Richardiana XIV Outubro 2013

Palavras Chaves: × Bratonia, Coryanthes, Mata Atlântica, novas espécies, Scuticaria.

Resumo
Duas novas espécies dos gêneros Coryanthes e Scuticaria e um híbrido natural (Brassia × Miltonia) foram descritos e ilustrados. A nova Coryanthes pertence à seção Coryanthes. Ela foi comparada com a espécie mais próxima,  Coryanthes maculata W.J.Hooker, e tambem à Coryanthes speciosa W.J.Hooker, uma espécie bastante comum. A nova Scuticaria foi comparada com Scuticaria hadwenii (Lindley) Planchon.

Introdução
Durante suas excursões botânicas nas matas do sul da Bahia, Sidney Marçal descobriu três orquídeas não identificadas como espécies já conhecidas, uma do gênero Coryanthes W.J.Hooker e outra do gênero Scuticaria Lindley e uma terceira planta que se trata de um híbrido natural intergenérico (Brassia × Miltonia).
O gênero Coryanthes é caracterizado por seus pseudobulbos ovoides ob-claviformes, bifoliados no ápice, folhas subplissadas, inflorescência basilar pendente, as flores são dotadas de labelo tripartido, com um hipoquilo unguiculado galeado e sépalas laterais grandes, projetadas para trás e bastante recurvadas, o ápice do epiquilo é igualmente galeado, mesoquilo subcilíndrico e um epiquilo igualmente galeado, sépalas laterais grandes, projetadas para trás e bastante recurvadas, o ápice do epiquilo enquadrando o ápice da coluna. Sua colocação na subtribo Stanhopeinae é geralmente aceita (Dressler, 1993 ; Szlachetko, 1995 ; Whitten et al., 2000). São reconhecidas duas seções, seção Coryanthes quando o mesoquilo é liso e quando marcado por lâminas transversais, seção Lamellunguis. Existem no Brasil, diversas espécies e a maior parte está localizada nas matas da Amazônia (Barros et al., 2013). Na Mata Atlântica só se conhece a C. bueraremensis, recentemente descrita (Campacci & Bohnke, 2012) e  C. speciosa var. espiritosantense Ruschi. As plantas de Coryanthes descobertas por Sidney Marçal estão mais próximas desta última, mas dela diferem e foi descrita sob o nome de Coryanthes bahiensis.
O gênero Scuticaria  faz parte da subtribo Maxillariinae (Dressler, 1993; Szlachetko, 1995 ; Whitten et al., 2000) e é caracterizado pelos pseudobulbos muito pequenos, pouco distintos, longas folhas cilíndricas pendentes e inflorescência basal produzindo de 1 a 3 flores grandes, resupinadas e espetaculares. As sépalas laterais formam em sua base um mento bem visível, a coluna é alongada, fina e um pouco arqueada. Poucas espécies foram descritas para este gênero exclusivamente sul-americano. No Brasil, são conhecidas oito espécies até agora distribuídas pela Floresta Amazônica, Cerrado e Mata Atlântica. Quatro espécies foram descritas para este último bioma. No estado da Bahia, só se conhece a Scuticaria bahiensis K.L.Davies & Stpiczynska e S. hadwenii (Lindley) Planchon. Sem sombra de dúvida que a espécie descrita como S. bueraremensis está mais relacionada a S. hadwenii.
× Bratonia  Moir foi publicado em 1957 como notogênero para os híbridos intergenéricos horticulturais Brassia × Miltonia. O nome × Miltassia foi proposto mais tarde e dever ser considerado como ilegítimo, mesmo que seja mais amplamente utilizado e continue como mais popular. Só existe até agora híbridos artificiais para este notogênero. O híbrido descrito sob o nome de × Bratonia bahiensis foi o primeiro representante natural publicado.

Material e método
O material relativo a estes novos táxons foi coletado por Sidney Marçal. Todas as partes e os detalhes macro morfológicos foram medidos e fotografados de maneira clássica. Para as espécies morfologicamente mais próximas, foram utilizadas as descrições e ilustrações originais e secundárias. Isto permitiu as gamas de variação das variações naturais destes táxons. Cada característica de cada táxon foi comparada com estas gamas de variação para se assegurar que não se tratava de variabilidade dentre de espécies próximas.




