C. intermedia 'Princesa Diana' |
Um sistema de classificação de orquídeas
deve ter critérios claros, bem definidos e de fácil
entendimento, mesmo para iniciantes nessa arte. Nas exposições
de Cattleya intermedia, é comum encontrarmos plantas
classificadas erroneamente e pessoas com dificuldade de entendimento
das diferenças entre as variedades. Esta proposta de classificação
das variedades da Cattleya intermedia Graham ex Hooker,
tem como base o Regulamento da FGO (Federação Gaúcha
de Orquidófilos). O conceito "variedade" aqui
aplicado não é o conceito botânico e sim horticultural,
aceito há décadas por orquidófilos e colecionadores
de orquídeas.
O objetivo é tornar fácil o entendimento da classificação
das variedades, condição básica para que iniciantes entendam
e tomem gosto pela arte de cultivar e colecionar a Cattleya intermedia.
Desse modo algumas variedades, com diferenças sutis, foram agrupadas,
como no caso das variedades "suave " e "lilasina" cuja diferença
está apenas na tonalidade da cor rosa do labelo, tornando difícil,
senão impossível diferenciar determinadas flores.
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Na mesma linha,
tentamos sistematizar as características que definem flores pelóricas
e suas descendentes, outra fonte de intermináveis discussões.
Além disso, não consideramos como variedade a simples mudança
de cor de algumas variedades, como as orlatas vinicolores, as marginatas cerúleas,
as flâmeas frezinas, etc..
Como a forma sempre tem predominância
sobre o colorido, entendemos que essas flores devem se encaixar nas variedades
de forma do colorido, ou seja, continuam sendo "orlatas", marginatas
e flâmeas, independentemente do colorido.
Quanto às variedades de forma dupla como as flâmeas orlatas, aquiniis
marginatas, etc., consideramos que devem ser classificadas pela forma da flor,
a qual deve ter predominância sobre a forma do colorido, isto é,
continuam sendo flâmeas, aquiniis, etc., independentemente do colorido
e da forma do colorido.
Também colocamos um comentário, em cada variedade, tentando dar
uma idéia do estado atual do melhoramento da variedade e orientando para
maior ou menor exigência no julgamento.
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C. intermedia 'Figueirinha II' |
Labelo da C. intermedia |
Categorias para a classificação da Cattleya intermedia
Cada categoria contém as variedades agrupadas por alguma característica
comum, totalizando 26 variedades:
Categoria
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Variedade
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I - pela forma da flor |
pelórica, aquinii, flâmea, bergeriana |
II - pela forma do colorido da flor |
albescens, puntata, maculata, orlata, marginata, multiforme, oculata,
pseudo-tipo, striata, venosa |
III - pelo colorido da flor |
tipo, bordô, cerúlea, fresina, lilasina, roxo-bispo, semi-alba,
vinicolor, alba,concolor, rubra, sangüínea |
As categorias I e II são variedades independentes do colorido da flor,
podendo ter qualquer cor.
A categoria III é totalmente dependente do colorido da flor.
A forma da flor tem predominância sobre a forma do colorido que por sua
vez tem predominância sobre o colorido. Por exemplo: flor "flâmea
orlata vinicolor" pertence à variedade "flâmea".
Quando houver dupla forma do colorido, como por exemplo, puntata orlata, a forma
de colorido das pétalas e sépalas deve ter predominância
sobre a forma de colorido do labelo.
Categoria I - variedades classificadas pela forma da flor
São as plantas com alterações na morfologia da flor,
aquelas que fogem da estrutura da flor tipo com três sépalas,
duas pétalas e um labelo nas formas normais. Essas variedades derivam
da flor trilabelóide onde as pétalas normais são
substituídas por outras na forma de labelo aberto (fenômeno
semelhante ocorre com a substituição do labelo por uma pétala
gerando as chamadas tripetalóides, mais raras nas Cattleyas bifoliadas).
Com a transformação das pétalas em labelos abertos,
essas tendem a imitar o mesmo tanto em forma quanto em colorido e posição
na flor. Com a diminuição da influência do labelo
nas pétalas, através de cruzamentos com flores tipo, por
exemplo, formaram-se as outras variedades que nada mais são do
que trilabelóides com dominância decrescente do labelo. Tecnicamente
são formas de flores diferentes, mas vamos chamar de variedades
para simplificação do assunto.
Todas essas variedades são independentes do colorido. O que as
caracteriza é a forma. Assim, esta categoria inclui do grau mais
forte de dominância do labelo, para o mais fraco, as variedades:
pelórica, aquinii, flâmea, bergeriana.
