Adaptação do trabalho publicado pelos autores
em Boletim Botânico da Universidade de São Paulo 18(1): 15-33.2010
* Programa de Mestrado em Ecologia da Universidade
Federal de Juiz de Fora. Minas Gerais, Brasil (e-mail: narjara_lopes@hotmail.com).
** Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Campus Arnaldo Jannsen,
Luz Interior, 345, Santa Luzia, 36030-776, Juiz de Fora, Minas
Gerais, Brasil. Autor para correspondência: menini_neto@hotamil.com.
Resumo
As subfamílias Vanilloideae e Orchidoideae
(Orchidaceae) em um fragmento da Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, Brasil].
Atualmente Orchidaceae é dividida em cinco subfamílias: Apostasioideae,
Cypripedioideae, Vanilloideae, Orchidoideae e Epidendroideae. O presente
estudo apresenta as espécies de Vanilloideae e Orchidoideae ocorrentes
em um fragmento da Serra da Mantiqueira, no estado de Minas Gerais. As coletas
foram realizadas entre os anos de 2003 e 2009. Foi registrado um total de
25 espécies na área estudada, sendo 22 de Orchidoideae e três
de Vanilloideae. Os gêneros mais ricos são Habenaria (oito spp) e Prescottia (três sp). Seis padrões de distribuição
geográfica puderam ser observados para as espécies registradas
na área de estudo: 1) neotropical; 2) América do Sul; 3) regiões
sudeste e sul do Brasil e Argentina; 4) regiões sudeste e sul do
Brasil; 5) região sudeste do Brasil e 6) restrita ao estado de Minas
Gerais. São apresentados descrições, chaves de identificação
de subfamílias e espécies, ilustrações e comentários.
Palavras-chave: Mata Atlântica, flora.
Introdução
Orchidaceae Juss. é uma das maiores famílias dentre as Angiospermas,
com estimativa de 21950 espécies, distribuídas em aproximadamente
880 gêneros (Pridgeon et al. 1999). Pabst & Dungs (1975, 1977)
apontam mais de 2300 espécies e 190 gêneros para o Brasil,
que se destaca por ser um dos países mais ricos do mundo em espécies
de orquídeas (Dressler 1981).
Cameron Pridgeon et al. (1999) e Pridgeon Pridgeon et al. (1999) dividem
Orchidaceae em cinco subfamílias: Apostasioideae, Cypripedioideae,
Vanilloideae (abrigando parte das Epidendroideae sensu Dressler (1993),
Orchidoideae (englobando as Spiranthoideae sensu Dressler (1993) e Epidendroideae.
Vanilloideae Szlach. é composta por 15 gêneros englobando 175
espécies terrícolas ou hemiepífitas, distribuídas
amplamente por todo o mundo, com alguns gêneros apresentando disjunções
transcontinentais (Pridgeon et al.1999, 2001). Morfologicamente
caracterizam-se por possuírem antera incumbente e apenas um estame
fértil, além de apresentarem grãos de pólen
agregados, porém não formando polínias (Dressler 1993,
Cameron et al.. 1999, Pridgeon et al. 1999, 2001).
Orchidoideae Eaton apresenta cerca de 3650 espécies majoritariamente
terrícolas, distribuídas por 208 gêneros, com ampla
distribuição geográfica (Pridgeon et al. 1999, 2001,
2003). Tem como principais características morfológicas a
antera ereta, apenas um estame fértil e formação de
polínias, com grãos de pólen com maior ou menor grau
de união e a presença de viscídio (Dressler 1993, Cameron
et al.1999, Pridgeon et al. 2001, 2003).
Este estudo tem como objetivos apresentar as espécies de Orchidoideae
e Vanilloideae ocorrentes em um fragmento da Serra da Mantiqueira, com descrição,
ilustração, chaves de identificação e comentários.
Material e Métodos
A área de estudo compreende uma determinada região onde o
clima é do tipo Cwb de Köppen, mesotérmico úmido,
com invernos secos e frios e verões brandos e úmidos. A média
de precipitação anual é de 1886mm (Valente 2007).
A região está inserida no complexo serrano da Mantiqueira,
com vegetação formada por um mosaico de áreas campestres
e formações florestais. A variação altitudinal,
que vai de 900 e 1698 m, aliada à variação nos tipos
de solos, às diferenças sucessionais e o tempo de permanência
da água no solo, contribui para intensa complexidade de habitats.
O estudo fitofisionômico de Valente (2007) revela uma grande riqueza
de espécies arbóreas bem como uma especificidade ambiental
em cada formação florestal. As formações foram
classificadas como Floresta Ombrófila Alto-montana (floresta nebular),
Floresta Ombrófila Baixo-montana e Floresta Ombrófila Aluvial.
Além destas formações, pode ser reconhecido um trecho
peculiar de Floresta Ombrófila Densa, com cerca de 0,9 ha, tratado
como floresta de grota (Menini Neto et al. 2009). No entanto ainda existe
uma indefinição acerca da classificação das
áreas campestres encontradas nesta área, optando-se pela denominação
complexo rupestre de altitude sobre quartzito proposto por Benites et al.
(2003), porém com influência da floresta atlântica.
Entre os anos de 2003 e 2009, foram realizadas coletas em várias
localidades. Os espécimes férteis coletados foram prensados
em campo, algumas flores foram conservadas em álcool a 70% para análise
posterior em laboratório. Os materiais foram herborizados e acondicionados
de acordo com a metodologia usual, depositados no Herbário CESJ (acrônimo
segundo Holmgren & Holmgren 1998).
A identificação das espécies e os dados de distribuição
geográfica foram obtidos através de consulta à bibliografia
especializada, Rodrigues (1877, 1882), Cogniaux (1893-1896, 1898-1902, 1904-1906),
Hoehne (1940, 1942, 1945, 1949, 1953), Pabst & Dungs (1975, 1977), Sprunger
(1996), World Checklist of Selected Plant Families (2010), à coleção
dos herbários BHCB, CESJ e RB e a especialistas da família.
A descrição das espécies e a confecção
das ilustrações foram baseadas apenas em material coletado
na área de estudo. As plantas com mais de três folhas foram
consideradas multifoliadas e as que possuem uma, duas ou três folhas,
como paucifoliadas.
Resultados e Discussão
Foram registradas na área de estudo 22 espécies da subfamília
Orchidoideae, distribuídas em 11 gêneros, e apenas três
espécies pertencentes a dois gêneros de Vanilloideae (Cleistes Rich. ex Lindl. e Pogoniopsis Rchb.f.). Habenaria Willd. é
o gênero que possui maior riqueza (oito spp.), seguido de Prescottia Lndl. (três spp.), Aspidogyne Garay e Cleistes Rich.
ex Lindl. (duas spp. cada) e o restante dos gêneros, Cranichis Sw., Cyclopogon C. Presl, Eurystyles Wawra, Lankesterella
Ames, Mesadenus Schltr., Sacoila Raf., Sarcoglottis C. Presl, Sauroglossum Lindl., Stigmatosema Garay e Pogoniopsis Rchb.f. estão representados por apenas uma espécie.
Até o momento, os representantes das duas subfamílias representam
juntos cerca de 24% do total das espécies de Orchidaceae registradas
na área estudada (N. L. Abreu & L. Menini Neto, dados não
publicados). Esta porcentagem pode ser considerada elevada, uma vez que
Rocha & Waechter (2006) destacam que a dificuldade de observação
de espécies terrícolas, devido à baixa freqüência,
isolamento e tamanho geralmente reduzido de seus indivíduos ou pelas
plantas perderem suas folhas durante a antese, podem dificultar o registro
destas espécies resultando em levantamentos subestimados de Orchidaceae
como um todo.
