Etimologia: Dendro significa árvore e bium (bios) é vida, ou
seja, o que vive nas árvores.
No sentido tradicional, Dendrobium é um dos mais diversificados
gêneros dentro da família Orchidaceae tanto no que diz respeito
à aparência da planta, tamanho da flor, duração ,
colorido e cuidados culturais. As flores podem ser de longa duração,
como o caso do Dendrobium nobile ou de curtíssima duração
como é o caso do Dendrobium aggreatum.
Em geral, as espécies são epífitas, mas algumas vegetam
também como rupícolas.
Com mais de 1.400 espécies, o gênero ocorre no sudeste asiático,
nas ilhas do Oceano Pacífico, no Hamalaia, Malásia, China, Formosa,
Japão, Filipinas, Fiji, Austrália, Nova Zelândia. Myanmar
é um dos mais ricos habitats do gênero (The Dendrobiuns - Howard
P. Wood, um grande especialista que dedica ao estudo do gênero desde 1979).
Num grupo tão grande, é natural que, com os avanços dos
estudos, surgissem propostas de divisão em diversos gêneros menores.
No entanto, nas mais importantes bases de dados sobre orquídeas, disponíveis
na internet, as nomenclaturas válidas continuam sendo as tradicionais,
com algumas exceções. Em seu extenso trabalho, "The Dendrobiuns",
Howard P. Wood , adota a nomenclatura tradicional também com algumas
exceções como Limodorum, não adotando inclusive Callista, muito utilizado por cultivadores no Brasil. Assim sendo, neste
artigo, são usadas nomenclaturas tradicionais, assim como as seções
consideradas foram as mencionadas por este autor e não a proposta por
Rudolf Schlechter, em 1914.
Em função da ampla distribuição, possui diferentes
tipos de habitat com suas diferentes condições, permitindo assim
que sempre haja algumas espécies que possam ser cultivadas no local que
dispomos. Muitas plantas que não dão certo em determinados locais,
serão perfeitas para outros.
Assim como a maioria dos gêneros originários do sudeste asiático,
o Dendrobium adaptou-se muito bem no Brasil, obdecidas naturalmente,
todas as diferenças climáticas que possuímos e o leque
de espécies disponíveis no Brasil já é bastante
vasto.
Em razão da diversidade de habitats e condições culturais
exigidas, é sempre importante conhecermos um pouco mais sobre cada um
dos grupos e suas necessidades específicas para nos ajudar a escolher
as espécies a serem cultivadas. Apesar de toda esta diversidade, algumas
informações são comuns a todas as espécies: luminosidade
intensa, plantá-los em recepientes os menores possíveis e evitar
replante frequence são algumas delas.
Estas notas se referem mais às observações pessoais em
função da própria experiência e de visitas a orquidários
particulares e profissionais, assim como nas diversas monografias e livros sobre
cultivo. Mas, como em qualquer coisa que se diga a respeito de cultivo de orquídeas,
tudo é muito relativo e não há uma verdade absoluta, existem
verdades que vão se modificando de acordo com o ambiente encontrato.
Estas "verdades" dependem dediversos fatores. A alteração
de qualquer um dos requisitos necessários, modifica todos outros, muitas
vezes, uma temperatura não muito adequada, é compensada por uma
luminosidade perfeita ou vice versa.
