Etimologia: Dendro significa árvore e bium (bios) é vida, ou seja, o que vive nas árvores.

No sentido tradicional, Dendrobium é um dos mais diversificados gêneros dentro da família Orchidaceae tanto no que diz respeito à aparência da planta, tamanho da flor, duração , colorido e cuidados culturais. As flores podem ser de longa duração, como o caso do Dendrobium nobile ou de curtíssima duração como é o caso do Dendrobium aggreatum.
Em geral, as espécies são epífitas, mas algumas vegetam também como rupícolas.
Com mais de 1.400 espécies, o gênero ocorre no sudeste asiático, nas ilhas do Oceano Pacífico, no Hamalaia, Malásia, China, Formosa, Japão, Filipinas, Fiji, Austrália, Nova Zelândia. Myanmar é um dos mais ricos habitats do gênero (The Dendrobiuns - Howard P. Wood, um grande especialista que dedica ao estudo do gênero desde 1979).
Num grupo tão grande, é natural que, com os avanços dos estudos, surgissem propostas de divisão em diversos gêneros menores. No entanto, nas mais importantes bases de dados sobre orquídeas, disponíveis na internet, as nomenclaturas válidas continuam sendo as tradicionais, com algumas exceções. Em seu extenso trabalho, "The Dendrobiuns", Howard P. Wood , adota a nomenclatura tradicional também com algumas exceções como Limodorum, não adotando inclusive Callista, muito utilizado por cultivadores no Brasil. Assim sendo, neste artigo, são usadas nomenclaturas tradicionais, assim como as seções consideradas foram as mencionadas por este autor e não a proposta por Rudolf Schlechter, em 1914.
Em função da ampla distribuição, possui diferentes tipos de habitat com suas diferentes condições, permitindo assim que sempre haja algumas espécies que possam ser cultivadas no local que dispomos. Muitas plantas que não dão certo em determinados locais, serão perfeitas para outros.
Assim como a maioria dos gêneros originários do sudeste asiático, o Dendrobium adaptou-se muito bem no Brasil, obdecidas naturalmente, todas as diferenças climáticas que possuímos e o leque de espécies disponíveis no Brasil já é bastante vasto.
Em razão da diversidade de habitats e condições culturais exigidas, é sempre importante conhecermos um pouco mais sobre cada um dos grupos e suas necessidades específicas para nos ajudar a escolher as espécies a serem cultivadas. Apesar de toda esta diversidade, algumas informações são comuns a todas as espécies: luminosidade intensa, plantá-los em recepientes os menores possíveis e evitar replante frequence são algumas delas.
Estas notas se referem mais às observações pessoais em função da própria experiência e de visitas a orquidários particulares e profissionais, assim como nas diversas monografias e livros sobre cultivo. Mas, como em qualquer coisa que se diga a respeito de cultivo de orquídeas, tudo é muito relativo e não há uma verdade absoluta, existem verdades que vão se modificando de acordo com o ambiente encontrato. Estas "verdades" dependem dediversos fatores. A alteração de qualquer um dos requisitos necessários, modifica todos outros, muitas vezes, uma temperatura não muito adequada, é compensada por uma luminosidade perfeita ou vice versa.
Como os livros publicados sobre o gênero são estrangeiros (hemisfério norte), nem sempre os cuidados indicados são adequados para nós, sobretudo no que diz respeito às divisões de temperatura pois o que é calor para eles, não é exatamente o que é para nós. Por exemplo, costuma-se dizer que a Flórida é quente (warm), mas as geadas nos mostram que o conceito não é exatamente como nosso. Enfim, precisamos tomar muito cuidado com as informações não só sobre Dendrobium como para qualquer outro gênero quando elas vêm do hemisfério norte. De todo modo, estas restrições não invalidam consulta destes livros pois eles trazem muitas informações interessantes e importantes sobre o habitat. Só precisamos tomar cuidado quando se tratar do cultivo e verificar antes se as condições são semelhantes àquelas que possuimos. Uma outra coisa importante é que, normalmente, no hemisfério norte, as pessoas cultivam em estufas com condições controladas (e muitas vezes, automatizadas) onde a regulagem de temperatura, luminosidade, umidade