As espécies ocupam os diversos tipos de ambientes encontrados nas
matas e nos campos. Apenas Habenaria petalodes Lindl., Sacoila
lanceolata (Aubl.) Garay e Habenaria josephensis Barb. Rodr.
foram registradas em áreas degradadas, as duas primeiras também
reconhecidas pela adaptação em áreas antropizadas por
outros autores (Batista et al. 2004, Rocha & Waechter 2006). Estas três
espécies, também ocupam a maior variedade de ambientes na
área de estudo. Apenas Eurystyles actinosophila e Lankesterella
ceracifolia ocorrem como epífitas, sendo encontradas somente
em interior de mata e o restante das espécies são terrícolas
e estão divididas de forma aproximadamente semelhante em número,
nas áreas campestres (13) e nas formações florestais
(12).
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À exceção de Habenaria rolfeana Schltr., que
forma população com 30-40 indivíduos em uma grande
extensão dos campos encontrados acima de 1400m de altitude, as outras
espécies são pouco freqüentes e não formam populações
perceptíveis. Algumas espécies aparecem de forma peculiar
na área estudada, ocorrendo em apenas uma região ou associada
a uma formação vegetacional ou condição ambiental
específica: Prescottia montana Barb. Rodr., pode ser encontrada
em várias altitudes, mas está sempre associada aos campos; E. actinosophila (Barb. Rodr.) Schltr., apesar de ter sido encontrada
em formações vegetacionais diferentes, tem sua ocorrência
determinada pelo alto grau de umidade das florestas nebulares encontradas
acima de 1300m de altitude e da floresta aluvial; L. ceracifolia (Barb.
Rodr.) Mansf. está restrita às florestas nebulares encontradas
acima de 1300m de altitude; Habenaria pseudoglaucophylla J. A. N.
Batista, R. C. Mota & N. Abreu e H. rodeiensis Barb. Rodr. ocorrem
apenas na região de campo; e Cyclopogon warmingii (Rchb.f.)
Schltr. e Stigmatosema polyaden (Vell.) Garay são restritas
à mata de grota.
Seis padrões de distribuição puderam ser observados:
1) distribuição neotropical: Prescottia stachyodes e Sacoila lanceolata; 2) distribuição na América
do Sul: Habenaria parviflora, H. petalodes e H. rodeiensis;
3) distribuição nas regiões sudeste e sul do Brasil
e Argentina: Cranichis candida, Eurystyles actinosophila e Stigmatosema
polyaden; 4) distribuição na floresta atlântica
das regiões sudeste e sul do Brasil: Aspidogyne commelinoides e Habenaria rolfeana; 5) distribuição na região
sudeste do Brasil: Aspidogyne hylibates, Cleistes gracilis, Cyclopogon
warmingii e Pogoniopsis cf. nidus-avis; 6) distribuição
restrita ao estado de Minas Gerais: Habenaria pseudoglaucophylla, Prescottia
phleoides e Sarcoglottis umbrosa.
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Embora Habenaria pseudoglaucophylla tenha sido descrita após
a revisão da lista das espécies ameaçadas de extinção
no estado de Minas Gerais (Biodiversitas 2007), seguindo os critérios
indicados pela International Union for Conservation of Nature (IUCN), poderia
ser classificada como espécie Em Perigo (BATISTA et al., 2008). Segundo
Biodiversitas (2007), Pogoniopsis nidus-avis aparece listada como
espécie Deficiente de Dados. Esta falta de inofrmação
sobre as espécies de orquideas terrestres demonstra a necessidade
de maior estudo acerca dos grupos que apresentam esta forma de vida.
Chave de identificação para as subfamílias
1. |
Coluna incumbente, grãos de pólen não
formando polínias |
Vanilloideae |
1’. |
Coluna ereta, grãos de pólen unidos, formando polínias |
Orchidoideae |
Chave de identificação para as espécies
da subfamília Vanilloideae
1. |
Erva clorofilada, paucifoliada, lâmina foliar
patente, flores solitárias ou inflorescência com uma
ou duas flores |
Cleistes |
2. |
Crista central do labelo amarela, lobo mediano do labelo ungüiculado,
ca. 9 x 8 mm |
C. gracilis |
2’. |
Crista central do labelo alva, lobo mediano do labelo reduzido,
ca. 3 x 3 mm |
C. moritzii |
1’. |
Erva aclorofilada micoheterotrófica, multifoliada, lâmina
foliar adpressa, inflorescência multiflora |
Pogoniopsis cf. nidus-avis |
Cleistes gracilis (Barb. Rodr.) Schltr., Arch. Bot. São
Paulo 1: 179. 1926.
Cleistes paulensis Schltr., Arch. Bot. Est. São Paulo 1:
180. 1926.
Cleistes ionoglossa Hoehne & Schltr., Arch. Bot. São
Paulo 1: 181. 1926.
Cleistes carautae Toscano & Leoni, Pabstia 3(5): 1. 1997.
|
|
Terrícola, clorofilada. Caule cilíndrico, paucifoliado,
ca. 15,5 cm compr. Folhas alternas dísticas, sésseis. Lâmina
foliar verde, membranácea, patente, ca. 5,5 x 0,7 cm, lanceolada,
ápice agudo. Flor solitária; sépala dorsal rósea,
ca. 2,9 x 0,5 cm, estreitamente elíptica, ápice agudo; sépalas
laterais róseas, ca. 2,7 x 0,5 cm, estreitamente elípticas,
ápice agudo; pétalas róseas, ca. 2,7 x 0,8 cm, oblanceoladas,
levemente assimétricas, ápice agudo; labelo 3-lobado, ca.
2,7 x 0,9 cm, duas glândulas nectaríferas globosas na base,
crista central amarela ao longo do comprimento, no terço distal
a crista torna-se papilosa, lobos laterais ca. 1,9 cm compr., ápice
agudo, lobo mediano ca. 9 x 8 mm, largamente ovado, ungüiculado,
margem irregularmente denteada. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 10.IV.2007, bot., Abreu
et al. 173 (CESJ).
Distribuição geográfica: MG, SP, RJ (Pansarin 2005).
Cleistes gracilis foi encontrada a cerca de 1400m de altitude,
sendo observado apenas um indivíduo isolado, no campo úmido,
entre pteridófitas, ambiente preferencial desta espécie,
segundo Pansarin (2005). A crista central evidente ao longo do labelo,
geralmente amarelo-esverdeada e seu lobo central irregularmente denteado
distinguem C. gracilis de C. moritzii (Pansarin 2005). Além
disso, C. gracilis apresenta um porte menor em relação C. moritizii., |
Cleistes moritzii (Rchb. f.) Garay & Dunst., Venez.
Orchid. Ill. 4: 54. 1966.
Cleistes pluriflora (Barb. Rodr.) Schltr., Arch. Bot. São
Paulo 1: 179. 1926. |
|
Terrícola, clorofilada. Caule cilíndrico, multifoliado,
ca. 46 cm compr. Folhas alternas dísticas, sésseis. Lâmina
foliar verde, membranácea, patente, 3,5-7,5 x 1-1,5 cm, lanceolada,
ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical,
uniflora ou biflora, ca. 2,5 cm compr.; pedúnculo inconspícuo;
sépala dorsal rósea, ca. 2,3 x 0,5 cm, lanceolada, ápice
agudo.; sépalas laterais róseas, ca. 2,3 x 0,4 cm, lanceoladas,
ápice agudo; pétalas róseas, ca. 2,2 x 0,7 cm, elípticas,
ápice acuminado; labelo róseo, 3-lobado, ca. 2,2 x 1 cm,
elíptico, duas glândulas nectaríferas na base, crista
central alva ao longo do comprimento, no terço distal a crista
torna-se papilosa, lobos laterais ca. 1,8 x 0,4 cm, estreitamente oblongos,
lobo mediano ca. 3 x 3 mm, ovado, ápice agudo. Fruto não
visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 25.IV.2005, fl., Abreu
et al. 7 (CESJ); 1.IV.2006, fl., Viana et al. 2022 (CESJ).
Distribuição geográfica: BA, MG, RJ, América
Central (Pansarin 2005).
Foram encontrados indivíduos em campo e em áreas de transição.
Pansarin (2005) cita também sua ocorrência em campos alagados.