1) pelórica
- pétalas, sépalas e lobos laterais do labelo de qualquer
cor. Caracteriza-se pela convexidade das pétalas em maior grau
e um estrangulamento no terço terminal das mesmas com nítida
separação (corte) dos lobos laterais e frontal, imitando
fortemente a forma do labelo. Inclui as verdadeiras pelóricas,
ou seja, aquelas flores que têm simetria radial. Poucas plantas
entram nessa categoria e ela inclui as "trilabelos" e as "tripétalas"
de qualquer colorido.
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C. intermedia var. pelórica |
C. intermedia var. pelórica cerúlea |
2)
aquinii
- pétalas, sépalas e lobos laterais do labelo de qualquer
cor. Caracteriza-se por ter pétalas largas com convexidade em menor
grau que as "pelóricas" e um estrangulamento no terço
terminal das mesmas, as quais apresentam, em suas extremidades, duas grandes
máculas (exceto no caso das albas e concolores), imitando o labelo.
Nesta categoria, entram a "Aquinii 1", que originou essa variedade
e todas as plantas semelhantes à ela como as aquiniis albas, aquiniis
cerúleas, aquiniis vinicolores, aquiniis concolores, aquiniis frezinas,
etc.
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C. intermedia var. aquinii 'Aquinii 1' |
C. intermedia var. aquinii 'Otto' |
C. intermedia var. aquinii concolor |
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C. intermedia var. aquinii alba |
C. intermedia var. aquinii cerúlea |
C. intermedia var. aquinii vinicolor |
Nota
para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser largas,
arredondadas, com estrangulamento e convexidade semelhantes à
"Aquinii 1". O labelo dever ser tubular com lobo frontal
plano. As cores devem ser firmes. |
3)
flamea
- caracteriza-se pela intensificação do colorido no terço
superior das pétalas formando o típico flameado, além
de um estrangulamento, em qualquer grau, nesse mesmo terço superior.
O labelo possui lobo frontal na mesma cor ou mais intensa. Nesta categoria,
entram todas as flâmeas, independentemente do colorido.
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C. intermedia var. flamea |
C. intermedia var. flamea 'Genésio' |
Nota para
julgamento: as sépalas devem ser largas, planas e igualmente
espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas
com cores firmes. O labelo dever ser tubular com lobo frontal plano |
4)
bergeriana
- pétalas alargadas com pequeno estrangulamento no terço
superior das pétalas podendo ou não ter pequenas manchas
coloridas. Sépalas normais. Esse seria o último estágio
antes da pétala larga sem vestígios da "pelória",
aquela flor arredondada que os hibridadores perseguem nos cruzamentos.
Esta variedade inclui todas as flores no estágio intermediário
entre "flâmea" e as pétalas largas, independente
de colorido ou da forma do colorido e que hoje não se encaixam
corretamente em nenhuma variedade. Deve ser bem distinta das "flâmeas"
e das pétalas largas sem marcas ou coloridos. Hoje estas flores
são classificadas como "peloriadas", com mácula
e sem mácula.
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C. intermedia var. bergeriana alba |
C. intermedia var. bergeriana concolor |
C. intermedia var. bergeriana vinicolor 'Cervejinha' |
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C. intermedia var. bergeriana tipo |
C. intermedia var. bergeriana cerúlea |
C. intermedia var. bergeriana tipo |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. O labelo deve ser tubular com lobo frontal
plano. As pétalas devem ser planas e arredondadas com leve convexidade
e marcas suaves de estrangulamento, podendo apresentar pequenas manchas
ou estrias coloridas. Deve ser bem distinta da variedade "flâmea"
mas deve lembrar sua origem. |
Categoria II - variedades classificadas pela forma do colorido da flor
São aquelas flores em que o colorido forma desenhos na flor, independente
do colorido, ou seja, as flores podem ter qualquer cor, o que define a variedade
é a forma do colorido e não a cor propriamente dita. São
elas albescens, puntata, maculata, orlata, marginata, multiforme, oculata, pseudo-tipo,
striata, venosa.
As variedades de forma de colorido das pétalas e sépalas tem predominância
sobre as variedades de forma de colorido do labelo. Por exemplo: flor striata
e orlata pertence à variedade "striata". Flor pintada e marginata
pertence à variedade "puntata". Ou seja, "puntatas",
"maculatas", "striatas" e "venosas" tem predominância
sobre "orlatas", "marginatas", "multiformes",
"oculatas" e "pseudo-tipos".
1) albescens - pétalas, sépalas e labelo brancos, com pequenas
pintas de outro matiz, e/ou tendo a coluna rosada.