ambiental e rega é feita de acordo com as necessidades de cada estação, proporcionando-se um ambiente ideal, extremamente favorável fazendo com que as plantas se desenvolvam em grandes espécimes e com uma floração impecável. Desta maneira, pode-se cultivar um leque de maior de espécies com necessidades culturais diferentes das encontradas no local . Em razão de nosso excelente clima e luminosidade, de uma maneira geral, não precisamos disto e, por isto, temos que prestar mais atenção às condições naturais do local onde cultivamos e acabamos dependentes delas. Isto traz vantagens e desvantagens. Quem cultiva na natureza, tem que ter um cuidado redobrado em saber se a planta escolhida (sobretudo no que diz respeito à umidade, luminosidade e temperatura) terá em nosso ambiente as condições requeridas o que não acontece onde elas são cultivadas sobre o controle absoluto.
Muitas as pessoas dizem que cultivam tal espécie em locais de clima quente e estão florindo bem. Eu sempre pergunto: Há quanto tempo? Muitas vezes, as plantas vão muito bem durante 2 ou 3 anos e depois a floração reduz, a planta definha e acaba morrendo, ou não morre, mas também não floresce como é o caso de Dendrobium nobile quando cultivado em clima quente o ano todo. A planta cresce, fica bonita, se espalha, mas floração que é bom nada. Acontece que devido à sua capacidade de armazenamento, as orquídeas guardam sua energia e florescem e sobrevivem durante um tempo mesmo mantidas em condiçoes desfavoráveis,mas chega um momento, em que isto é cobrado e a planta se vai ou não floresce.
Muitas vezes, conversando em grupo sobre o cultivo deste gênero e se fala que precisa de um inverno frio, as pessoas dizem que moram em clima quente e conseguem boa floração. O problema é que as estações em grande parte do País não são muito bem definidas e provocam, às vezes, um certo desentendimento sobre o que é frio e o que é quente. Já ouvi diversas vezes, a pessoa comentado, eu moro num lugar quente e quando você pergunta como é a noite e o inverno, o segredo da boa floração vem logo. As noites são bem frescas (mesmo no verão) e no inverno a temperatura pode descer a 15ºC. Por exemplo, nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, existem bairros que proprocionam o cultivo de espécies que precisam de inverno frio. No Rio de Janeiro, temos o Alto da Boa Vista onde além da Floresta da Tijuca (que diminui consideravelmente a temperatura), a altitude é mais elevada e onde se pode cultivar diversas espécies de Dendrobium de clima mais frio. O verão é quente, mas à noite a temperatura cai e o inverno é frio. Em São Conrado, Jacarepaguá e outros locais a situação é quase idêntica. Logo, fica muito difícil criar uma regra geral para uma cidade, tudo vai depender de nosso senso de observação. No Jardim Botânico (bairro), a proximidade da mata auxilia muito a floração de Dendrobium e, sobretudo, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Instituição) pode-se acompanhar boas florações do gênero, mesmo de espécies consideradas de clima mais frio. Em Niteroi, Itaboraí e outros locais pertos, embora os dias sejam bastante quentes no verão (40ºC) as noites são bem frescas e o inverno com dias bem frios (descendo a 14 a 15º).
Grande parte dos habitats das espécies de Dendrobium possui um verão chuvoso, quente e com muitas nuvens onde, consequentemente, a luminosidade fica filtrada e o inverno tem o ceu limpo, frio intenso e é muito seco. Daí pode-se concluir que, a maioria das espécies vai gostar de ter um inverno, com muita luminosidade e pouca rega (estresse hídrico) e um verão de umidade ambiental elevada e de ficar mais protegido da luminosidade intensa, algumas espécies não indiferentes a terem um verão quente, mas, para outras, isto será fatal.
Com um pouco de observação e conhecimento, pode-se escolher as espécies mais adequadas e com isto obter belas florações. Não adianta cultivar Dendrobium nobile que, quando cultivado sob as condições adequadas, floresce em abundância e conseguir uma floração insatisfatória pois o clima é inadequado. É só escolher uma espécie que se enquadre nas condições que você possui.