Como os livros publicados sobre o gênero são estrangeiros (hemisfério
norte), nem sempre os cuidados indicados são adequados para nós,
sobretudo no que diz respeito às divisões de temperatura pois
o que é calor para eles, não é exatamente o que é
para nós. Por exemplo, costuma-se dizer que a Flórida é
quente (warm), mas as geadas nos mostram que o conceito não é
exatamente como nosso. Enfim, precisamos tomar muito cuidado com as informações
não só sobre Dendrobium como para qualquer outro gênero
quando elas vêm do hemisfério norte. De todo modo, estas restrições
não invalidam consulta destes livros pois eles trazem muitas informações
interessantes e importantes sobre o habitat. Só precisamos tomar cuidado
quando se tratar do cultivo e verificar antes se as condições
são semelhantes àquelas que possuimos. Uma outra coisa importante
é que, normalmente, no hemisfério norte, as pessoas cultivam em
estufas com condições controladas (e muitas vezes, automatizadas)
onde a regulagem de temperatura, luminosidade, umidade ambiental e rega é
feita de acordo com as necessidades de cada estação, proporcionando-se
um ambiente ideal, extremamente favorável fazendo com que as plantas
se desenvolvam em grandes espécimes e com uma floração
impecável. Desta maneira, pode-se cultivar um leque de maior de espécies
com necessidades culturais diferentes das encontradas no local . Em razão
de nosso excelente clima e luminosidade, de uma maneira geral, não precisamos
disto e, por isto, temos que prestar mais atenção às condições
naturais do local onde cultivamos e acabamos dependentes delas. Isto traz vantagens
e desvantagens. Quem cultiva na natureza, tem que ter um cuidado redobrado em
saber se a planta escolhida (sobretudo no que diz respeito à umidade,
luminosidade e temperatura) terá em nosso ambiente as condições
requeridas o que não acontece onde elas são cultivadas sobre o
controle absoluto.
Muitas as pessoas dizem que cultivam tal espécie em locais de clima quente
e estão florindo bem. Eu sempre pergunto: Há quanto tempo? Muitas
vezes, as plantas vão muito bem durante 2 ou 3 anos e depois a floração
reduz, a planta definha e acaba morrendo, ou não morre, mas também
não floresce como é o caso de Dendrobium nobile quando
cultivado em clima quente o ano todo. A planta cresce, fica bonita, se espalha,
mas floração que é bom nada. Acontece que devido à
sua capacidade de armazenamento, as orquídeas guardam sua energia e florescem
e sobrevivem durante um tempo mesmo mantidas em condiçoes desfavoráveis,mas
chega um momento, em que isto é cobrado e a planta se vai ou não
floresce.
Muitas vezes, conversando em grupo sobre o cultivo deste gênero e se fala
que precisa de um inverno frio, as pessoas dizem que moram em clima quente e
conseguem boa floração. O problema é que as estações
em grande parte do País não são muito bem definidas e provocam,
às vezes, um certo desentendimento sobre o que é frio e o que
é quente. Já ouvi diversas vezes, a pessoa comentado, eu moro
num lugar quente e quando você pergunta como é a noite e o inverno,
o segredo da boa floração vem logo. As noites são bem frescas
(mesmo no verão) e no inverno a temperatura pode descer a 15ºC.
Por exemplo, nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, existem bairros
que proprocionam o cultivo de espécies que precisam de inverno frio.
No Rio de Janeiro, temos o Alto da Boa Vista onde além da Floresta da
Tijuca (que diminui consideravelmente a temperatura), a altitude é mais
elevada e onde se pode cultivar diversas espécies de Dendrobium de clima
mais frio. O verão é quente, mas à noite a temperatura
cai e o inverno é frio. Em São Conrado, Jacarepaguá e outros
locais a situação é quase idêntica. Logo, fica muito
difícil criar uma regra geral para uma cidade, tudo vai depender de nosso
senso de observação. No Jardim Botânico (bairro), a proximidade
da mata auxilia muito a floração de Dendrobium e, sobretudo, no
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Instituição) pode-se
acompanhar boas florações do gênero, mesmo de espécies
consideradas de clima mais frio. Em Niteroi, Itaboraí e outros locais
pertos, embora os dias sejam bastante quentes no verão (40ºC) as
noites são bem frescas e o inverno com dias bem frios (descendo a 14
a 15º).