Atingem um porte maior do que C. gracilis, e possuem o lobo mediano
reduzido. |
Pogoniopsis cf. nidus-avis Rchb.f., Otia Bot. Hamburg.:
82. 1881. |
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Micoheterotrófica, aclorofilada. Caule cilíndrico, 8-17
cm compr., multifoliado. Folhas sésseis, alternas. Lâmina
foliar adpressa, cartácea, 1,5-2 x 0,5-0,6 cm, de lanceoladas a
ovadas, ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa,
apical, pauciflora, 3-6 cm compr.; pedúnculo ca. 1 cm compr. Flores
passadas. Frutos em formação, amarelos, glabros, perianto
persistente, 1-1,8 cm compr.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 21.V.2006, fr., Santiago
et al. 11 (CESJ).
Distribuição geográfica: MG (Pabst & Dungs 1975)
Única espécie micoheterotrófica da SN/SF. Foi coletada
em interior de mata formando grande população. Pode ser
facilmente diferenciada das demais espécies registradas na área
por ser aclorofilada. |
Chave de identificação para as espécies da subfamília
Orchidoideae
1. |
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Erva epífita, até 4 cm alt., folhas com
margem ciliada. |
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2. |
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Inflorescência capituliforme, com mais de duas flores |
Eurystyles actinosophila |
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2’ |
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Inflorescência racemosa, 1-2-flora |
Lankesterella ceracifolia |
1’. |
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Erva terrícola, maior que 20 cm alt., folhas com margem inteira. |
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3. |
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Labelo com cálcar |
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4. |
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Tuberóide presente, flores glabras, pétalas bífidas,
com ápice agudo, ou quando inteiras, com ápice truncado. |
Habenaria |
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5. |
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Labelos sem lobos |
Habenaria petalodes |
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5’. |
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Labelo com lobos |
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6. |
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Segmento mediano do labelo maior que os segmentos laterais |
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7. |
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Segmentos laterais do labelo maiores que a metade do segmento mediano,
segmento mediano, ca. 2 mm compr, obovado |
Habenaria parviflora |
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7’ |
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Segmentos laterais do labelo menores que a metade do segmento mediano,
segmento mediano, ca. 6 mm compr, estreitamente oblongo |
Habenaria josephensis |
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6’ |
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Segmento mediano do labelo menor que os segmentos laterais. |
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8. |
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Segmento inferior das pétalas maior que o segmento superior. |
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9. |
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Folhas rosuladas, pedicelo inconspícuo |
Habenaria pseudoglaucophylla |
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9’. |
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Folhas alternas dísticas, pedicelo rígido, ca. 2,5
cm compr. |
Habenaria rodeiensis |
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8’. |
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|
Segmento inferior das pétalas menor que o segmento superior. |
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10. |
Lâmina foliar linear, apressa ao caule, inflorescência
até 10 flores |
Habenaria rolfeana |
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10’. |
Lâmina foliar lanceolada, patente, inflorescência com
mais de 10 flores. |
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11. |
Cálcar até 2,5 cm compr., sépalas com aproximadamente
o mesmo compr., ca 7,5 mm |
Habenaria warmingii |
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11’. |
Cálcar com mais de 7 cm compr., sépala dorsal menor
que as sépalas laterais, sépala dorsal ca. 1,4 cm compr |
Habenaria macronectar |
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4'. |
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Tuberóide ausente, pedicelo, ovário e sépalas
pilosos, pétalas inteiras, com ápice agudo. |
Aspidogyne |
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12 |
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Inflorescência multiflora, flores alaranjadas, cálcar
com o ápice abruptamente dilatado |
Aspidogyne commelinoides |
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12’ |
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Inflorescência pauciflora, flores alvo-esverdeadas, cálcar
com dilatação gradual, pouco acentuada |
Aspidogyne hylibates |
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3'. |
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Labelo sem cálcar. |
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13. |
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Flores não ressupinadas, labelo cuculado ou côncavo. |
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14 |
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Inflorescência em racemo, sépalas e pétalas
retas, superfície do labelo verruculosa |
Cranichis candida |
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14'. |
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Inflorescência em espiga, sépalas e pétalas
fortemente recurvadas, superfície do labelo lisa |
Prescottia |
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15. |
Planta unifoliada |
P. montana |
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15'. |
Planta paucifoliada. |
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16 |
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Folha verde-escura, margem com uma fina listra alva, pseudopecíolo
10-13 cm compr., inflorescência ca. 76 cm compr. |
Prescottia stachyodes |
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16’. |
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Folhas verde-claras, pseudopecíolo 5-6 cm compr., inflorescência
ca. 47 cm compr. |
Prescottia phleoides |
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13' |
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Flores ressupinadas, labelo plano. |
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17. |
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Plantas áfilas na antese, flores róseas |
Sacoila lanceolata |
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17’. |
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Plantas com folhas na antese, flores alvas, creme ou verdes. |
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18, |
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Folhas verdes, esparsamente maculadas de creme, labelo com ápice
recurvado |
Mesadenus glaziovii |
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18’. |
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Folhas inteiramente verdes ou variegadas, labelo com ápice
ereto. |
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19. |
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Inflorescência secunda |
Cyclopogon warminigii |
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19’. |
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Inflorescência com flores espiraladas. |
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20. |
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Folhas variegadas, largamente elípticas, até 3,5 cm
compr |
Stigmatosema polyaden |
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20’. |
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Folhas verdes, estreitamente elípticas, maiores que 10 cm
compr. |
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21. |
Caule 2-foliado, pseudopecíolo ca. 21 cm compr., inflorescência
até 62 cm compr. |
Sarcoglottis umbrosa |
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21’. |
Caule multifoliado, pseudopecíolo ca. 8 cm compr., inflorescência
maior que 80 cm compr. |
Sauroglossum nitidum |
Aspidogyne commelinoides (Barb. Rodr.) Garay, Bradea 2:
201. 1977.
Physurus commelinoides Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1: 193. 1877.
Erythrodes commelinoides (Barb.Rodr.) Ames, Orchidaceae 7: 70.
1922. |
|
Terrícola, ca. 34 cm compr. Caule cilíndrico, multifoliado,
ca. 20 cm compr. Folhas espiraladas, pseudopecioladas; pseudopecíolo
ca. 2,5 cm compr. Lâmina foliar verde, membranácea, margem
inteira, 6,5-7,5 x 2,4-2,5 cm, lanceolada, ápice agudo. Inflorescência
racemosa, ereta, laxa, apical, multiflora, ca. 13,5 cm compr.; pedúnculo
ca. 6,5 cm compr.; sépala dorsal castanha, ca. 9 x 5 mm, rômbica,
face adaxial pilosa, ápice arredondado; sépalas laterais
castanhas, ca. 1 x 0,3 cm, estreitamente elípticas, face adaxial
pilosa, ápice arredondado; pétalas amarelas, ca. 9 x 3 mm,
oblanceoladas, assimétricas, ápice agudo; labelo castanho,
disco amarelo, 3-lobado, ca. 8 x 6 mm, lobos laterais ca. 5,5 mm compr.,
reniformes, lobo mediano ca. 2,5 x 3 mm, ovado, ápice agudo; cálcar,
clavado, ca. 1,4 cm compr., ca. 3 mm larg. na parte mais alargada. Fruto
não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 25.III.2006,
fl., Abreu et al. 67 (CESJ).
Distribuição geográfica: RJ, SP, MG (Pabst &
Dungs 1975).
Planta coletada em interior de Floresta Ombrófila Alto-Montana,
sendo encontrado apenas um indivíduo isolado. Diferencia-se de A. hylibates por apresentar flores alaranjadas, em inflorescência
multiflora e pelo cálcar com acentuada dilatação
na metade apical. |
Aspidogyne hylibates (Rchb. f.) Garay, Bradea 2: 202. 1977.
Physurus hylibates Rchb.f., Otia Bot. Hamburg.: 83. 1881.