Dendrobium nobile


As espécies mais cultivadas no Brasil e suas seções correspondentes (conforme adotado por Howard P. Wood)

Seção Dendrobium:

Esta seção possui espécies de folhas decíduas (mais tenras e caem no período mais frio) e outras de folhas persistentes e coriáceas (se mantêm o ano todo). Em geral, a inflorescência surge do pseudobulbo sem folhas. Muitas espécies não necessitam de frio o ano todo, como é o caso de Dendrobium nobile e seus híbridos, Den. chrysanthum e Den. wardianum, mas fica a exigência de um inverno frio e seco (pelo menos três meses). Desde que no inverno a temperatura caia bastante e se, possível, também noturnamente mesmo durante o verão, as florações vão ser bastante satisfatórias. Além do choque térmico, este grupo necessita de choque hídrico. No período de crescimento, deve ser bem regado e adubado, no período de repouso, suspender as regas e a adubagem.
Algumas espécies, embora precise de um inverno mais seco e mais frio, mas com uma luminosidade adequada, pode-se conseguir boas florações mesmo em locais que clima mais quente e inverno não muito rigoroso, embora eu considere que o Dendrobium findleayanum e Den. parishii se e beneficie muito de inverno mais frio. A rega deve ser reduzida no período mais frio, mas não a ponto de provocar o enrugamento dos pseudobulbos.

Dendrobium anosmum (superbum). Esta espécie possui uma das maiores áreas de distribuição do gênero, Península Malaia, Laos, Vietnam, Tailândia, Filipinas, Indonésia e Nova Guiné. Embora tenha um forte perfume de ruibarbo bem característico, existem plantas que não possuem nenhum odor. Precisa de um inverno bastante seco quando perde as folhas. Rega abundante e adubação regular durante o crescimento seguido de suspensão de rega adubo na estação mais fria quando a planta perder suas folhas. Em Papua/Nova Guiné, ocorre deste o nível do mar até 1.300m

Dendrobium aphyllum (pierardi). É um dos mais comuns originário de terras mais quentes da Índia, cresce também em área de manguezal, Provavelmente foi o primeiro Dendrobium a ser cultivado na Europa. Ele se distribui pelo Sri Lanka, India, Sumatra, Java, Myanmar, Tailândia, Península Malaia, Bali e Austrália em baixa altitude. Em Myanmar, cresce desde 130m acima do nível do mar até 1.300. Na China, é encontrado entre 1.000 e 1.800m. Seu cultivo pode ser feito em clima mais quente ou temperatura mais amena, mas tem que ter um período de mais frio (pelo menos 3 meses) com suspensão de rega. Rega abundante e aplicação regular de adubo durante o período de crescimento deixe os pseudobulbos (tipo cana) mais alongados permitindo uma floração mais abundante.

Dendrobium chrysanthum é originário da Índia, Butão, Myanmar, Tibete, Tailândia, Laos, Vietnam e China. É encontrado entre 1.000 e 2.000m. Tem particularidades que a difere das outras espécies, floresce com o pseudobulbo ainda com folhas e deve ser regado o ano sendo que seu substrato não pode ser mantido seco por muito tempo. No inverno, precisa de maior luminosidade.

Dendrobium falconeri tem uma distribuição ampla pelas regiões montanhosas sudeste asiático e Índia (Tailândia, China e outros). Ocorre principalmente em altitude que varia de 1.000 a 1.800m. Precisa de menos luminosidade do que o Dendrobium nobile, mas ainda assim precisa de muito luminosidade, mas não a ponto de queimar suas folhas. Em seu habitat, a média da temperatura no verão não ultrapassa a 25ºC. Reduzir a rega o período mais frio, mas não suspender. Em função de seu hábito vegetativo e inflorescência pendente, deve ser cultivado em recipientes suspensos. Floresce no princípio do verão. Indicado para locais de clima frio.

Dendrobium findleayanum (também grafado como findlayanum), em terras altas, na natureza, cresce como rupícola. Clima frio. Originário do Himalia, Myanmar, Laos e Tailândia. em altitude varia entre 1000 e 1.700m de altitude. Precisa de inverno frio e redução de rega, mas não interromper para não provocar o enrugamento dos pseudobulbos, não deixe secar completamente. Muito cuidado com a ventilação pois necessita de uma circulação de ar permanente.

Dendrobium heterocarpum (aureum) é originário do Sri-Lanka, áreas montanhosas do Himalaia (India e China), Malásia, Sumatra e de Java às Filipinas. É encontrado a 100m de altitude em locais mais frios da Índia, em locais de temperatura mais elevada, vai até 1.300m. Esta espécie é muito utilizada em híbridos e é talvez a espécie de maior área de distribuição. podem ser cultivado em clima mais quente, com inverno não muito rigoroso, mas neste caso, a luminosidade vai exercer uma papel muito mais importante ainda. Perfume que lembra Prímula. Muito utilizado em hibridação em cruzamentos o Den. nobile.