Grande parte dos habitats das espécies de Dendrobium possui um
verão chuvoso, quente e com muitas nuvens onde, consequentemente, a luminosidade
fica filtrada e o inverno tem o ceu limpo, frio intenso e é muito seco.
Daí pode-se concluir que, a maioria das espécies vai gostar de
ter um inverno, com muita luminosidade e pouca rega (estresse hídrico)
e um verão de umidade ambiental elevada e de ficar mais protegido da
luminosidade intensa, algumas espécies não indiferentes a terem
um verão quente, mas, para outras, isto será fatal.
Com um pouco de observação e conhecimento, pode-se escolher as
espécies mais adequadas e com isto obter belas florações.
Não adianta cultivar Dendrobium nobile que, quando cultivado sob
as condições adequadas, floresce em abundância e conseguir
uma floração insatisfatória pois o clima é inadequado.
É só escolher uma espécie que se enquadre nas condições
que você possui.
Dendrobium nobile
As espécies mais cultivadas no Brasil e suas seções correspondentes
(conforme adotado por Howard P. Wood)
Seção Dendrobium:
Esta seção possui espécies de folhas decíduas (mais
tenras e caem no período mais frio) e outras de folhas persistentes e
coriáceas (se mantêm o ano todo). Em geral, a inflorescência
surge do pseudobulbo sem folhas. Muitas espécies não necessitam
de frio o ano todo, como é o caso de Dendrobium nobile e seus
híbridos, Den. chrysanthum e Den. wardianum, mas fica
a exigência de um inverno frio e seco (pelo menos três meses). Desde
que no inverno a temperatura caia bastante e se, possível, também
noturnamente mesmo durante o verão, as florações vão
ser bastante satisfatórias. Além do choque térmico, este
grupo necessita de choque hídrico. No período de crescimento,
deve ser bem regado e adubado, no período de repouso, suspender as regas
e a adubagem.
Algumas espécies, embora precise de um inverno mais seco e mais frio,
mas com uma luminosidade adequada, pode-se conseguir boas florações
mesmo em locais que clima mais quente e inverno não muito rigoroso, embora
eu considere que o Dendrobium findleayanum e Den. parishii se e
beneficie muito de inverno mais frio. A rega deve ser reduzida no período
mais frio, mas não a ponto de provocar o enrugamento dos pseudobulbos.
Dendrobium anosmum (superbum).
Esta espécie possui uma das maiores áreas de distribuição
do gênero, Península Malaia, Laos, Vietnam, Tailândia, Filipinas,
Indonésia e Nova Guiné. Embora tenha um forte perfume de ruibarbo
bem característico, existem plantas que não possuem nenhum odor.
Precisa de um inverno bastante seco quando perde as folhas. Rega abundante e
adubação regular durante o crescimento seguido de suspensão
de rega adubo na estação mais fria quando a planta
perder suas folhas. Em Papua/Nova Guiné, ocorre deste o nível
do mar até 1.300m
Dendrobium aphyllum (pierardi). É um dos mais comuns originário de terras mais quentes da Índia,
cresce também em área de manguezal, Provavelmente foi o primeiro
Dendrobium a ser cultivado na Europa. Ele se distribui pelo Sri Lanka, India,
Sumatra, Java, Myanmar, Tailândia, Península Malaia, Bali e Austrália
em baixa altitude. Em Myanmar, cresce desde 130m acima do nível do mar
até 1.300. Na China, é encontrado entre 1.000 e 1.800m. Seu cultivo
pode ser feito em clima mais quente ou temperatura mais amena, mas tem que ter
um período de mais frio (pelo menos 3 meses) com suspensão de
rega. Rega abundante e aplicação regular de adubo durante o período
de crescimento deixe os pseudobulbos (tipo cana) mais alongados permitindo uma
floração mais abundante. |
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Dendrobium chrysanthum é originário da Índia,
Butão, Myanmar, Tibete, Tailândia, Laos, Vietnam e China. É
encontrado entre 1.000 e 2.000m. Tem particularidades que a difere das outras
espécies, floresce com o pseudobulbo ainda com folhas e deve ser regado
o ano sendo que seu substrato não pode ser mantido seco por muito tempo.