É como uma alba pintalgada, fazendo um belo efeito visual. Raríssimas
plantas boas nessa variedade. Atualmente estão surgindo alguns
clones melhores. Durante anos a 'albescens do Stumpf' foi a melhor albescens
existente. Tecnicamente é uma "alba" com pintas, apesar
de algumas apresentarem leve sopro rosado.
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C. intermedia var. albescens 'Relíquia 1' |
C. intermedia var. albescens 'Stumpf' (tetraplóide) |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano.
O colorido deve ser branco homogêneo em toda a flor e as pintas devem
ser bem nítidas e bem distribuídas podendo ser de qualquer
cor. |
2) punctata - pétalas e sépalas visivelmente salpicadas de pontos
bem pronunciados (pintada). Labelo com lobo frontal de cor mais escura. Variedade
com boas plantas conseguidas por cruzamentos. São muito atraentes devido
às pintas. Tecnicamente pode ter qualquer cor, como essa "puntata
cerúlea" abaixo:
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C. intermedia var. punctata 'CG' |
C. intermedia var. punctata 'Deschamps' |
C. intermedia var punctata |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas.
O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano e colorido mais forte do
que o resto da flor. As pintas devem ser bem nítidas e bem distribuídas,
podendo ser de qualquer cor. |
3) maculata - caracteriza-se pelas máculas espalhadas nas pétalas
e/ou sépalas.
É uma variedade quase artificial, quase todas as plantas colocadas nessa
variedade, na verdade, são plantas infectadas com vírus (vírus
do mosaico), como essa da foto, que causa o aparecimento de máculas coloridas
na flor ("color break"). Algumas puntatas, às vezes, florescem
com pintas aglomeradas e se transformam em maculatas.
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C. intermedia var. maculata |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano
e colorido mais forte do que o resto da flor. As máculas devem ser
bem nítidas e bem distribuídas, podendo ser de qualquer cor.
Atenção especial deve ser dada às plantas viróticas
que não devem ser expostas nem julgadas. |
4) orlata - caracteriza-se pela acentuada coloração nas
bordas frontais dos lobos laterais.
Variedade belíssima, pois apresenta labelo maior e muito colorido, corrigindo
uma deficiência do labelo da C. intermedia que normalmente é pequeno
e desproporcional à flor.
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C. intermedia var. orlata 'CG' |
C. intermedia var. orlata 'Vini' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas, largas
e arredondadas. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano e colorido
mais forte do que o resto da flor. A parte frontal dos lobos laterais (orlas)
deve ter colorido acentuado, igual ao lobo frontal formando uma faixa larga
e bem nítida. |
5) marginata - caracteriza-se pela propagação do colorido
do lobo frontal pelas margens dos lobos laterais, com estas margens voltadas
para fora, deixando a coluna, ou parte da mesma descoberta.
Variedade belíssima, de grande impacto visual! Ainda com poucas plantas
de qualidade superior (pétalas largas e proporcionais.) Assim como as
orlatas, o labelo grande dá equilíbrio às flores.
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C. intermedia var. marginata 'Coelho' |
C. intermedia var. marginata 'Ingo' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas, largas
e arredondadas. O labelo deve ter lobo frontal plano e colorido mais forte
do que o resto da flor, podendo ter abertura mostrando a coluna. As margens
dos lobos laterais devem ter colorido acentuado, igual ao lobo frontal formando
uma faixa larga e bem nítida. |
6) multiforme - caracteriza-se por possuir desenhos variados no lobo
frontal do labelo, não se encaixando em nenhuma outra categoria.
Variedade bastante difundida com os novos cruzamentos e com bons exemplares.
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C. intermedia var. multiforme 'Extra' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas, largas
e arredondadas. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano e apresentando
desenhos variados em qualquer colorido. |
7) oculata - caracteriza-se por apresentar no lobo frontal do labelo,
duas manchas simétricas, bem separadas, como se fossem dois olhos.
Outra variedade pobre em exemplares e quase todos de forma ruim. Os dois olhos
devem ser bem parecidos e simétricos. Manchas variadas no labelo caracterizam
outra variedade, a multiforme.
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C. intermedia var. oculata 'Nestor' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano
e com as duas manchas simétricas de qualquer colorido. |
8) pseudo-tipo - caracteriza-se por ter o lobo frontal com duas nuanças
de colorido, separados por uma linha horizontal. A parte de baixo é de
colorido mais escuro.
Variedade com poucas plantas disponíveis. A mais famosa foi a 'pseudo-tipo
do Kurt'.