Dendrobium lamyaiae é originário de Laos e Tailândia. É uma planta pequena com colorido bem intenso e pode ser cultivado em clima mais frio ou mais quente, desde que as noites sejam frescas e o inverno mais frio. Suas folhas são decíduas e suas flores de longa duração.

Dendrobium loddigesii é uma planta pequena, originária do Laos e China onde é encontrado entre 1.000 e 1.500m de altitude. Precisa de inverno frio e seco. Flores de longa duração e perfumadas.

Dendrobium moniliforme. Originário do Japão e Corea e também do Himalaia, China, Índia, Nepal, Butão, Myanmar, onde cresce em altitudes situadas, principalmente entre 800 e 2.500m, mas chega até 3.000m. É indicado para clima frio e em em parte de seu habitat, a temperatura mínima é -5ºC e a máxima 26ºC onde cresce como epífita e como rupícola. A inflorescência nasce de antigos pseudobulbos depois da queda das folhas e cada uma carrega 1 ou 2 flores que abrem no princípio da primavera. Reduzir a rega no período mais frio, mas não interromper.

Dendrobium nobile
tem uma área de distribuição bastante ampla, ocorrendo no Himalaia (Nepal, India, Laos, China; Tailândia e outros), em altitude em torno que varia de 200 a 2.000m. Cresce em locais inteiramente expostos ao sol em altitude em torno de 1.500m. Pode ser cultivado em locais de clima mais quente durante o verão, desde que o inverno seja frio (período de, pelo menos, 3 meses) e seco (choque hídrico) e com muita luminosidade (exposição ao sol grande parte do dia). Indicado para iniciantes desde que as condições de cultivo sejam as requeridas pois as plantas entouceram rápido e florescem em abundância. Floresce na primavera. É a espécie mais conhecida do gênero. Possui algumas variedades e as mais conhecidas são virginale (branco com o centro do labelo verde amarelado), splendens, cooksonianum, nobilius, sanderinaum, pendulum. Flores de longa duração.

Dendrobium parishii ocorre em altitude de 1.500m no Himalaia , mas vegeta também desde 250m, na Tailândia, India, Laos, Vietnam e sudoeste da China. Não precisa de inverno muito rigoroso para florir, mas seu habitat está sujeito a temperaturas extremas de 36ºC e 0ºC. Regar abudantamente no verão e adubar. Reduzir a rega no inverno e aumentar a luminosidade.

Dendrobium unicum é um dos pais do conhecido híbrido Dendrobium Stardust. Ocorre na Tailândia, Laos, Vietnam, em altitude que varia de 800 a 1.550m. Precisa de inverno frio e luminoso e uma redução de rega relativa. O verão pode ser quente e úmido, mas precisa ficar protegido do excesso de luminosidade.
Dendrobium wardianum ocorre em altitude que varia entre 1.200 a 2.000 altitude (Himalaia, India, Tailândia, China). Precisa de frio e de um curto período de suspensão das regas com o máximo de luminosidade para induzir sua floração na primavera. Vegeta como epífita ou como rupícola.


Outras espécies: Dendrobium chrysotoxum, crystallinum, crepidatum, gratiosissimum (boxallii ou bullerianum), hookerianum, linawianum, ochreatum, pendulum, primulinum, polyanthum, senile, signatum, tortille entre outras.


Dendrobium Stardust é resultado de cruzamento de diversas gerações e sua composição aparece Den. nobile (duas vezes), Den. heterocarpum (1 vez), Den. moniliforme (1 vez) e 50% de Dendrobium unicum no último cruzamento.

Seção Densiflora (ou Callista)

O grupo formado pelo Den. densiflorum, farmeri, thyrsiflorum podem ser cultivado em locais de temperatura mais elevada durante a primavera e verão, mas de inverno mais frio. Não necessitam de estresse híbrido no período mais frio, mas deve haver uma redução de periodicidade de rega e ausência total de adubo.
Dendrobium lindleyi (aggregatum), graphithianum
e palpabrae podem ser cultivado em clima mais quente, com inverno não muito rigoroso, mas neste caso, a luminosidade vai exercer uma papel muito mais importante ainda.

Den. brymerianum
é originário de Myanmar e Índia. Sua principal característica é o labelo em franjas.