No inverno, precisa de maior luminosidade.
Dendrobium falconeri tem uma distribuição ampla
pelas regiões montanhosas sudeste asiático e Índia (Tailândia,
China e outros). Ocorre principalmente em altitude que varia de 1.000 a 1.800m.
Precisa de menos luminosidade do que o Dendrobium nobile, mas ainda assim
precisa de muito luminosidade, mas não a ponto de queimar suas folhas.
Em seu habitat, a média da temperatura no verão não ultrapassa
a 25ºC. Reduzir a rega o período mais frio, mas não suspender.
Em função de seu hábito vegetativo e inflorescência
pendente, deve ser cultivado em recipientes suspensos. Floresce no princípio
do verão. Indicado para locais de clima frio.
Dendrobium findleayanum (também grafado como findlayanum),
em terras altas, na natureza, cresce como rupícola. Clima frio. Originário
do Himalia, Myanmar, Laos e Tailândia. em altitude varia entre 1000 e
1.700m de altitude. Precisa de inverno frio e redução de rega,
mas não interromper para não provocar o enrugamento dos pseudobulbos,
não deixe secar completamente. Muito cuidado com a ventilação
pois necessita de uma circulação de ar permanente. |
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Dendrobium heterocarpum (aureum) é originário do Sri-Lanka, áreas montanhosas do Himalaia
(India e China), Malásia, Sumatra e de Java às Filipinas. É
encontrado a 100m de altitude em locais mais frios da Índia, em locais
de temperatura mais elevada, vai até 1.300m. Esta espécie
é muito utilizada em híbridos e é talvez a espécie
de maior área de distribuição. podem ser cultivado
em clima mais quente, com inverno não muito rigoroso, mas neste caso,
a luminosidade vai exercer uma papel muito mais importante ainda. Perfume que
lembra Prímula. Muito utilizado em hibridação em cruzamentos
o Den. nobile.
Dendrobium lamyaiae é originário
de Laos e Tailândia. É uma planta pequena com colorido bem intenso
e pode ser cultivado em clima mais frio ou mais quente, desde que as noites
sejam frescas e o inverno mais frio. Suas folhas são decíduas
e suas flores de longa duração.
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Dendrobium loddigesii é uma planta pequena, originária
do Laos e China onde é encontrado entre 1.000 e 1.500m de altitude. Precisa
de inverno frio e seco. Flores de longa duração e perfumadas. |
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Dendrobium moniliforme. Originário do Japão e Corea e
também do Himalaia, China, Índia, Nepal, Butão, Myanmar,
onde cresce em altitudes situadas, principalmente entre 800 e 2.500m, mas chega
até 3.000m. É indicado para clima frio e em em parte de seu habitat,
a temperatura mínima é -5ºC e a máxima 26ºC onde
cresce como epífita e como rupícola. A inflorescência nasce
de antigos pseudobulbos depois da queda das folhas e cada uma carrega 1 ou 2
flores que abrem no princípio da primavera. Reduzir a rega no período
mais frio, mas não interromper.
Dendrobium nobile tem uma área de distribuição
bastante ampla, ocorrendo no Himalaia (Nepal, India, Laos, China; Tailândia
e outros), em altitude em torno que varia de 200 a 2.000m. Cresce em locais
inteiramente expostos ao sol em altitude em torno de 1.500m. Pode ser cultivado
em locais de clima mais quente durante o verão, desde que o inverno seja
frio (período de, pelo menos, 3 meses) e seco (choque hídrico)
e com muita luminosidade (exposição ao sol grande parte do dia).
Indicado para iniciantes desde que as condições de cultivo sejam
as requeridas pois as plantas entouceram rápido e florescem em abundância.