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C. intermedia var. pseudo-tipo |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano
com duas cores. |
9) striata - caracteriza-se pelas estrias nítidas ao longo das
pétalas e/ou sépalas. (as "estrias" parecem estar pintadas
por fora dos segmentos florais)
Variedade rara. As primeiras plantas encontradas eram de sépalas muito
estreitas. Através de cruzamentos plantas de melhor forma técnica
foram criadas.
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C. intermedia var. striata 'Iwasita' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. As estrias podem aparecer nas pétalas, nas
sépalas ou em ambas O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano. |
10) venosa
- caracteriza-se pelas veias nítidas que apresenta na textura interna
dos segmentos florais (as "veias" parecem estar por dentro dos
segmentos florais).
Variedade raríssima. Quase todas descendem da venosa 'Heitor',
planta de mato. Os cruzamentos feitos com ela, infelizmente, não
melhoraram essa variedade.
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C. intermedia var. venosa |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. As veias devem ser bem nítidas nas pétalas
e sépalas. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano. |
Categoria III - variedades classificadas pelo colorido da flor
Essa
categoria engloba as flores que dependem totalmente do colorido para a
sua classificação. Inclui as flores que tem forma semelhante
à flor tipo, ou seja, labelo com lobo frontal de cor diferenciada
das pétalas e sépalas e também aquelas em que o colorido
é homogêneo em toda a flor, como as albas. São elas:
tipo, bordô (bordeaux), cerúlea, fresina, lilasina, roxo-bispo,
semi-alba, vinicolor, alba, concolor, rubra, sangüínea.
1) tipo - pétalas e sépalas na cor rosa claro ou escuro.
Labelo com lobo frontal na tonalidade purpúrea. Essa é a mais
comum das variedades, pois representa o tipo dominante e que mais existe na
natureza. Hoje existem flores tipo grandes e redondas, originárias de
flores de pétalas largas coletadas no passado, como a 'Pintada do
Tenente', 'Figueirinha' e outras produzidas por cruzamentos,
como a 'Quantum', a 'Milionária' e tantas outras.
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C. intermedia tipo 'Quantum' |
C. intermedia tipo 'Boa Vista' |
C. intermedia tipo 'Milionária' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas.
O labelo dever ser tubular com lobo frontal plano e colorido púrpura. |
2) bordô - pétalas e sépalas brancas ou cor de
rosa. Labelo com lobo frontal na tonalidade bordô. Essa é uma variedade
muito rara, cujo labelo tem a cor púrpura extremamente escura, semelhante
ao vinho da variedade "Bordeaux".
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas e igualmente
espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas. O labelo
dever ser tubular com lobo frontal plano e com colorido bem escuro e saturado.
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C. intermedia var. bordô |
3) cerúlea - pétalas e sépalas na cor lilás
azulado. Labelo com lobo frontal na cor azulada, variando entre o roxo-violeta
e o azul da cor do céu.
Essa é uma variedade bastante confusa, pois o azulado do labelo costuma
ter muita variação da tonalidade e da saturação
do azul, o que originou as variedades roxo-violeta, ametistina e cerúlea.
Do mesmo modo as "cerulensis" (flor toda azulada com labelo mais forte),
foram englobadas nessa categoria. Assim, estamos propondo fundir essas quatro
variedades numa só, a "cerúlea", aceita mundialmente
como referência para plantas azuladas. A distinção entre
as diversas tonalidades de azul é difícil, depende da iluminação
ambiente e da percepção visual individual, que varia entre as
pessoas. (Ainda na linha da simplificação propomos utilizar o
nome aportuguezado "cerúlea" no lugar de "caerulea"
ou "coerulea", nomes esses sem consenso na utilização.)
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C. intermedia var. cerúlea 'OS1' |
C. intermedia var. cerúlea 'Otto' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas.
O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano e com colorido podendo
variar de azul claro a azul escuro. |
4) frezina – pétalas e sépalas na cor branca ou
cor de vinho desbotado. Labelo com lobo frontal na cor fresi (vinho rosé.)
Essa variedade é derivada da variedade "vinicolor" ou "vinho"
sendo mais conhecida no meio gaúcho. Ainda não possui exemplares
de boa qualidade.
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C. intermedia var. fresina |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas.
O labelo dever ser tubular com lobo frontal plano e com colorido desbotado,
típico da variedade. |
5) lilasina - pétalas e sépalas brancas ou levemente coloridas.
Labelo com lobo frontal lilás claro.
Essa variedade difere da "suave" apenas pela tonalidade do rosa, ficando
muito difícil separá-las em muitos casos. Assim, propomos apenas
essa variedade, que engloba todas as tonalidades do rosa claro do labelo (inclui
as variedades "suave" e "suavíssima".)