Coryanthes bahiensis Marçal & Chiron

Richardiana XIV - Outubro 2013

 Haec species Coryanthes maculata W.J.Hooker similis est sed foliis trinervatis  latioribusque, inflorescentia uniflora, labelli hypochilo profundiore angustioreque,
mesochilo longiore gracilioreque, epichilo minus profundo, et colore dissimile differt. De Coryanthes speciosa W.J.Hooker, foliis multo latioribus, labelli
partitionibus dissimilibus, epichili dentibus brevioribus aequilongis et columnae cornibus basilaribus brevioribus differt.



      
  (foto: Sidney Marçal)

Tipo: :
Brasil : « Bahia, Jussari, 600 m de altitude. Setembro 2012. S.Marçal  N. 3018.  Floração em cultivo agosto 2013 » - holótipo : HUESB 8930.
Observação: Este herbário não está incluso no Index Herbariorum, http://sweetgum.nybg.org/ih/ consultada 12 de outubro 2013; Trata-se do “Herbário da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/Jequié ”].

Etimologia:
O epiteto faz referência do estado da Bahia donde se origina o espécimen tipo.

Descrição:

S
eção Coryanthes. Planta epífita, cespitosa, pseudobulbos ovoides atenuadas na parte superior, 7-12 × 1,8-2,6 cm, um pouco arqueados, profundamente pluri-sulcados, ornados na base por 1-2 bainhas apergaminhadas longas, agudas, bifoliadas no ápice, folhas lanceoladas, 25-33 × 4-5 cm, atenuadas na base em curto pseudo-pecíolo, pauci-enervadas com 3 nervuras principais mais marcadas no verso e 2 laterais mais discretas, sub-plissadas, agudas; inflorescência nascendo da base do pseudobulbo, pendente, claramente mais longa do que as folhas, uniflora, pedúnculo cilíndrico com 45-50 cm de comprimento, por um diâmetro de 3-3,5 mm, tri-articulado, ornado em cada nó por uma bráctea estéril e longa de 1,5-2 cm, púrpura escura, bráctea floral com o comprimento de 25 mm, aguda, pedicelo-ovário com 9cm de comprimento, cilíndrico, superficialmente hexasulcado; sépala dorsal cordiforme quando estendida, convexa, com margens bastante recurvadas e parte apical dobrada sobre a base, com aproximadamente, 2,5 cm de comprimento por 3,5 cm de largura; sépalas laterais bastante falciformes, ovais, acuminadas, com, aproximadamente, 7 × 5 cm, lançadas para trás até se tocar, com margens bastante recurvadas; pétalas liguladas, falciformes, 3 × 0,9 cm, estreitamente arredondadas e cuculadas no ápice, com margens um pouco recurvadas; labelo totalmente glabro, hipoquilo galeado, profundo, longamente unguiculado, unha de 1,8-2 cm de comprimento, amarelo salpicado de púrpura, parte galeada profunda de 2,7 cm por um diâmetro de abertura circular com 1,8 cm, amarelo vivo imaculado; mesoquilo com 2,5 cm por um diâmetro de 5 mm, direto, um pouco arqueado no ápice, amarelo vivo, imaculado; epiquilo cupuliforme, 2 cm de profundidade, abertura oval com 2,5 × 2 cm, longamente tridentado no ápice, exterior branco amarelado com raras e pequenas pintas púrpuras na base. Interior bastante pintalgado de púrpura; coluna claviforme, com aproximadamente 2,5 cm de comprimento, base ornadas com 2 chifres, ápice recurvado.