Floresce na primavera. É a espécie mais conhecida do gênero.
Possui algumas variedades e as mais conhecidas são virginale (branco com o centro do labelo verde amarelado), splendens, cooksonianum,
nobilius, sanderinaum, pendulum. Flores de longa duração.
Dendrobium parishii ocorre em altitude de 1.500m no Himalaia ,
mas vegeta também desde 250m, na Tailândia, India, Laos, Vietnam
e sudoeste da China. Não precisa de inverno muito rigoroso para florir,
mas seu habitat está sujeito a temperaturas extremas de 36ºC e 0ºC.
Regar abudantamente no verão e adubar. Reduzir a rega no inverno e aumentar
a luminosidade.
Dendrobium unicum é um dos pais do conhecido híbrido Dendrobium Stardust. Ocorre na Tailândia, Laos, Vietnam,
em altitude que varia de 800 a 1.550m. Precisa de inverno frio e luminoso e
uma redução de rega relativa. O verão pode ser quente e
úmido, mas precisa ficar protegido do excesso de luminosidade. |
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Dendrobium wardianum ocorre em altitude que varia entre 1.200
a 2.000 altitude (Himalaia, India, Tailândia, China). Precisa de frio
e de um curto período de suspensão das regas com o máximo
de luminosidade para induzir sua floração na primavera. Vegeta
como epífita ou como rupícola.
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Outras espécies: Dendrobium chrysotoxum, crystallinum,
crepidatum, gratiosissimum (boxallii ou bullerianum), hookerianum,
linawianum, ochreatum, pendulum, primulinum, polyanthum, senile, signatum, tortille entre outras.
Dendrobium Stardust é resultado de cruzamento de diversas gerações
e sua composição aparece Den. nobile (duas vezes), Den. heterocarpum (1 vez), Den. moniliforme (1 vez) e 50% de Dendrobium
unicum no último cruzamento.
Seção Densiflora
(ou Callista)
O grupo formado pelo Den. densiflorum, farmeri, thyrsiflorum podem ser cultivado em locais de temperatura mais elevada durante a primavera
e verão, mas de inverno mais frio. Não necessitam de estresse
híbrido no período mais frio, mas deve haver uma redução
de periodicidade de rega e ausência total de adubo.
Dendrobium lindleyi (aggregatum), graphithianum e palpabrae podem
ser cultivado em clima mais quente, com inverno não muito rigoroso, mas
neste caso, a luminosidade vai exercer uma papel muito mais importante ainda.
Den. brymerianum é originário de Myanmar e Índia.
Sua principal característica é o labelo em franjas.
Dendrobium chrysotoxum é originário de regiões
montanhosas do Himalaia desde altitude baixa até 900m, ocorre na Índia,
China, Myanmar, Tailândia, Indochina (Laos, Vietnam). Teoricamente pode
ser cultivado em clima mais quente ou mais ameno. Diminuir a rega no inverno,
mas não interromper. |
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Dendrobium densiflorum vegeta o Himalaia
altitudes acima de 1.000m (Nepal, Assam, Butão, Myanmar, Tailândia
e sudoeste da China). Espécie considerada de fácil cultivo em
locais frios. No entanto, floresce razoavelmente bem, no Jardim Botânico
do Rio de Janeiro, em razão da queda de temperatura diária devida
à mata ao redor. Floresce com os pseudobulbos antigos, sem folhas (mais
de uma vez) e também dos pseudobulbos novos. Necessita inverno frio e
seco para induzir uma bela floração na primavera. Uma das espécies
mais cultivadas.
Dendrobium farmeri ocorre em regiões montanhosas
da Índia, Mayanmar, Malásia, Tailândia, Laos e Vietnamentre
300 e 1.000m. Não necessita luminosidade muito intensa como as outras
espécies desta seção. Rega intensa durante o período
de crescimento e no período de repouso, redução de rega
e baixa temperatura. Não resiste a temperatura abaixo de 5º C durante
muito tempo.