Dendrobium chrysotoxum é originário de regiões montanhosas do Himalaia desde altitude baixa até 900m, ocorre na Índia, China, Myanmar, Tailândia, Indochina (Laos, Vietnam). Teoricamente pode ser cultivado em clima mais quente ou mais ameno. Diminuir a rega no inverno, mas não interromper.

Dendrobium densiflorum vegeta o Himalaia altitudes acima de 1.000m (Nepal, Assam, Butão, Myanmar, Tailândia e sudoeste da China). Espécie considerada de fácil cultivo em locais frios. No entanto, floresce razoavelmente bem, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em razão da queda de temperatura diária devida à mata ao redor. Floresce com os pseudobulbos antigos, sem folhas (mais de uma vez) e também dos pseudobulbos novos. Necessita inverno frio e seco para induzir uma bela floração na primavera. Uma das espécies mais cultivadas.

Dendrobium farmeri
ocorre em regiões montanhosas da Índia, Mayanmar, Malásia, Tailândia, Laos e Vietnamentre 300 e 1.000m. Não necessita luminosidade muito intensa como as outras espécies desta seção. Rega intensa durante o período de crescimento e no período de repouso, redução de rega e baixa temperatura. Não resiste a temperatura abaixo de 5º C durante muito tempo.

Dendrobium griffithianum ocorre em Myanmar, Tailândia , o mais clima indicado é o mais frio, no entanto floresce razoavelmente bem em locais de verão quente e inverno bem ameno. Em locais de clima quente, floresce com uma ou duas hastes apenas. . No inverno diminuir a rega, mas não interromper.


Dendrobium jenkinsii (conhecido como mini aggregatum) é originário do Himalaia, Índia, Myanmar, Tailândia e China entre 700 e 1500m de altitude. Embora originário de terras altas, floresce razoavelmente mesmo em locais de clima mais quente. No entanto, a floração é bem mais abundante se cultivado em locais de inverno frio. Muita luminosidade no inverno e diminuição de rega. Nó de pinho parece um boa opção de cultivo devido ao seu crescimento rasteiro.

Dendrobium lindleyi ( aggregatum) é originário do Himalaia, Índia, Myanmar, Tailândia, China e Indochina (Laos e Vietnam) em altitude variando de 500 a 2.000m. Ideal para um clima mais ameno mas floresce bem em clima quente com relativa queda de temperatura durante o inverno.Nó de pinho parece um boa opção de cultivo. Diminuir a rega mas cuidado porque as flores podem abortar se ficar seco por muito tempo. Se possível aumentar a umidade ambiental.

Dendrobium palpabrae vegeta em Myanmar porém de região ignorada. Floresce melhor em locais de inverno mais frio e mais luminoso. Cultivado em clima quente com um inverno não rigoroso, floresce com apenas uma ou duas hastes.


Dendrobium sulcatum, originário da Índia, Myanmar, Tailândia, Laos, Vietnam, China entre 500 e 1.000. Deve ser cultivado em clima mais frio, mas pode-se obter uma floração razoável em locais de invernos não muito frios. Diminuição importante de rega no inverno, mas não interromper totalmente. Aguardar o substrato secar entre as regas. Floresce na primavera.


Dendrobium thyrsiflorum é originário de Myanmar, Tailândia, Indochina e sudeste da China. Considerada de fácil cultivo assim como o Den. densiflorum e deve ser cultivado sob as mesmas condições



Outras espécies:
Den. amabile, harveyanum, histrionicum, suavissimum
e guibertii.


Dicas de cultivo:
4 fatores são importantíssimos para se obter um cultivo de sucesso do gênero Dendrobium:
- umidade: ambiental e periodicidade de rega
- temperatura: varição de verão/inverno - dia/noite.
- luminosidade: especialmente durante o inverno e mais proteção durante o verão.
- circulação do ar.

Luminosidade: É mais fácil acertar fornecendo uma alta luminosidade de uma maneira geral e uma proteção maior durante o período de primavera e verão quando a luminosidade é muito elevada.

Temperatura: Ao escolher sua planta, verifique se seu local de cultivo é condizente com a temperatura requerida. Se a temperatura cai sempre à noite e o inverno é frio e seco, não tenha receio de escolher, suas opções são grandes.

