
Perak, na Malásia.
Esta floresta
localizada em sua maior parte em área pantanosa com cerca
de 5.000 acres é, para mim, o paraíso de Phalaenopsis
violacea. Foi o mais alegre dos ‘playgrounds’
para mim, um moleque travesso, de há trinta e cinco anos
atrás e ainda agora o mesmo talvez um pouco mais velho.
A floresta
fica a aproximadamente 12 quilômetros distante da cidade
de Langkap que está localizada a 100 quilômetros
da cidade de Ipoh. O último fim de semana de cada mês
era ‘o hora do recreio’ para mim e meus amigos colecionadores
quando íamos estas flores de perfume adocicado.
Tudo que
posso dizer é que o único habitat de Phalaenopsis
violacea acabou.
O útlimo
habitat conhecido Phalaenopsis violacea
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Salvando
Phalaenopsis violacea
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Estes 5.000 acres de pântano é agora uma cidade administrativa
com suas próprias estradas, com sua própria infraestutura,
com escolas, hospitais, fábricas, shoppings e uma saudável
e vigorosa indústria de óleo de palmeira.
Se ao menos
eu soubesse que o que eu estava fazendo era salvar as plantas
da extinção, eu as teria salvado todos. Voltei há
três anos atrás e tudo estava realmente devastado,
perdi o lugar onde vivi bons momentos. Mas olhando uma criança
brincado, indo para a escola, as pessoas tomando café com
os amigos, mulheres indo às compras com seus bebês,
talvez fosse egoísta de minha parte em só pensar
nos bons momentos que este lugar me deu.
Eu já
participei de muitas conferências e mesmo discuti com meus
dedicados companheiros conservacionistas. Eu concordo com eles
de que a destruição de um habitat de orquídea
é uma coisa horrível pois é o maior caminho
para a extinção de uma espécies. A destruição
de um habitat natural de orquídeas acompanhado do desenvolvimento
é tão certo quanto o dia vir depois da noite e nada
vai parar isto, não há nada que nós, apaixonados
por orquídeas, possamos dizer ou fazer para parar este
fenômeno natural de desenvolvimento.
Madeira, recursos
minerais, projetos de energia, tudo gera muito dinheiro e tudo
isto só pode ser possível com o sacrifício
de nossas matas. Phalaenopsis violacea da Malásia
é o exemplo perfeito de uma infortunada vítima do
desenvolvimento e do avanço.
Mesmo com todos
os comitês do mundo inteiro com seus nomes importantesm,
mesmo com tudo que falamos, expressando nosso fortes sentimentos
de conservação, nossos apelos apaixonados aos governos,
infelizmente, eu acho que o resultado é muito pequeno.
Eu me lembro
muito bem da discussão que tive há muitos anos atrás
com a senhora Andree Millar, de Papua New Guinea. Ela me perguntou
porque eu não deixava o Phalaenopsis violacea em
paz. Eu simplesmente disse a ela que eu acreditava em procurar
o melhor para reproduzir mais.
Minha resposta
certamente não ajudou o nosso relacionamento. Somente 15
anos depois, durante um jantar internacional de orquídeas,
eu tive a mais agradável das surpresas. A senhora Andree
Millar veio até minha mesa para me dizer olá com
um sorriso em sua face e disse que o que eu estava fazendo também
ajudava a conservação. Eu não pude evitar
de sorrir de volta e nos tornamos os melhores amigos.
O que eu fiz com Phalaenopsis violacea pode não
ser o melhor e mais científico caminho para salvar uma
espécie mas sinceramente eu penso que ajudou ainda que
fosse pouco. O que fizemos foi coletar quanto tanto pudemos manejar,
cultivá-los, fazê-los florir, selecionar as qualidades
desejas e começar a reproduzir mais deste belo Phalaenopsis
violacea ou alguma outra espécie.
Através da seleção de qualidade de uma espécie
, os seedlings produzidos são definitivamente mais bonitos
do que as plantas coletadas na floresta. Isto não apenas
torna a espécie mais desejável, como diminui a pressão
de coleta de plantas na natureza.
Agora a grande
questão. Existe alguma coisa que possamos aprender com
estas duas espécies?
Aqui nós
temos duas espécies que nos mostram o que pode ocorrer
se não tomamos cuidado com nossas intenções
e com as direções que tomamos em nossos esforços
para conservar uma espécies.
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Phalaenopsis bellina |
Diferentemente
de Phalaenopsis violacea cujo habitat é de apenas
5.000 acres e apenas algumas milhas distante de uma cidade;
o habitat de Phalaenopsis bellina é a terceira
ilha do planeta – Borneo, com uma área de 743330
km²
Durante os
primeiros anos, eu não me preocupei em reproduzir Phalaenopsis
violacea pela simples razão que havia em quantidade
e que Phalaenopsis violacea definitivamente não
é tão bonito quando Phalaenopsis bellina.
Em caso de escolha, orquidófilos e cultivadores profissionais
prefeririam ter, normalmente, Phalaenopsis bellina.
E
existem tantas espécies na natureza fadados ao mesmo
destino da Phalaenopsis violacea simplesmente porque
possuem pouco ou nenhum valor comercial.
Eu não vejo possibilidade de espécies como Paphiopedilum
sanderianum, Paphiopedilum rothschildianum, Phalaenopsis
bellina ou outra espécie tão bonita e
de tanto valor serem extintas.
Eu estou preocupado é com o que vai acontecer com os
"pequenos sujeitos" que não são, talvez,
"tão bonitos" e preferidos como outros e flores
que duram apenas algumas horas. Não vale a pena salvá-los
?
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Primeiro, é uma floresta virgem e nós precisamos
invadir nossas florestas por causa dos recursos naturais como
madeira e mineral. Mais tarde, terra para agricultura, seguida
de aglomerações e novas cidades. Mesmo os habitats
de montanha não foram poupados. Atualmente muitos países
da Ásia estão construindo luxuosos resorts em áreas
de montanha, sem mencionar as imensas áreas desmatadas
para o cultivo do chá.
Talvez possamos
desencorajar o turismo e parar de tomar chá! Isto poderia
salvar as espécies de orquídeas?
Descobertas
no século 19, estas duas espécies não dão
apenas um grande prazer no cultivo, na floração
e na premiação. Nós também criamos
os mais bonitos híbridos de orquídeas.
Agora, duzentos
anos depois, não deveríamos considerar seriamente
o que estas duas espécies estão tentando nos dizer?
Para as espécies
não tão desejáveis, parece não ter
solução e muitos destes "pequenos sujeitos"
estão fadados ao desaparecimento.
Pode seu apelo
silencioso pela sobrevivência ser ouvido?
Isto não
é triste?
Fotos: Michel
OOi e Charles Marden Ficth
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