Erythrodes hylibates (Rchb.f.) Garay & Pabst, Orquídea
(Rio de Janeiro) 18: 214. 1957. |
|
Terrícola, ca. 13 cm compr. Caule cilíndrico, multifoliado,
ca. 9 cm compr. Folhas espiraladas, pseudopecioladas; pseudopecíolo
ca, 2 cm compr. Lâmina foliar verde-clara, membranácea, margem
inteira, 3,4-5 x 1,6-1,7 cm, lanceolada, ápice agudo. Inflorescência
racemosa, ereta, laxa, apical, pauciflora, ca. 3,9 cm compr.; pedúnculo
ca. 1,2 cm compr.; sépala dorsal alvo-esverdeada, ca. 6 x 2 mm,
ovada, estrigosa na face abaxial, ápice agudo; sépalas laterais
alvo-esverdeadas, ca. 7 x 3 mm, elípticas, estrigosas na face abaxial,
ápice agudo; pétalas alvo-esverdeadas, ca. 6 x 1,8 mm, estreitamente
elípticas, levemente assimétricas, ápice agudo; labelo
alvo-esverdeado, ca. 6 x 3,5 mm, de âmbito elíptico, constrição
próxima ao ápice, ápice agudo; cálcar levemente
clavado, ca. 7 mm compr. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 22.II.2004,
bot., Assis et al. 991 (CESJ).
Distribuição geográfica: RJ, SP, MG (Pabst &
Dungs 1975).
Aspidogyne hylibates foi coletada em interior da mata, à beira
de curso d’água. Diferencia-se de A. hylibates por apresentar
flores verdes em inflorescência pauciflora e pelo cálcar
com dilatação gradual em direção ao ápice.
|
Cranichis candida (Barb. Rodr.) Cogn., Fl. bras. 3: 6:
248. 1895. |
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Terrícola, 27-33 cm compr. Caule inconspícuo, 3-foliado
a multifoliado. Folhas rosuladas, pseudopecioladas; pseudopecíolo
2,5-5 cm compr. Lâmina foliar verde, membranácea, margem
inteira, 6-7 x ca. 3,5 cm, elíptica, ápice agudo. Inflorescência
racemosa, ereta, laxa, lateral, multiflora, 27-33 cm compr.; pedúnculo
ca. 9 cm compr.; sépala dorsal alva com ápice verde, ca.
2 x 1 mm, elíptica, ápice agudo; sépalas laterais
alvas com ápice verde, ca. 2,5 x 1 mm, estreitamente elípticas,
ápice agudo; pétalas alvas, ca. 2 x 0,7 mm, estreitamente
oblongas, ápice arredondado; labelo alvo, pintalgado de verde,
ca. 3 x 2 mm, elíptico, verruculoso, côncavo, margem involuta,
ápice agudo. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 18.V.2006, fl.,
Abreu et al. 100 (CESJ); 3.VI.2006, fl., Konno et al. 869 (CESJ); 22.VIII.2006,
fr., Abreu et al. 104 (CESJ).
Distribuição geográfica: DF, MG, RJ, SP, PR, SC,
RS (Pabst & Dungs 1975), Argentina (World Checklist of Monocots 2004).
Foram encontrados indivíduos isolados de C. candida somente
em interior de floresta ombrófila, ao longo de trilha. É uma
espécie bastante comum, de modo que outros estudos mostram sua ocorrência
em formações variadas, sempre em interior de mata, porém
com diferentes condições de umidade. Batista & Bianchetti
(2003) citam sua ocorrência nas matas secas do Distrito Federal, Rocha
& Waechter (2006) nas florestas paludosas e pluviais da planície
do Rio Grande do Sul e Menini Neto et al. (2007) nas matas ciliares no Parque
Estadual do Ibitipoca, demonstrando sua capacidade de se adaptar a variados
tipos de ambientes. |
Cyclopogon warmingii (Rchb. f.) Schltr., Beih. Bot. Centralbl.
37: 396. 1920.
Beadlea warmingii (Rchb.f.) Garay, Bot. Mus. Leafl. 28: 301. 1980
(publ. 1982). |
|
Terrícola, ca. 34-43 cm compr. Caule inconspícuo, 3-foliado
a multifoiado. Folhas rosuladas, pseudopecioladas; pseudopecíolo
ca. 6,5 cm compr. Lâmina foliar verde, membranácea, margem
inteira, 9-11 x 1,5-2 cm, estreitamente elíptica, ápice
agudo. Inflorescência racemosa, levemente curva, laxa, apical, multiflora,
secunda, 34-43 cm compr.; pedúnculo ca. 31 cm compr.; sépala
dorsal verde-escuro, ca. 7 x 2 mm, lanceolada com uma constrição
próxima à base, ápice agudo; sépalas laterais
verde-claro, ca. 8 x 2 mm, lanceoladas, estrigosas, assimétricas,
ápice agudo; pétalas verde-claro, ca. 6 x 1 mm, oblanceoladas,
coniventes à sépala dorsal, assimétricas, ápice
arredondado. Labelo verde-claro, passando a alvo, ca. 8,5 x 4 mm, panduriforme,
margem involuta, duas projeções chifriformes próximas
à sua base, retrorsas, ápice expandido lateralmente, crenado.
Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 20.VIII.2004, bot., Matozinhos
et al. 19 (CESJ); 18.IV.2006, fl., Abreu et al. 78 (CESJ).
Distribuição: RJ, SP, MG (Pabst & Dungs 1975).
Espécie encontrada somente em um determinado cânion, em mata
de grota. A lâmina foliar estreitamente elíptica, com um
longo pseudopecíolo e inflorescência secunda são características
que distinguem C. warmingii das demais espécies de orquídeas
registradas na área de estudo |
Eurystyles actinosophila (Barb. Rodr.) Schltr., Repert.
Spec. Nov. Regni Veg. Beih. 35: 39. 1925. |
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Epífita, cespitosa, ca. 3,5 cm compr. Caule inconspícuo,
multifoliado. Folhas rosuladas, sésseis. Lâmina foliar glauca,
membranácea, ciliada, 2,5-3,5 x 0,9-1,2 cm, oblanceolada à
obovada, ápice acuminado. Inflorescência em capítulo,
pendente, apical, multiflora, ca. 3,5 cm compr.; sépala dorsal
alva, ca. 4 x 1 mm, lanceolada, ápice agudo; sépalas laterais
alvas, ca. 5 x 1 mm, lanceoladas, ápice agudo; pétalas alvas,
ca. 3 x 0,5 mm, oblanceoladas, coniventes com a sépala dorsal,
ápice arredondado; labelo alvo, 3-lobado, ca. 5 x 1 mm, âmbito
estreitamente oblongo, aurículas laterais, ca. 1 mm, basais, voltadas
para trás, lobo mediano papiloso, ca. 1,4 x 1,2 mm. Fruto não
visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 21.V.2006, fl., Santiago et
al. 4 (CESJ); 17.III.2007, fl., Menini Neto et al. 431 (CESJ).
Distribuição geográfica: estados da região
Sul e Sudeste do Brasil, até Argentina (Pabst & Dungs 1975,
World Checklist of Monocots 2004).
Miller et al. (2006) cita a preferência desta espécie pelas
partes mais baixas dos troncos das árvores e por locais com significativa
umidade. Estas condições ambientais também foram observadas
nos locais de ocorrência de E. actinosophila na área
de estudo, como é o caso das matas nebulares de determinados locais
da região. Junto com Lankesterella ceracifolia é a
menor espécie observada na área de estudo, diferindo dela
pela presença de flores muito pequenas em capítulo.
|
Habenaria josephensis Barb. Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2:
257. 1881.
Habenaria wacketii Porsch, Oesterr. Bot. Z. 55: 150. 1905.
Habenaria bradeana Kraenzl., Ark. Bot. 14(10): 3. 1915.
Habenaria heterophylla Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. 16:
253. 1919.
Habenaria foliosissima Kraenzl., Ark. Bot. 16(8): 4. 1921.