Dendrobium griffithianum ocorre em Myanmar, Tailândia , o mais
clima indicado é o mais frio, no entanto floresce razoavelmente bem em
locais de verão quente e inverno bem ameno. Em locais de clima quente,
floresce com uma ou duas hastes apenas. . No inverno diminuir a rega, mas não
interromper. |
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Dendrobium jenkinsii (conhecido como mini aggregatum) é originário
do Himalaia, Índia, Myanmar, Tailândia e China entre 700 e 1500m
de altitude. Embora originário de terras altas, floresce razoavelmente
mesmo em locais de clima mais quente. No entanto, a floração é
bem mais abundante se cultivado em locais de inverno frio. Muita luminosidade
no inverno e diminuição de rega. Nó de pinho parece um
boa opção de cultivo devido ao seu crescimento rasteiro.
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Dendrobium lindleyi ( aggregatum) é
originário do Himalaia, Índia, Myanmar, Tailândia, China
e Indochina (Laos e Vietnam) em altitude variando de 500 a 2.000m. Ideal para
um clima mais ameno mas floresce bem em clima quente com relativa queda de temperatura
durante o inverno.Nó de pinho parece um boa opção de cultivo. Diminuir a rega mas cuidado porque as flores podem abortar se
ficar seco por muito tempo. Se possível aumentar a umidade ambiental.
Dendrobium palpabrae vegeta em Myanmar porém de região
ignorada. Floresce melhor em locais de inverno mais frio e mais luminoso. Cultivado
em clima quente com um inverno não rigoroso, floresce com apenas uma
ou duas hastes.
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Dendrobium sulcatum, originário
da Índia, Myanmar, Tailândia, Laos, Vietnam, China entre 500 e
1.000. Deve ser cultivado em clima mais frio, mas pode-se obter uma floração
razoável em locais de invernos não muito frios. Diminuição
importante de rega no inverno, mas não interromper totalmente. Aguardar
o substrato secar entre as regas. Floresce na primavera. |
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Dendrobium thyrsiflorum é originário de Myanmar, Tailândia,
Indochina e sudeste da China. Considerada de fácil cultivo assim como
o Den. densiflorum e deve ser cultivado sob as mesmas condições |
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Outras espécies:
Den. amabile, harveyanum, histrionicum, suavissimum e guibertii.
Dicas de cultivo:
4 fatores são importantíssimos para se obter um cultivo de sucesso
do gênero Dendrobium:
- umidade: ambiental e periodicidade de rega
- temperatura: varição de verão/inverno - dia/noite.
- luminosidade: especialmente durante o inverno e mais proteção
durante o verão.
- circulação do ar.
Luminosidade: É mais fácil acertar fornecendo uma alta
luminosidade de uma maneira geral e uma proteção maior durante
o período de primavera e verão quando a luminosidade é
muito elevada.
Temperatura: Ao escolher sua planta, verifique se seu local de cultivo
é condizente com a temperatura requerida. Se a temperatura cai sempre
à noite e o inverno é frio e seco, não tenha receio de
escolher, suas opções são grandes.
Rega: Vai depender da espécie, assim como da estação
do ano. Abundante durante o verão para todas as espécies. No inverno,
verificar em que caso, sua espécie se encaixa. Se as folhas caem no período
mais frio significa que a planta está adaptada a uma redução
drástica de rega neste período (na verdade, a planta joga suas
folhas fora para reduzir gasto de energia para mantê-las). Com folhas
decíduas, a rega deve ser feita raramente ou apenas uma aspersão
para impedir que os pseudobulbos (tipo cana) enruguem.