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C. intermedia var. lilasina 'Kurt' |
C. intermedia var. lilasina 'Kurt' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas.
O labelo dever ser tubular com lobo frontal plano. O colorido pode variar
do rosa claro até o rosa suave, quase imperceptível. |
6) roxo-bispo
- pétalas e sépalas brancas. Lobo frontal do labelo com
colorido característico roxo-bispo (colorido típico dos
Cardeais da Igreja Católica).
Outra variedade bastante rara e difícil de ser distinguida pelo
leigo. A cor é a mesma da variedade roxo-bispo da Laelia purpurata.
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C. intermedia var. roxo-bispo |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e arredondadas.
O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano e com colorido roxo-bispo
típico. |
7) semi-
alba -
pétalas e sépalas brancas. Labelo com lobo frontal purpúreo
claro ou escuro.
Variedade muito rara. Poucas plantas ficam realmente semi-albas se abrirem as
flores em local iluminado. Muitas tendem a ficar levemente rosadas. Poucas semi-albas
legítimas possuem forma boa. O colorido do labelo deve ser púrpura.
Outro colorido define outra variedade.
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C. intermedia var. semi-alba |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano
e com colorido púrpura típico da espécie. |
8) vinicolor
- pétalas e sépalas brancas ou coloridas. Lobo frontal apresenta
o colorido vinho tinto.
Esse é um colorido bastante comum em muitas variedades como aquinii,
flâmea, orlata, etc., entretanto, possui poucos exemplares de alta qualidade,
mas seu colorido é belíssimo.
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C. intermedia var. vinicolor |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano
e com colorido vinho tinto forte. |
9) alba - pétalas, sépalas e labelo branco puro homogêneo
em toda a flor, podendo apresentar, na fauce (garganta), a tonalidade amarela
ou creme.Apesar de bastante comum hoje em dia, essa variedade quase não
possui plantas de qualidade, talvez pela pouca quantidade de plantas coletadas
e pela forma pobre das plantas de mato.
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C. intermedia var. alba 'CG2' |
C. intermedia var. alba 'Carlos Gomes' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano.
O colorido deve ser branco homogêneo em toda a flor sem nuanças
de coloridos diferentes, exceto na fauce que pode ter colorido amarelado
ou creme. |
10) concolor - pétalas, sépalas e labelo rosa claro ou
escuro homogêneo em toda a flor, podendo apresentar na fauce, coloração
mais clara.
Variedade bastante rara antigamente, restringindo-se à concolor
'Maria Faceira', tornou-se comum com os cruzamentos e hoje apresenta flores
de alta qualidade.
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C. intermedia var. concolor |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano.
O colorido pode variar do rosa claro ao rosa escuro, mas deve ser homogêneo
em toda a flor, exceto na fauce que pode ter colorido amarelado ou creme. |
11) rubra - pétalas, sépalas e tubo do labelo com colorido
vermelho rubro e homogêneo em toda a flor. Labelo com lobo frontal purpúreo
escuro, podendo apresentar na fauce (garganta) uma tonalidade mais clara.
Variedade bastante rara e muito confundida com a variedade sangüínea.
A maioria das plantas é de baixa qualidade, com pétalas e sépalas
estreitas, com raras exceções.
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C. intermedia var. rubra (fauce mais clara) |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano.
O colorido deve ser púrpura homogêneo admitindo-se pequenas
nuanças de coloridos diferentes, principalmente na fauce. |
12) sangüínea - pétalas, sépalas e tubo do
labelo com colorido vermelho sangüíneo brilhante e homogêneo
em toda a flor. Labelo com lobo frontal purpúreo escuro.
Variedade também bastante rara e muito confundida com a variedade rubra.
A maioria das plantas é de baixa qualidade, com pétalas e sépalas
muito estreitas. Possui, entretanto, colorido belíssimo!
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C. intermedia var. sangüínea 'Berger' |
Nota para julgamento: as sépalas devem ser largas, planas
e igualmente espaçadas. As pétalas devem ser planas e as mais
largas possíveis. O labelo deve ser tubular com lobo frontal plano.
O colorido deve ser púrpura escuro homogêneo em toda a flor
sem nuanças de coloridos diferentes. |
Bibliografia:
-Fowlie, J. A. The Brasilian Bifoliate Cattleyas and Their Color Varieties.
Azul Quinta Press. USA. 1977.
-Lacerda, Kleber et. al. Brasilian Orchids. Sodo Publishing. Japan. 1995.
-Miura, Jiro. Cattleya intermedia. Japan.
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