Habenaria paranaguensis Hoehne, Arq. Bot. Estado São Paulo
2: 105. 1950. |
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Terrícola, 53-143 cm compr. Caule ca. 38-94 cm compr., cilíndrico,
multifoliado. Folhas espiraladas, sésseis. Lâmina foliar
verde, membranácea, margem inteira, 8,5-15,5 x 2,8-2,4 cm, elípticas
a estreitamente elípticas, ápice agudo. Inflorescência
racemosa, ereta, laxa, apical, multiflora, ca. 30 cm compr.; pedúnculo
ca. 21,5 cm compr.; sépala dorsal verde-claro, ca. 3,5 x 3 mm,
sub-orbicular, cuculada, ápice arredondado a obtuso; sépalas
laterais verde-claro, ca. 6 x 3 mm, falciformes, levemente côncavas,
margem inferior involuta, ápice mucronado; pétalas bipartidas,
verde-claras, segmento anterior ca. 0,5 x 0,3 mm, ápice agudo,
segmento posterior assimétrico, ca. 3 x 1,5 mm, oblongo, ápice
truncado com pequeno apículo; labelo carnoso, verde-claro, tripartido,
com os segmentos laterais pouco ou bem desenvolvidos, segmentos laterais
ca. 2 mm compr., lineares, segmento mediano ca. 6 x 1 mm, estreitamente
oblongo ápice truncado com pequeno apículo; cálcar
ca. 9 mm compr. Frutos não vistos.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 26.II.2006,
fl., Viana & Mota 1907 (CESJ); 18.IV.2006, fl., Menini Neto et al.
180 (CESJ); 10.IV.2007, fl., Abreu et al. 190 (CESJ).
Distribuição geográfica: BA, ES, MG, PE, PB, PR,
RJ, RS, SC, SP (Batista & Bianchetti 2002).
Dentre as espécies do gênero encontradas na região estudada Habenaria josephensis, é a que atinge o maior porte, variando
de 0,66-1,45 m alt. Foi coletada em interior de mata e foram observadas
tanto no campo, quanto em áreas de transição da mata
com o campo. Os indivíduos foram encontrados isolados e na faixa
entre 1200 e 1600m de altitude. |
Habenaria macronectar (Vell.) Hoehne, Bot. Jahrb. Syst.
68: 128. 1937. |
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Terrícola, ca. 52 cm compr. Caule quadrangular, ca. 17 cm compr.,
multifoliado. Folhas espiraladas, sésseis. Lâmina foliar
verde, membranácea, margem inteira, 7-10 x 1,5-2,5 cm, lanceolada,
ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical,
multiflora, ca. 35 cm compr.; pedúnculo ca. 4 cm compr.; sépala
dorsal verde, ca. 1,4 x 0,8 cm, elíptica, cuculada, ápice
mucronado; sépalas laterais verdes, ca. 1,9 x 0,8 cm, elípticas,
assimétricas, ápice mucronado; pétalas bipartidas
amarelas, segmento anterior ca. 2,7 cm compr., filiforme, segmento posterior
ca. 1,6 x 0,2 cm, falciforme, conivente à sépala dorsal,
ápice mucronado; labelo creme, tripartido, segmentos laterais ca.
2,8 x 0,1 cm, filiformes, segmento mediano ca. 1,6 x 0,1 cm, filiforme,
carnoso, porção indivisa do labelo ca. 6 mm compr.; cálcar
ca. 7 cm compr. Frutos não vistos.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 26.I.2007, fl.,
Salimena & Nobre 2369 (CESJ).
Distribuição geográfica: estados das regiões
Sul e Sudeste do Brasil e Uruguai (Pabst & Dungs 1975, World Checklist
of Monocots 2004).
Habenaria macronectar é uma espécie rara na área
de estudo, coletada apenas em um local, à beira do curso d’água.
Outros estudos apontam também a raridade desta espécie e a
preferência por ambientes úmidos, próximos a cursos
d’água. Possui porte médio, distinguindo-se das outras
espécies da região por possuir um cálcar muito longo
em relação ao tamanho da flor. |
Habenaria parviflora Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 314.
1835.
Habenaria montevidensis f. parviflora (Lindl.) Pabst, Orquídea
(Rio de Janeiro) 19: 84, 1957. |
|
Terrícola, ca. 37 cm compr. Caule cilíndrico, ca. 21 cm
compr., multifoliado. Folhas alternas, sésseis. Lâmina foliar
membranácea, margem inteira, 6,5-11,5 x 0,6-0,8 cm, estreitamente
elíptica, ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta,
laxa, apical, multiflora, ca. 16 cm compr.; pedúnculo ca. 12 cm
compr.; sépala dorsal verde-claro, ca. 3 x 2 mm, elíptica,
levemente côncava, ápice cuspidado ou arredondado; sépalas
laterais verde-claras, ca. 3 x 1,7 mm, falciformes, levemente côncavas,
ápice mucronado; pétalas verdes-claras, bipartidas, segmento
anterior ca. 1 x 0,1 mm, linear, segmento posterior ca. 3 x 1 mm, lanceolado,
assimétrico, ápice agudo; labelo verde-claro, tripartido,
carnoso, segmentos laterais ca. 2 x 0,2 mm, lineares, segmento mediano
ca. 2,4 x 1 mm, obovado, ápice agudo; cálcar ca. 6 mm compr.
Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 27.I.2007, fl.,
Menini Neto et al. 293 (CESJ).
Distribuição geográfica: América do Sul (World
Checklist of Monocots 2004).
Espécie rara na área de estudo em campo encharcado. Foram
encontrados apenas indivíduos de pequeno porte, porém Batista
et al. (2004) e Rocha & Waechter (2006), chamam atenção
à variação no porte desta espécie. Em ambos
os estudos, H. parviflora também é encontrada em
locais úmidos. Diferencia-se principalmente por apresentar as menores
flores dentre as espécies de Habenaria registradas na área. |
Habenaria petalodes Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 316. 1835. |
|
Terrícola, 35-84 cm compr. Caule cilíndrico, 19-58 cm compr.,
multifoliado. Folhas espiraladas, sésseis. Lâmina foliar
membranácea, margem inteira, 6,5-13 x 2-4,5 cm, estreitamente elíptica,
ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical,
multiflora, 23-19,5 cm compr.; pedúnculo ca. 11,5 cm compr.; sépala
dorsal verde-amarelado, ca. 7 x 6 mm, largamente elíptica, ápice
retuso; sépalas laterais verde-amareladas, ca. 9 x 4 mm, falciformes,
ápice agudo; pétalas indivisas, verde-amareladas, ca. 8
x 6 mm, amplamente ovóides, assimétricas, ápice emarginado;
labelo indiviso, verde amarelado, ca. 1,4 x 0,1 cm, linear, carnoso; cálcar
ca. 2,5 cm compr. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 17.IV.2006, fl., Abreu et al.
75 (CESJ); 16.II.2007, bot., Salimena et al. 2412 (CESJ); 26.06.2008, fl.,
Souza 516 (CESJ).
Distribuição geográfica: América do Sul (World
Checklist of Monocots 2004).
Habenaria petalodes possui porte mediano e diferencia-se das outras espécies
do gênero na área de estudo por apresentar as pétalas
laterais indivisas e com o ápice truncado. Segundo Batista et al.
(2004) esta espécie alcança grande abrangência no
habitat, estando associada a campos abertos graminosos ou a bordas de
florestas de galeria, porém adapta-se bem a locais perturbados,
como é o caso de sua ocorrência na área estudada,
onde foi coletada. Leoni (1990) e Batista et al. (2004), observaram que
esta espécie exala odor durante a noite. |
Habenaria pseudoglaucophylla J.A.N.
Batista, R.C. Mota & N. Abreu, Novon 18(4): 409. 2008. |
|
Terrícola, 21-31 cm compr. Caule inconspícuo, multifoliado.
Folhas sésseis, rosuladas. Lâmina foliar membranácea,
2,1-8,3 x 0,7-1,9 cm, estreitamente elípticas, ápice acuminado.
Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical, 26-28,5 cm compr.;
pedúnculo ca. 20 cm compr.; sépala dorsal verde amarelada,
ca. 5,9 x 3,5 mm, sub-orbicular, cuculada, ápice arredondado; sépalas
laterais verde-amareladas, ca. 7,8 x 3,5 mm, falciformes, levemente côncavas,
margem superior revoluta, ápice agudo, múcron dorsal, subapical;
pétalas bipartidas, verde amareladas, segmento anterior ca. 1,5
x 1 mm, oblongo, ápice arredondado, segmento posterior 4,3-4,8
x 1,8-1,7 mm, oblongo, conivente à sépala dorsal, ápice
emarginado; labelo verde-amarelado, tripartido, segmentos laterais ca.
9 mm compr., filiformes, dentículo subapical, ápice agudo,
segmento mediano ca. 9 x 1 mm, linear, ápice truncado; cálcar
ca. 1,9 cm. Frutos não vistos.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 17.IV.2006, fl./fr. Abreu et
al. 73 (CESJ); 31.III.2008, fl. Abreu et al. 196 (CESJ).
Distribuição geográfica: MG (Batista et al. 2008)
Habenaria pseudoglaucophylla diferencia-se das outras espécies
de Habenaria da região principalmente por apresentar folhas
rosuladas, agrupadas na base do caule curto. Ocorre em área campestre,
a ca. 1100m de altitude, associada a afloramentos de quartzito, sendo registrada
até o momento apenas no estado de Minas Gerais (Batista et al. 2008).
Exceto pela área estudada, sob o domínio Atlântico,
todos os demais registros estão limitados em região localizada
no domínio do Cerrado. Na área de estudo foram encontrados
alguns indivíduos em campo úmido. |
Habenaria rodeiensis Barb. Rodr., Gen. Spec. Orchid.
2: 256. 1881.
Habenaria carvalhoi Ruschi, Orquid. Nov. Estad. Espirito Santo:
31. 1946. |
|
Terrícola, ca. 70 cm compr. Caule cilíndrico, ca. 48 cm
compr., multifoliado. Folhas alternas, sésseis. Lâmina foliar
verde, membranácea, margem inteira, ca. 9 x 1,5 cm, lanceoladas,
ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical,
pauciflora, ca. 22 cm compr.; pedúnculo ca. 17 cm compr. Flores
passadas, pedicelo ca. 2 cm compr. Frutos imaturos, glabros, perianto
persistente, ca. 1,5 cm compr.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto,16.III.2007, fr., Abreu et al.
143 (CESJ).
Distribuição geográfica: América Central,
norte da América do Sul e Brasil (World Checklist of Monocots 2004).
Habenaria rodeiensis é uma planta de médio porte, cujo pedicelo
longo, de ca. 2 cm compr., permite distingui-la das outras espécies.
Embora esta seja uma característica compartilhada com outras três
espécies (H. tamanduensis Schltr., H. longipedicellata Hoehne, H. lehmanniana Kraenzl.), nenhuma delas ocorre na Floresta
Atlântica (J. A. N. Batista, com. pess.), permitindo sua identificação
mesmo sem a presença de flores. Foi observado um indivíduo
isolado com flores passadas, em início de frutificação,
em barranco, em local úmido. No Distrito Federal é encontrada
sob as mesmas condições ambientais (Batista & Biancheti
2003). |
Habenaria rolfeana Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni
Veg. 27: 298. 1930. |
|
Terrícola, 25,5-71 cm compr. Caule cilíndrico, 15-49 cm
compr., 3-foliado a multifoliado. Folhas espiraladas, sésseis.
Lâmina foliar verde, membranácea, margem inteira, ca. 13
x 0,2 cm, linear, ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta,
laxa, apical, pauciflora, 10-18 cm compr.; pedúnculo ca. 9,5 cm
compr.; sépala dorsal verde-claro, ca. 6 x 5 mm, largamente ovado,
ápice agudo; sépalas laterais verde-claro, ca. 7 x 6 mm,
falciformes, ápice agudo; pétalas bipartidas, verde-amarelado,
segmento anterior ca. 9 mm compr., filiforme, segmento posterior ca. 5
x 2 mm, falciforme, ápice agudo; labelo verde-amarelado, tripartido,
segmentos laterais ca. 1 cm compr., filiformes, segmento mediano ca. 8
mm compr., linear, cálcar ca. 1,5 cm compr. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 22.IV.2005,
Abreu et al. 20 (CESJ); 26.II.2006, bot., Viana & Mota 1906 (CESJ);
18.V.2006, fl., Abreu et al. 96 (CESJ).
Distribuição geográfica: estados da região
sudeste do Brasil e Paraná (Pabst & Dungs 1975, World Checklist
of Monocots 2004).
Foram encontrados indivíduos de pequeno a médio porte, formando
população de tamanho considerável (30-40 indivíduos),
somente nas partes mais altas da área de estudo, em campo úmido.
Os segmentos medianos do labelo e o segmento anterior da pétala
são projetados para cima, como em H. warmingii, porém
não tão longos como nesta, além de apresentarem porte
menor. |
Habenaria warmingii Rchb. f. & Warm., Otia Bot. Hamburg.:
80. 1881.
Habenaria riedelii Cogn., Fl. bras. 3(4): 80. 1893. |
|
Terrícola, ca. 61,5 cm compr. Caule cilíndrico, ca. 37 cm
compr., multifoliado. Folhas espiraladas, sésseis. Lâmina
foliar membranácea, margem inteira, ca. 1,8 x 2,5 cm, lanceolada,
ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical,
multiflora, ca. 24,5 cm compr.; pedúnculo ca. 5,5 cm compr.; sépala
dorsal verde-escuro, ca. 7 x 4 mm, ovada, ápice agudo; sépalas
laterais verde-escuro, ca. 8 x 3 mm, lanceoladas, ápice mucronado;
pétalas bipartidas verde-claras, segmento anterior ca. 2,7 cm compr.,
filiforme, segmento posterior ca. 9 x 1 mm, falciforme, ápice agudo;
labelo verde-claro, tripartido, segmentos laterais ca. 2,2 cm compr. filiformes,
segmento mediano ca. 8 mm compr., linear. Cálcar ca. 2,3 cm compr.
Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 22.II.2004,
fl., Assis et al. 980 (CESJ).
Distribuição geográfica: estados da região
Sul e Sudeste do Brasil (Batista & Biancheti 2002), Bolívia
até a Argentina (World Checklist of Monocots 2004).
Possui porte mediano, diferenciando-se das outras espécies de Habenaria por apresentar o segmento anterior da pétala e os segmentos
laterais do labelo, filiformes e voltados para cima. Na área de
estudo, H. warmingii foi coletada em local alagado no período chuvoso,
no interior da mata. Em Macaé de Cima esta espécie é
encontrada em locais muito úmidos, mas nunca alagados (Miller &
Warren 1996). Freqüentemente identificada como H. riedelii,
considerado sinônimo (Batista & Bianchetti 2002). |
Lankesterella ceracifolia Ames, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem
15: 217. 1940. |
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Epífita, cespitosa, ca. 2 cm compr. Caule inconspícuo, paucifoliado,
geralmente 4-foliado. Folhas rosuladas, sésseis. Lâmina foliar
glauca, membranácea, ciliada, ca. 2 x 0,5 cm, oblanceolada, ápice
agudo. Inflorescência uniflora, curva, apical, ca. 2 cm compr.;
pedúnculo inconspícuo; sépala dorsal alva, ca. 1,2
x 0,3 cm, lanceolada, face abaxial pilosa, ápice agudo; sépalas
laterais alvas, ca. 1,8 x 0,25 cm, lanceoladas, adnatas ao pé da
coluna formando mento, levemente assimétricas, face abaxial pilosa,
ápice agudo; pétalas alvas, ca. 1,2 x 0,3 cm, oblanceoladas,
assimétricas, coniventes à sépala dorsal, ápice
agudo; labelo alvo com estrias verdes, ca. 1,8 x 1 cm, panduriforme, ápice
arredondado. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 26.II.2006, fl., Viana &
Mota 1903 (CESJ).