Distribuição geográfica e habitat
: Até o momento, a espécie só é conhecida para o sul da Bahia, no Município de Jussari e cresce na Mata Atlântica. Floresce no invern
o.

a : planta
a1 : detalhe das nervuras das folhas
b : flor
c : sépala dorsal
d : sépala lateral
e : pétalas
f : labelo com corte vertical
g : coluna e ovário 
h : antera

Desenho de Guy Chiron, 08/2013, a partir de documentação fotográfica do tipo feita por Sidney Marçal





Scuticaria bueraremensis Marçal & Chiron


Richardiana XIV - Outubro 2013

Haec species Scuticaria hadwenii (Lindley) Planchon similis est, sed foliis  subduplo angustioribus, pedunculo multo breviore, floris valde minoribus, labello late rhombico indiviso pilis longis tecto, columnae pede breviore differt.


 
(foto de Sidney Marçal)

 
Tipo
: Brasil, « Bahia, Buerarema, S.Marçal N.222, Janeiro 2010, floração em cultivo agosto 2013 » - holótipo : HUESB 8932.


Etimologia : O epíteto específico faz referência à cidade de Buerarema em cujas adjacências foi descoberta o espécimen-tipo.

Descrição : planta epífita, cespitosa; pseudobulbos muito curtos, com apenas 1cm de comprimento, cilíndricos e um pouco fusiformes, com 4-6 mm de diâmetro, no início recobertos por 2-3 bainhas escariosas, unifoliados no ápice; folhas cilíndricas, muito compridas, com 13-62 cm de comprimento 2-4 mm de diâmetro, agudas acuminadas, um pouco caniculadas em todo seu comprimento; inflorescência basal, pedúnculo curto com, aproximadamente, 1,5 cm de comprimento, espesso, com cerca 3 mm de diâmetro, cobertos por 2-3 bainhas tubulares muito finas, uniflora; pedicelo-ovário com 8-8,5 cm de comprimento, bráctea floral minúscula, triangular, mal chegando a 4mm de comprimento, flor grande, resupinada, faces internas das sépalas e pétalas na cor vermelho-púrpura um pouco marcada com amarelo vivo, faces externas amarelas, marcadas por transparência pelas áreas vermelhas das faces internas, labelo branco com disco amarelo, abundantemente maculado de púrpura, coluna púrpura om ápice branco; sépalas ovais lanceoladas, 3-3,7 × 1-1,2 cm, obtusas arredondadas no ápice, discretamente penta-enervadas, as laterais um pouco oblíquas e um pouco mais largas do que a dorsal; pétalas lanceoladas, 2,7-3,4 × 0,7-1 cm, sub-agudas ; labelo com contorno geral bastante truliforme, 2,3-2,4 × 1,8-2,6 cm, às vezes, indistintamente trilobado na parte superior ao meio, com margem ondulada, ápice com margem, face interna coberta de longos pelos brancos, ornado na metade basal com uma calo espesso, carnudo, de contorno elítico, um pouco trilobado na parte frontal, coluna esguia, semi-cilíndrica, 1,3-1,4 × 0,3-0,35 cm, um pouco arqueada com um pé de cerca de 5 mm, áptero, antera hemisférica.


Distribuição g
eográfica e habitat: Até o momento, a espécie só é conhecida para o sul da Bahia, no Município de Buerarema e cresce na Mata Atlântica. Floresce no inverno


a : planta
b : flor
c : sépala dorsal
d : sépalas laterais
e : pétalas
f : labelo estendido e visto de frente e com corte do calo
g : coluna
h : antera
i : políneas

Desenho de Guy Chiron, 08/2013, a partir de documentação fotográfica do tipo, de Sidney Marçal





× Bratonia bahiensis Marçal & Chiron, hybr. nat. nov.


Richardiana XIV - Outubro 2013

Hybrida naturalis inter Brassia arachnoidea Barbosa Rodrigues et Miltonia  flavescens Lindley.



Tipo : Brasil, « Camacan, 200 m de altitude, julho 2012, S.Marçal N. 2518.
Floração em cultivo agosto 2013 » - holótipo : HUESB 8931.

Etimologia : O epíteto faz referência ao estado da Bahia, de onde a planta tipo é originária.