Se as folhas são tenras e não caem no período mais significa
que a planta não é adaptada a uma redução de rega
drástica. Sempre se assegure de que o substrato esteja bem seco antes
de se regar de novo. Verifique também se o substrato é bem arejado
e não impede as raízes de secarem entre as regas. Em geral, no
verão, regue a cada dois ou três dias, dependendo da umidade relativa
do ar e do período de chuva. No outono e inverno, se as folhas são
persistentes, uma vez por semana. algumas espécies requerem substrato
ligeiramente úmido o ano inteiro.
Circulação do ar: Muito importante pois vai impedir
o crescimento de microorganismos, um risco bastante elevado no período
de rega mais intensa. Uma boa circulação de ar mantêm a
planta sadia
Outras dicas
Adubo: No período de crescimento, adube regularmente, semanalmente
(metade da dose) ou quinzenalmente, com elevada taxa de nitrogênio. No
período de estresse hídrico não adubar pois a deposição
de sais no substrato não seria benéfica para as raízes.
Replante Evite a todo custo replantar Dendrobium, deixo-o no mesmo
vaso por, três ou quatro anos. Aparentemente não se importam com
substrato velho, com pH elevado. Sempre que possível, no lugar do replante,
coloque o recipiente em um outro maior e preencha os vazios com o substrato
escolhido. Se for preciso replantar, aguarde o ressurgimento das raízes,
em geral, durante a primavera. Em hipótese nenhuma, reenvasar durante
o período de repouso. Após o reenvase, durante 1 semana, não
regar e manter em local mais fresco e mais protegido de luminosidade intensa,
apenas aspergir água nas folhas e levamente sobre o substrato. Coloque
em vasos, cachepots, o menor possível pois isto garantirá que
o substrato seque perfeitamente entre as regas. Substrato deve permitir o maior
aeramento das raízes. Devido à sua grande necessidade de ter as
raízes bem ventiladas, cachepot de madeira parecem bem indicados para
seu cultivo.
Obtençao de mudas:
Pode-se se obter muda através do replante de plântulas (keikis),
divisão da touceira e, em algumas espécies, da haste caulinar
(pseudobulbo tipo cana).
- Divisão da planta: Sempre traumático e muito cuidado
com o rizoma muito curto. 2 ou 3 semanas antes de efetuar o replante, ainda
no vaso, divida a planta e lembre-se de que é preciso, deixar, sempre,
e pelo menos, 3 pseudobulbos em cada muda.
- Plântulas (keikis): Os keikis podem aparecer espontâneamente
ou podem ser estimulados. O aparecimento de plântulas em pseudobulbos
(canas) velhos é normal, mas quando aparecem em pseudobulbos novos podem
indicar algumas condições inadequadas o que faz com que a planta
lance mudas para tentar assegurar a sobrevivência da espécie. Algumas
razões deste comportamento: Rega no período de dormência
(em invés de florir, a planta dá origem à uma nova planta),
excesso de nitrogênio na adubação, ataque de insetos nas
raízes ou brotos quebrados. Quando as raízes estiveram maiores
do que 5cm (até 10cm) , as plântulas (keikis) podem ser retiradas
e plantadas. Para estimular o crescimento de keikis em pseudobulbos velhos,
corte-os em pedaços mantendo alguns nós. Coloque em musgo, areia,
em algumas semanas as plântulas vão aparecer.
Dendrobium anosmum com anomalia
Colocação dos vasos: Sempre que possível, mantenho-as
dependurados pois isto vai ajudar muito na aeração do substrato
e permitir que o mesmo seque rapidamente entre as regas.
Bibliografia:
The Dendrobiuns - Howard P. Wood
Dendrobiums - An introduction to the species in cultivation - Sybella Schelpe
and Joyce Stewart
The Dendrobium and its relatives - Bill Lavarack, Wayne Harris e Geoff Stocker
Dendrobium Orchids of Australia - Walter T. Upton
Orchid Species Culture - Dendrobium - Margaret L. Baker and Charles O.
Baker
Fotos: Sergio Araujo (proibida a reprodução)
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