Distribuição geográfica: RJ, SP, PR, SC, RS, MG (Pabst
& Dungs 1975), Argentina (World Checklist of Monocots 2004).
Espécie vegetativamente semelhante a Eurystyles actinosophila,
com folhas rosuladas e glaucas, porém podem ser diferenciadas facilmente
pelo tamanho e morfologia das flores, além de L. ceracifolia possuir
inflorescência uniflora e E. actinosophila possuir inflorescência
em capítulo. Lankesterella ceracifolia foi coletada somente
em mata nebular, condição de alta umidade semelhante à
Serra dos Órgãos, onde também pode ser encontrada
(Miller et al. 2006). |
Mesadenus glaziovii (Cogn.) Schltr. Beih. Bot. Centralbl.
37(2): 368. 1920. |
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Terrícola, ca. 19 cm compr. Caule inconspícuo, 3-foliado.
Folhas rosuladas, pseudopecioladas; pseudopecíolo ca. 5 mm compr.
Lâmina foliar verde clara com a face adaxial maculada de creme,
membranácea, margem inteira, 5-7 x 1,7-3 cm, elíptica, ápice
agudo. Inflorescência em espiga, ereta, laxa, apical, ca. 19 cm
compr.; pedúnculo ca. 13,5 cm compr.; sépala dorsal creme,
ca. 4 x 1,5 mm, lanceolada, cuculada, involuta e pilosa na face abaxial,
ápice agudo; sépalas laterais cremes, ca. 5 x 1,3 cm, de
lanceoladas a elípticas, involutas, adnatas ao pé da coluna
formando mento, pilosas na face adaxial, ápice agudo; pétalas
creme, ca. 4 x 1 mm, elípticas, involutas, conivente com a sépala
dorsal, ápice agudo; labelo creme, ca. 6 x 2 mm, estreitamente
elíptico, recurvado, duas projeções ca. 0,5 mm compr.,
semi-cilíndricas, próximas à base, retrorsas, ápice
agudo. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 18.III.2007, fl., Menini
Neto et al. 364 (CESJ).
Distribuição geográfica: BA, MG, RJ (Barros &
Pinheiro 2004).
Foi encontrado apenas um indivíduo isolado de M. glaziovii,
em serrapilheira no interior de mata, próximo ao curso d’água,
ambiente diferente daquele citado por Barros & Pinheiro (2004) para
esta espécie, em Grão Mogol, onde ocorre em campo rupestre,
sobre solo arenoso. Pode ser diferenciada vegetativamente das espécies
registradas na área de estudo por possuir folhas verde-claras,
maculadas de creme na face adaxial. |
Prescottia montana Barb. Rodr., Gen. Sp. Orchid. 1: 178.
1877. |
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Terrícola 61-69 cm compr. Caule inconspícuo, unifoliado.
Folha pseudopeciolada; pseudopecíolo ca. 8 cm compr. Lâmina
foliar verde-escura, cartácea, margem inteira, ca. 12 x 2,5 cm,
estreitamente elíptica, ápice agudo. Inflorescência
em espiga, ereta a levemente curva, laxa, apical, multiflora, 61-69 cm
compr.; pedúnculo 45,5-48 cm compr.; sépala dorsal verde,
ca. 4 x 1 mm, lanceolada, fortemente recurvada, ápice agudo; sépalas
laterais verdes, ca. 5 x 1 mm, lanceoladas, fortemente recurvadas, ápice
agudo; pétalas verdes, ca. 4 x 0,5 mm, obovadas ou estreitamente
oblongas, fortemente recurvadas, ápice arredondado; labelo verde,
ca. 6 x 3 mm, cuculado, margem involuta, dois apêndices basais,
retrorsos, ca. 0,5 cm compr., ápice arredondado. Fruto não
visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 21.IV.2004, fl., Salimena
et al. 1329 (CESJ); 22.IV.2005, bot., Abreu et al. 21 (CESJ);
18.IV.2006, fl., Menini Neto et al. 182 (CESJ); 21.V.2006, fl., Santiago
et al. 6 (CESJ).
Distribuição geográfica: ES, RJ, SP, PR, SC, MG (Pabst
& Dungs 1975, World Checklist of Monocots, 2004).
Foram coletados indivíduos isolados de P. montana em várias
altitudes na área de estudo, desde a 900 m.s.m., até em
uma região situada 1700 m.s.m., porém sempre associada às
áreas campestres. Pode ser distinguida das outras espécies
do gênero por apresentar o caule unifoliado. |
Prescottia phleoides Lindl., Gen. Sp. Orchid.
Pl. 453. 1840. |
|
Terrícola, ca. 48 cm compr. Caule inconspícuo, 3-foliado.
Folha pseudopeciolada; pseudopecíolo ca. 4,5 cm compr. Lâmina
foliar verde, membranácea, margem inteira, ca. 16,5 x 3,1 cm, espatulada,
ápice agudo. Inflorescência em espiga, ereta, laxa, lateral,
multiflora, ca. 47,5 cm compr.; pedúnculo ca. 42,5 cm compr.; sépala
dorsal verde ca. 2,5 x 1 mm, ovada, fortemente recurvada, ápice
agudo; sépalas laterais verdes, ca. 2 x 1,5 mm, ovadas, fortemente
recurvadas, ápice agudo; pétalas verdes, ca. 2 x 0,7 mm,
ovadas, fortemente recurvadas, ápice agudo; labelo verde, ca. 2
x 1,5 cm, cuculado, margem involuta, dois apêndices basais, retrorsos,
ca. 0,2 mm compr., ápice arredondado. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 22.VIII.2006, fl., Abreu
et al. 105 (CESJ).
Distribuição geográfica: MG (Pabst & Dungs 1975,
World Checklist of Monocots 2004).
Espécie coletada somente em área de campo. Pode ser diferenciada
de P. stachyodes e P. montana por seu porte menor e folhas
membranáceas, além de suas flores menores. |
Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl., Edwards's Bot. Reg.
22: t. 1915. 1836.
Prescottia colorans Lindl., Edwards's Bot. Reg. 22: t. 1915. 1836.
Prescottia galeottii Rchb.f., Linnaea 19: 377. 1846.
Prescottia longipetiolata Barb.Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1: 177.
1877.
Prescottia paulensis Cogn., Fl. bras. 3(6): 548. 1906.
Prescottia longifolia Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. Beih.
7: 51. 1920.
Prescottia smithii Schltr., Repert. Spec. Nov. Regni Veg. Beih.
7: 52. 1920.
Prescottia colorans var. macrophylla Hoehne, Revista Soc.
Brasil. Agron. 8(2): 222. 1945. |
|
Terrícola, ca. 75 cm compr. Caule inconspícuo, 3-foliado.
Folha pseudopeciolada, pseudopecíolo 9-11 cm compr. Lâmina
foliar verde, matizada de verde-claro com a margem alva, cartácea,
margem inteira, 12,7-16 x 4-5,5 cm, estreitamente elíptica, ápice
agudo. Inflorescência em espiga, ereta, laxa, lateral, multiflora,
ca. 74,5 cm compr.; pedúnculo ca. 50,5 cm compr.; sépala
dorsal verde-claro, ca. 3,5 x 1,5 mm, ovada, fortemente recurvada, ápice
agudo; sépalas laterais verde-claras, ca. 4 x 1,5 mm, estreitamente
ovadas, levemente assimétricas, fortemente recurvadas, ápice
agudo; pétalas verde-claras, ca. 4 x 0,7 mm, lanceoladas, fortemente
recurvadas, ápice arredondado; labelo verde-claro, ca. 5 x 3 mm,
cuculado, margem involuta, ápice agudo. Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 22.I.2006, fl., Menini Neto
et al. 233 (CESJ).
Distribuição geográfica: Região neotropical
(Pabst & Dungs 1975, World Checklist of Monocots 2004).