Rega: Vai depender da espécie, assim como da estação do ano. Abundante durante o verão para todas as espécies. No inverno, verificar em que caso, sua espécie se encaixa. Se as folhas caem no período mais frio significa que a planta está adaptada a uma redução drástica de rega neste período (na verdade, a planta joga suas folhas fora para reduzir gasto de energia para mantê-las). Com folhas decíduas, a rega deve ser feita raramente ou apenas uma aspersão para impedir que os pseudobulbos (tipo cana) enruguem.
Se as folhas são tenras e não caem no período mais significa que a planta não é adaptada a uma redução de rega drástica. Sempre se assegure de que o substrato esteja bem seco antes de se regar de novo. Verifique também se o substrato é bem arejado e não impede as raízes de secarem entre as regas. Em geral, no verão, regue a cada dois ou três dias, dependendo da umidade relativa do ar e do período de chuva. No outono e inverno, se as folhas são persistentes, uma vez por semana. algumas espécies requerem substrato ligeiramente úmido o ano inteiro.

Circulação do ar: Muito importante pois vai impedir o crescimento de microorganismos, um risco bastante elevado no período de rega mais intensa. Uma boa circulação de ar mantêm a planta sadia

 

Outras dicas
Adubo: No período de crescimento, adube regularmente, semanalmente (metade da dose) ou quinzenalmente, com elevada taxa de nitrogênio. No período de estresse hídrico não adubar pois a deposição de sais no substrato não seria benéfica para as raízes.

Replante Evite a todo custo replantar Dendrobium, deixo-o no mesmo vaso por, três ou quatro anos. Aparentemente não se importam com substrato velho, com pH elevado. Sempre que possível, no lugar do replante, coloque o recipiente em um outro maior e preencha os vazios com o substrato escolhido. Se for preciso replantar, aguarde o ressurgimento das raízes, em geral, durante a primavera. Em hipótese nenhuma, reenvasar durante o período de repouso. Após o reenvase, durante 1 semana, não regar e manter em local mais fresco e mais protegido de luminosidade intensa, apenas aspergir água nas folhas e levamente sobre o substrato. Coloque em vasos, cachepots, o menor possível pois isto garantirá que o substrato seque perfeitamente entre as regas. Substrato deve permitir o maior aeramento das raízes. Devido à sua grande necessidade de ter as raízes bem ventiladas, cachepot de madeira parecem bem indicados para seu cultivo.

Obtençao de mudas:
Pode-se se obter muda através do replante de plântulas (keikis), divisão da touceira e, em algumas espécies, da haste caulinar (pseudobulbo tipo cana).
- Divisão da planta: Sempre traumático e muito cuidado com o rizoma muito curto. 2 ou 3 semanas antes de efetuar o replante, ainda no vaso, divida a planta e lembre-se de que é preciso, deixar, sempre, e pelo menos, 3 pseudobulbos em cada muda.
- Plântulas (keikis): Os keikis podem aparecer espontâneamente ou podem ser estimulados. O aparecimento de plântulas em pseudobulbos (canas) velhos é normal, mas quando aparecem em pseudobulbos novos podem indicar algumas condições inadequadas o que faz com que a planta lance mudas para tentar assegurar a sobrevivência da espécie. Algumas razões deste comportamento: Rega no período de dormência (em invés de florir, a planta dá origem à uma nova planta), excesso de nitrogênio na adubação, ataque de insetos nas raízes ou brotos quebrados. Quando as raízes estiveram maiores do que 5cm (até 10cm) , as plântulas (keikis) podem ser retiradas e plantadas. Para estimular o crescimento de keikis em pseudobulbos velhos, corte-os em pedaços mantendo alguns nós. Coloque em musgo, areia, em algumas semanas as plântulas vão aparecer.


Dendrobium anosmum com anomalia


Colocação dos vasos: Sempre que possível, mantenho-as dependurados pois isto vai ajudar muito na aeração do substrato e permitir que o mesmo seque rapidamente entre as regas.

Bibliografia:

The Dendrobiuns - Howard P. Wood
Dendrobiums - An introduction to the species in cultivation - Sybella Schelpe and Joyce Stewart
The Dendrobium and its relatives - Bill Lavarack, Wayne Harris e Geoff Stocker
Dendrobium Orchids of Australia - Walter T. Upton
Orchid Species Culture - Dendrobium - Margaret L. Baker and Charles O. Baker


Fotos: Sergio Araujo (proibida a reprodução)