No presente estudo, analisou-se a Fitogeografia das Orchidaceae de Campinas da Amazônia brasileira com 64 gêneros, 155 espécies e 1 híbrido natural, totalizando 156 taxa (figuras 1, 2 e 3).


Figura1 – Aspecto da vegetação de Campina


Figura 2 – Forófito repleto de epífitas da família Orchidaceae


Figura 3 - Cattleya eldorado Linden, espécie endêmica desse tipo vegetacional.

Para analisar a distribuição fitogeográfica das Orchidaceae na Amazônia brasileira e as disjunções intercontinentais na América do Sul, dividiu-se a região em subprovíncias fitogeográficas, como mostrado nas figuras 4, 5, 6 e 7.



Figura 4 – Geomorfologia da Bacia Amazônica

Figura 5- Províncias Fitogeográficas e área de ocorrência de Campinas.


Figura 6 – disjunções fitogeográficas e vias de migração.


Figura 7 Vias de migração de orquídeas na Amazônia brasileira.

A maioria dos cálculos empregados foi o de percentagem, sendo que apenas para traçar o dendrograma, a fim de mostrar a correlação entre as Subprovíncias Fitogeográficas, é que calculamos o coeficiente de similaridade (de acordo com Roe, 1974).
Para tal, anotamos o total de ocorrências de todos os taxa nas Subprovíncias Fitogeográficas (=K) e montamos uma matriz de similaridade, onde, anotamos o número de vezes que os taxa ocorreram em comum entre as Subprovincias Fitogeográficas (=P).
Para preparar a tabela de coeficiente de similaridade, dividimos o P comum entre dois taxa pelo menor valor de K.
Obtidos os cálculos reunimos os dados do nível de similaridade entre os taxa em ordem decrescente.

Resultados e discussão
Na tabela 1, que se segue, apresentamos a matriz do coeficiente de similaridade (de acordo com Roe, 1974) das orquídeas de Campina entre as Subprovíncias Fitogeográficas que ocorrem na Amazônia brasileira.


Tabela 1 Matriz do coeficiente de correlação


Na FIGURA 8 apresentamos o Coeficiente de Similaridade e Dendrograma das orquídeas de Campina na Amazônia brasileira.
FIGURA 8 -Coeficiente de Similaridade e Dendrograma das orquídeas de Campina na Amazônia brasileira.

Após a análise do Coeficiente de Correlação e dos demais dados de distribuição fitogeográfica concluímos que duas foram as rotas principais de migração das Orchidaceae que penetraram na Amazônia brasileira, oriundas do escudo das Guianas ou da América Central: uma atravessando a bacia amazônica e percorrendo o litoral e a outra via de migração através do Brasil central. (fig. 9).


Figura 9 - Vias de migração.

As Subprovíncias IVB e V mostram o menor nível de similaridade, enquanto que as Subprovíncias II e IVB mostram o maior nível, indicando-se assim as possíveis áreas que, no passado, estiveram conectadas por vegetação semelhante às da Campina.
O alto grau de afinidade florística entre as Orchidaceae do escudo das Guianas e das Campinas da Amazônia brasileira reforça a idéia de derivação do enquanto que as Subprovíncias II e IVB mostram o maior nível, indicando assim as possíveis áreas que, no passado, estiveram conectadas por vegetação semelhante às da Campina.
O alto grau de afinidade florística entre as Orchidaceae do escudo das Guianas e das Campinas da Amazônia brasileira reforça a idéia de derivação dos taxa deste ecossistema a partir do escudo e sugere uma conexão no passado por meio de vegetação semelhante à da Campina.

Bibliografia sugerida pra leitura

BRAGA, P. I. S. .Estudos da Flora Orquidológica do Estado do Amazonas II - Masdevallia osmarinianaBraga (Orchidaceae) espécie nova da Flora amazônica.. Acta Amazonica, v. 7, p. 33-34, 1977
DRESSLER, R. L. 1993. Phylogeny and classification of the orchid family. Oregon: Dioscorides Press, 314 p.
DRESSLER, R. L. 1981. The Orchids. USA: Smithsonian Institution, 332 p.
GUIA COMO CULTIVAR ORQUÍDEAS PARA INICIANTES (2009) – Editora Casa Dois, 82 p.
ROCHA, J. R. 2008. ABC do Orquidófilo – De uma, várias ou muitas orquídeas. São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 424 p.SILVA, M. F. F. DA & J. B. F. DA SILVA. 2004. Orquídeas NATIVAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA II. Belém: Universidade Federal Rural da Amazônia/Museu Paraense Emílio Goeldi, 540 p.il.
SILVA, W. 1986. Cultivo de Orquídeas no Brasil. São Paulo: Editora Nobel, 96 p.
STORTI, E. F. 2007. Dinâmica Populacional e Biologia Reprodutiva de Cattleya eldorado L. (Orchidaceae). Tese de doutorado. Manaus: UFAM/INPA, 131 p.
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