Observada em borda de mata. Batista & Bianchetti (2003), Rocha &
Waechter (2006) e Menini Neto et al. (2004a, 2007) observaram sua associação
com as matas, contudo o grau de umidade parece não influenciar
sua ocorrência, uma vez que no Distrito Federal P. stachyodes ocorre nas matas secas, no Rio Grande do Sul é encontrada nas florestas
paludosas de restinga e em florestas pluviais de planície, na Reserva
Biológica da Represa do Grama em floresta estacional semidecidual
e no Parque Estadual do Ibitipoca em matas nebulares. O maior porte, as
folhas verdes matizadas de verde-claro, com uma estreita listra alva na
margem são características que a diferencia das outras espécies
de Prescottia da área de estudo. |
Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay, Bot. Mus. Leafl. 28:
352. 1980 (publ. 1982).
Stenorrhynchos lanceolatum (Aubl.) Rich., De Orchid. Eur.: 37.
1817.
Stenorrhynchos australe Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl.: 477. 1840.
Stenorrhynchos coccineum (Vell.) Hoehne, Arq. Bot. Estado São
Paulo 2: 146. 1952. |
|
Terrícola, ca. 32 cm compr. Caule inconspícuo, áfilo
na antese. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical, margem
inteira, ca. 32 cm compr.; pedúnculo ca. 23 cm compr.; sépala
dorsal rósea, ca. 1,5 x 0,5 cm, lanceolada, pilosa na face abaxial,
ápice agudo; sépalas laterais róseas, ca. 1,8 x 0,3
cm, lanceoladas, pilosa na face abaxial, levemente assimétricas,
parcialmente conadas e adnatas ao pé da coluna, formando mento,
ápice agudo; pétalas róseas, ca. 1,3 x 0,3 cm, elípticas,
assimétricas, ápice agudo; labelo róseo, ca. 1,7
x 0,5 cm, rômbico, piloso na base, ápice agudo. Fruto com
perianto persistente, estrigoso, ca. 1 cm compr.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 21.VIII.2004, bot., Matozinhos
et al. 54 (CESJ); 09.XI.2006, fl./fr., Abreu et al. 35 (CESJ).
Distribuição geográfica: Região Neotropical
(Pabst & Dungs 1975, World Checklist of Monocots 2004).
Sacoila lanceolata foi coletada ao longo da borda de trilha, sempre
em campo. Rocha & Waechter (2006), destacam sua preferência
por ambientes antropizados, no litoral norte do Rio Grande do Sul, característica
comprovada pelo seu registro nos gramados do campus da Universidade Federal
de Juiz de Fora (Santiago & Menini Neto 2006). A cor rósea
de suas flores é a característica mais marcante para diferenciá-la
das demais Orchidoideae registradas na área de estudo, além
da ausência de folhas no período de floração. |
Sarcoglottis umbrosa (Barb. Rodr.) Schltr., Beih. Bot.
Centralbl. 37(2): 422. 1920. |
|
Terrícola, ca ca. 62 cm compr. Caule inconspícuo, 2-foliado.
Folha pseudopeciolada, pseudopecíolo ca. 21 cm compr. Lâmina
foliar verde, membranácea, margem inteira, ca. 12 x 3,5 cm, elíptica,
ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta, laxa, apical,
multiflora, ca. 62 cm compr.; pedúnculo ca. 55 cm compr. Frutos
estrigosos, ca. 1,5 cm compr., perianto caduco.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 21.V.2006, fr., Santiago
et al. 12 (CESJ).
Distribuição geográfica: MG (Pabst & Dungs 1975).
Apenas um indivíduo isolado foi observado em trilha. O único
indivíduo coletado de S. umbrosa estava em período
de frutificação, porém sua identificação
e diferenciação das demais espécies puderam ser obtidas
pelas características vegetativas marcantes, principalmente pelas
folhas que apresentam um longo pseudopecíolo, ca. 21 cm compr. |
Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr., Beih. Bot. Centralbl.
37(2): 376. 1920.
Sauroglossum elatum Lindl., Edwards's Bot. Reg. 19: t. 1618. 1833. |
|
Terrícola, ca. 81 cm compr. Caule inconspícuo, multifoliado.
Folha pseudopeciolada; pseudopecíolo ca. 8 cm compr. Lâmina
foliar verde, cartácea, margem inteira, 20-26 x 5-5,5 cm, estreitamente
elíptica, ápice agudo. Inflorescência racemosa, ereta,
laxa, apical, multiflora, ca. 81 cm compr.; pedúnculo ca. 50 cm
compr.; sépala dorsal verde, ca. 1 x 0,3 cm, estreitamente obovada,
côncava, estrigosa na face abaxial, ápice agudo; sépalas
laterais verdes, ca. 1,4 x 0,3 cm, estreitamente obovadas, estrigosas
na face abaxial, ápice agudo; pétalas verdes, ca. 1,2 x
0,2 cm, espatuladas, levemente assimétricas, coniventes a sépala
dorsal, ápice agudo; labelo alvo, ca. 1,4 x 0,4 cm, estreitamente
oblongo, carnoso, comprimido lateralmente, dois apêndices basais,
retrorsos, ca. 2 mm compr., ápice arredondado, recurvado e crenulado.
Fruto não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, fl. cult. XI.2007,
fl., Souza et al. 286 (CESJ).
Distribuição geográfica: estados do sul e sudeste
do Brasil até a Argentina, Colômbia ao Equador (Pabst &
Dungs 1975, World Checklist of Monocots 2004).
Foram observados indivíduos isolados em área de campo, interior
e borda de mata, tanto na parte mais baixa da área estudada, quanto
nas cotas mais altas. Diferencia-se das demais espécies de Orchidoideae
pelas folhas e inflorescência longas e pela morfologia floral. |
Stigmatosema polyaden (Vell.) Garay, Bot. Mus. Leafl. 28:
377. 1982.
Cyclopogon polyaden (Vell.) F.S. Rocha & Waechter, Acta Bot.
Brasil. 20: 78. 2006.
Cyclopogon chloroleucus Barb. Rodr., Gen. Spec. Orchid. 1: 3. 1877. |
|
Terrícola, ca. 26,5 cm compr. Caule inconspícuo, multifoliado.
Folhas rosuladas, pseudopecioladas; pseudopecíolo ca. 1 cm compr.
Lâmina foliar verde escura, variegada, cartácea, margem inteira,
2,5-3,5 x 1-1,5 cm, elíptica, ápice agudo. Inflorescência
racemosa, ereta, laxa, apical, multiflora, espiralada, ca. 26,5 cm compr.;
pedúnculo ca. 21 cm compr.; sépala dorsal ca. 5 x 2 mm,
lanceolada com uma constrição próxima da base, face
abaxial estrigosa na base, ápice agudo; sépalas laterais
ca. 6 x 2 mm, oblanceoladas, levemente assimétricas, face abaxial
estrigosa na base, ápice agudo; pétalas assimétricas,
ca. 4 x 0,8 mm, ligulada, ápice arredondado; labelo ca. 6 x 3 mm,
panduriforme, margem involuta, duas projeções chifriformes
próximas à base, ápice expandido e obcordado. Fruto
não visto.
Material examinado: Minas Gerais: Rio Preto, 17.IV.2006, fl., Abreu et
al. 77 (CESJ).
Distribuição geográfica: estados do sudeste e sul
do Brasil, até a Argentina (Pabst & Dungs 1975, World Checklist
of Monocots 2004).
Stigmatosema polyaden foi encontrada somente na mata de grota,
região mais baixa da área de estudo, em mata de encosta.
É facilmente reconhecida por características vegetativas,
como número e padrão de coloração das folhas
com faixas longitudinais verde-claras e verde-escuras alternadas. |
Agradecimentos
À FAPEMIG, pela concessão de auxílio (CRA 1891/06
e CRA 1810-5.02/07) e pela concessão de bolsa de Iniciação
Científica a N. L. Abreu. A João Aguiar Nogueira Batista
pelas informações sobre o gênero Habenaria.
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