Em dezembro de 2011, atendendo ao convite feito pela jovem Associação de Rondoniense de Orquidófilos - Aro, comparecemos a Porto Velho, onde, além da exposição, tivemos a oportunidade de conhecer um habitat de Acacallis cyanea no estado do Amazonas, quase divisa com Rondônia.
A exposição foi realizada na Casa de Cultura Ivan Marrocos e, a
pesar da antecipação das chuvas, alterando a época de floração da Cattleya violacea e alterando também a expectativa de uma salão repleto daquela espécie, foram exibidas plantas bem interessantes.
O 1º Salão Cattleya violacea contou com a parceria do Orquidário Chapada dos Parecis, de Luis Koczkoday e contou ainda com a presença de Alcides Kavasini e André Kavasini (CAOB), além da equipe de Brazilian Orchids/Orchid News.
Diz-se que a orquidofilia é uma atividade denominada pelo universo masculino, mas a ARO desmente esta afirmativa com sua característica interessante: as mulheres são maioria. Um grupo de mulheres exerce diferentes funções desde a presidência (Darci J. Leite), a vice-presidência (Eunice P. Pinto), secretaria, tesouraria até o conselho (Fabiana, Rosângela, Maria de Lourdes, Ivane, Judite, Hitomi, Adelina, Karita), contando com a colaboração de apenas dois associados Jeferson e André Luiz.

Agradecemos a atenção que nos foi dada por todos os participantes da ARO e, em especial, à Ione Barbosa, que nos ciceroneou o tempo todo em que lá estivemos.

Cattleya violacea melhor planta da exposição






Por outro lado, a floração de Acacallis cyanea foi abundante e pode-se verificar a variedade existente dentro desta espécie.







E conhecer a forma alba da Acacalis rosariana


Diversas plantas de Brassavola martiana - planta típica do Bioma Amazônia



Um cultivador local, apresentou um cruzamento de sua autoria que se mostrou muito interessante, um híbrido de Cattleya luteola e Cattleya violacea



Na exposição, foram apresentadas também diversas espécies de Catasetum e também de Galeandra












Cattleya violacea vegeta como epífita em altitude que variam de 150 a 500m indo até 600m porém mais raramente pois nestes locais a temperatura noturna cai abaixo de 20º C. Seu habitat tem, em geral, elevada umidade atmosférica, mas com boa circulação de ar.
É a espécie do gênero com distribuição mais ampla, em toda região amazônica, pode ser encontrada fora das terras baixas da Amazônia indo até os limites da Região Central. Aparece nos estados do Amazonas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima e também no Peru, Venezuela, Colômbia, Guiana, Suriname, Bolívia e Equador. Cresce em diferentes tipos de vegetação, porém é mais abundante nos igapós, às margens alagadiças ou não, em áreas dos rios de água preta e fluxo mais lento como o Negro e seus afluentes cuja variação de nível pode chegar a 10m, durante a cheia, parecendo lagos. Sempre vegetando acima do limite máximo do nível das águas. É encontrada também nas matas de terra firme onde questão da luminosidade é muito variável com áreas mais iluminadas ou mais sombrias e aí, neste caso, ele prefere os galhos mais altos onde possa obter mais luz. Nestas matas mais fechadas, as plantas são menores.
Nas Campinas, as plantas são maiores, o pseudobulbo atinge 40cm de altura.
Floresce logo após a brotação até duas vezes durante o ano, abril-maio e outubro-novembro.
Possui um híbrido natural Cx brymeriana que ocorre no estado do Amazonas, resultado de seu cruzamento com a Cattleya eldorado


Acacallis cyanea foi descrita em 1853, por Lindley. Sua distribuição se estende até a Bolívia, Colômbia, Peru e Venezuela. No Brasil, está presente nos estados do Acre, Amazonas, Mato grosso, Pará, Roraima e Rondônia. Alguns estudiosos consideram como nome válido Aganisia cyanea (Schltr.) Rchb. f.


Acacallis rosariana foi descrita por V. P. Castro e J. B. Silva, em 2001, tem como holótipo uma planta encontrada no município de Porto Velho, 100m altitude, mas é também encontrada no estado do Mato Grosso.


Brassavola martiana foi descrita por Lindley em em 1836 e publicada no Edwards's Botanical Register. Possui diversos sinônimos: Bletia martiana (Lindl.) Rchb. f. Brassavola amazonica Poepp. & Endl. - Brassavola angustata Lindl.- Brassavola duckeana Horta - Brassavola multiflora Schltr. Brassavola surinamensis H. Focke.
Ocorre no Brasil (Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima), Bolívia, Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela. Ocorre sempre em ambientes de elevada luminosidade e tem como característica o labelo fimbriado. É bastante comum nas matas ribeirinhas e nas Campinas da Amazônia central onde forma o híbrido natural Bc x rubyi (x Cattleya eldorado).


Cattleya luteola tem seu principal habitat nas matas de terras firmes da Amazônia (Floresta ombrófila densa) mas ocorre por toda região de terras baixas da Amazônia (nas planícies inundáveis dos rios Solimões e Negro), nos estados do Amazonas e Pará), sendo comum do Brasil até o Peru. Cresce ao nível do mar até 600m de altitude. Nos igapós, forma grandes touceiras, na parte baixa das árvores de casca fina e ocorre em conjunto com Oncidium lanceanum, Rodriguezia leeana, Trichocentrum albococcineum e Catasetum pileatum.
É uma espécie anã, estando entre as menores do gênero Cattleya. Suas flores são pequenas (perto de 5cm de diâmetro) mas muito vistosas e cada haste carrega de 4 a 6 flores. Normalmente tem uma pigmentação avermelhada no interior no labelo mas já foi encontrada planta com labelo inteiramente amarelo. Floresce do verão até o inverno. Em hibridação se destaca pela sua contribuição para a produção de Cattleyas pequenas, muito florífera, produzindo aglomerado de flores amarelas e vasta folhagem.