Descrição : planta epífita, cespitosa, com rizoma espesso com cerca de 5 mm de diâmetro, coberto de bainhas em escamas, raízes numerosas; pseudobulbos ligulados lanceolados, cerca de 8 × 1,5 cm, cobertos de 5-6 bainhas na base, a superior um pouco foliácea, cerca de 8 cm de comprimento, articulada, um pouco abaixo do ápice, segmento terminal oblíquo e sub-esférico, cerca de 1cm de comprimento; 2-3 folhas das quais uma se encontra no ápice do segmento basal do pseudobulbo e 1-2 na parte de cima do segmento apical, elíticas liguladas, 12-17 × 1,6-2,8 cm, um pouco conduplicadas na base, agudas no ápice, uninervuradas; inflorescência basal, no eixo da última bainha, do mesmo comprimento ou um pouco mais longa dos que as folhas, pedúnculo cerca de um terço do comprimento total da inflorescência, com 10-15 cm de comprimento, guarnecido de 4-5 brácteas estéreis triangulares agudas, com o comprimento de 1,8-2,3 cm, racimo pluriflora; pedicelo ovário com cerca de 2,8 cm de comprimento, cilíndrico, liso, bráctea floral triangular aguda, 2,5 × 0,7 cm ; flor resupinada, glabra, amarela clara salpicada de marrom claro ; sépalas lineares lanceoladas, cerca de 4,4 × 0,4-0,45 cm, agudas acuminadas, discretamente uninervuradas, as laterais um pouco recurvadas; pétalas estreitamente lanceoladas, com cerca de 3,7 × 0,5 cm, agudas acuminadas; labelo mais ou menos claramente panduriforme, com cerca de 3,2 × 0,9 cm ao nível da base e 1,4-1,7 cm no nível maior, agudo, com margem irregular e levemente ondulada, disco guarnecido na base por um carena curta, 6 mm de comprimento, grande, bífido no ápice, as 2 carenas divergentes e se prolongando por 2 nervuras que se afinam até o ápice do labelo; coluna curta e massiva, reta, com cerca de 7 × 3 mm, cavidade estigmática emoldurada por duas asas curtas, antera com cobertura apiculada na parte frontal, 2 políneas obovoides.

Distribuição geográfica e habitat: Até o momento, a espécie só é conhecida para o sul da Bahia, no Município de Camacan, crescendo na Mata Atlântica onde floresce durante o inverno.


a : planta e detalhe do ápice do pseudobulbo
b : flor
c : sépala dorsal
d : sépalas laterais
e : pétalas
f : labelo (2 espécimes)
g : coluna
h : antera
I : políneas
j : bráctea flora.


Desenho de Guy Chiron, 08/2013, a partir de documentos fotográficos de tipo por Sidney Marçal




DISCUSSÃO

Sobre o plano morfológico, C. bahiensis é, provavelmente, mais próxima de Coryanthes maculata W.J.Hooker. As principais diferenças macroscópicas são relativas às folhas - trienervardas (versus x multienervadas) e relativamente maiores (relação comprimento/largura de 6 versus 8 - à inflorescência (uniflora versus pauciflora) – aos detalhes do labelo (epiquilo menos profundo, mesoquilo mais longo e mais fino, hipoquilo mais profundo e mais estreito) - e às cores das flores. Cogniaux (1902) cita diversas variedades de C. maculata, todas apresentação uma coloração diferente desta nova espécie. Além disto, C. maculata e suas variedades são, até esta data, exclusivamente amazonenses.
Uma outra espécie é, num nível menos importante, próxima de C. bahiensis,  C. speciosa W.J.Hooker, uma espécie suficientemente variável para que sua sinonímia abranja diversos táxons. As principais diferenças (C. speciosa versus C. bahiensis) que se pode mencionar são as folhas muito mais estreitas (relação comprimento/largura = 10-12), uma inflorescência, pelo menos, bi ou triflora, um hipóquilo muito curto com uma unguícula também mais curta e um ápice agudo acuminado, um mesoquilo mais longo e mais achatado, um epiquilo com dentes apicais mais longos, o mediante sendo mais longo do que os dois laterais, os chifres basais da coluna mais longos.
Encontra-se uma variedade de C. speciosa na Mata Atlântica, C. speciosa var. espiritosantense. Ela mostra também as diferenças abaixo, às quais se junta uma diferença clara da coloração das flores. Coryanthes bueraremensis foi descoberta por Sidney Marçal na mesma região do sul da Bahia. No plano vegetativo, as diferenças não são significativas. A inflorescência é trifolora. A diferença de coloração das flores é muito definida (sépalas e pétalas amarelo-rosadas sem pintalgado, epiquilo rosa escuro). Alguns detalhes se diferem na morfologia do labelo.
Scuticaria bueraremensis  é mais próxima de S. hadwenii. Entretanto diversos caracteres vegetativos ou florais permitem distinguir as duas entidades. Na primeira, as folhas são claramente mais estreitas (3-4 mm de diâmetro versus 5-7 mm), os pedúnculos muito mais curtos (1,5 cm versus mais de 4 cm), a bráctea floral nunca é mencionada em S. hadwenii, as flores são sensivelmente menores (6,5 cm de diâmetro, aproximadamente, versus 8-9 cm), o labelo de forma diferente (muito rômbico versus bastante obvolado trilabelado), coberto em sua face interna de longos pelos brancos (versus um pouco pubescente), o pé da coluna mais curto (5 mm versus 7-8 mm).
Hoehne (1953) apresenta uma boa ilustração de S. hadwenii. Os períodos de floração são, ao conhecimento dos autores, bem diferentes também (inverno versus verão). Diversas variedades de S. hadwenii foram descritas: trata-se antes de formas de cor do que entidades com morfologia diferente.

× Bratonia bahiensis apresenta certos atributos idênticos a aqueles de seus progenitores e características intermediárias. Os gêneros Brassia e Miltonia sendo gêneros próximos da sub tribo Oncidiinae, certos outros caracteres são comuns aos dois gêneros, principalmente o número e a forma das bainhas basais envolvendo o pseudobulbo, o número e a forma das folhas assim como a longa inflorescência em racimo multiflorido nos dois terços apicais. De Brassia arachnoidea  Barbosa Rodrigues (Fig. 7A), o híbrido carrega a forma dos pseudobulbos, a cor das flores, a forma do labelo e o comprimento da sépala dorsal. Da Miltonia flavescens Lindley (Fig. 7B), o comprimento do pedicelo-ovário, a forma das brácteas florais e forma do calo que orna o labelo. Entre os caracteres intermediários, pode-se citar o comprimento das brácteas, tanto as brácteas estéreis que enfeitam o pedúnculo quanto as brácteas florais, as dimensões e a forma das sépalas laterais e das pétalas e a forma das asas da coluna.




Brassia arachnoidea Barbosa Rodrigues [A] e Miltonia flavescens Lindley [B]
(fotos de Guy Chiron)

Referências
Barros, F. de, F.Vinhos, V.T.Rodrigues, F.F.V.A.Barberena, C.N.Fraga, E.M.Pessoa, W.Forster &L.Menini Neto, 2013. Orchidaceae in Lista de  Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro,     http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB11529.
Campacci, M.A. & E.Bohnke, 2012. In V.P. Castro Neto (éd.) Icones Orchidacearum Brasilienses 3 : t.241.
Cogniaux, A., 1902. In Martius, Flora Brasiliensis 3(5) : 512-513.
Dressler, R.L., 1993. Phylogeny and Classification of the Orchid Family. Dioscorides Press, 314 pp.
Hoehne, F.C., 1953. Flora Brasilica vol.XII, VII : 344-346 et t.162.
Szlachetko, D.L., 1995. Systema Orchidalium. Fragmenta Floristica et Geobotanica, Supp. 3, 152 pp.
Whitten, W.M., N.H.Williams & M.W.Chase, 2000. Subtribal and generic relationships of Maxillariae (Orchidaceae) with emphasis on Stanhopeinae : combined molecular evidence. American Journal of Botany 87(12) : 1842-1856.