A verdadeira identidade de Serapias nitida, uma espécie
de Buchtienia (Orchidaceae) da Mata Atlântica


Claudio N. de Fraga, Thiago E.C. Meneguzzo & Eduardo M. Saddi

Trabalho publicado em inglês no periódico TAXON 64(2) Abril 2015:355-361

Resumo: Serapias nitida é um nome cuja identidade taxinomica foi considerada como duvidosa. Neste trabalho, os autores mostraram que S. nitida pode estar relacionado à espécie do gênero Buchtienia e propuseram  uma nova combinação Buchtienia nitida e colocaram a espécie recentemente descrita como sinônimo.
Palavras-chave: Brasil, neotrópico, Rio de Janeiro, taxonomia, Vellozo 



Introdução


No periódico TAXON, Buzatto & al. (2013) publicaram um artigo sobre tipificação e notas taxonômicas sobre as espécies brasileiras das subtribos Goodyerinae e Spiranthinae (Orchidaceae: Cranichideae) descritas por José Mariano da Conceição Vellozo e João Barbosa Rodrigues.
O estudo aborda 43 nomes publicados por Barbosa Rodrigues e 7 nomes publicados por Vellozo.
Dois destes nomes citados por Vellozo (Serapias nitida Vell., S. polyaden Vell.) foram recentemente excluídos porque não poderiam ser aplicados a nenhuma planta conhecida ou ter conexão com outros nomes.
Buzatto & al. (2013) também observaram que o nome Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr. (Schlechter, 1920), com base em Serapias nitida, foi amplamente mal aplicado para o taxon conhecido como Sauroglossum elatum Lindl. (Lindley, 1840).
Aqui, nós mostramos que Serapias nitida poderia ser aplicado outro membro do gênero Buchtienia Schltr., descrito como B. claudiae Chiron & al.
O gênero Buchtienia foi estabelecido or Schlechter (1929) para abrigar B. boliviensis Schltr., com base em um espécime coletado na Bolívia (Szlachetko, 1992) por Otto Buchtien, diretor do Museu Nacional de La Paz (Salazar, 2003).
Schlechter (1929) o considerou como sendo similar a Stenorrhynchus A.Rich. ex Spreng. em função do viscidium ser colocado sobre o rostelum, pela ausência do pé da coluna e pela forma distinta do rostelum, Buchtienia é mais distinto do gênero Spiranthinae pela sua longa inflorescência, pedúnculo multifloral com brácteas florais membranosas, resupinado e flores de tamanho médio para o grupo, labelo trilobado com 3-lobed lip with a patent distal part, erect gynostenium, reduced column foot, rostellum small and membranaceous in apical part, and anther and apical viscidium. Despite its unique characters the relationships with other genera of the subtribe are still unclear. A análise cladística baseada nos caracteres morfológicos colocou Buchtienia em um clado com Mesadenus Schltr. ou com Dichromanthus Garay, Pseudoeurystyles Hoehne, Degranvillea Determann, e Schidorhynchos Szlach. (Rutkowski&Szlachetko, 2008). Infelizmente, o material adequado de Buchtienia nunca esteve disponível para inclusão no conjunto de dados moleculares usados para estudar a filogenia de Spiranthinae (Salazar & al., 2003, 2009; Górniak & al., 2006). 
Devido à ausência de material tipo (um espécime) relacionado a Serapias nitida, a ilustração original publicada por Vellozo foi designada como lectóptipo por Buzatto & al. (2013).
Em 2013, Chiron & al. descreveram Buchtienia claudiae como uma nova espécie do sudeste do Brasil. Foi esta publicação que nos levou a fazer a conexão entre o nome de Vellozo e, assim, em última instância, resolver o status taxonomico de S. nitida como uma espécie Buchtienia. Fizemos a combinação apropriada, colocando B. claudiae em sinonímia, fornecemos uma descrição completa junta com notas sobre o status de conservação da espécie e apresentamos uma chave para as quatro espécies conhecidas como Buchtienia.


TRATAMENTO TAXONÔMICO


Buchtienia nitida (Vell.) Fraga & Meneguzzo, combinação para Serapias nitida Vell., Fl. Flumin. Icon. 9: t. 52. 1831 e Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr. in Beih. Bot. Cen-tralbl. 37: 376. 1920 – Lectótipo (designado por Buzatto 1. al. in Taxon 62: 616. 2013): Ilustração original de Vellozo encontra-se na Seção de Manuscrito da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (objeto digital mss1198658_56; publicado na Fl. Flumin. Icon. 9: t. 52. 1831).
Buchtienia claudiae Chiron, A.S.Medeiros & Archila inRichardiana 13: 246. 2013 – Holotype: Brasil. São Paulo, “divisa de Resende (RJ) com Arapeí (SP), seguindo pela estrada de terra RJ 161 a esquerda (sentido Resende Arapeí) na última ilha de mata antes de entrar em Arapeí, elev. 500 m”, 2 Sep 2002, A. Medeiros s.n. (HBR No. 54748! [Exsicata depositada em herbário e amostra preservada em álcoo]).
Erva terrestre. Raízes cilíndrico-fusiformes, pilosas, (0,3–) 0,5–1 cm diam. Haste inconspícua. Folhas em uma roseta compacta, presente durante a antese, pecíolo de 10,5-15 cm de comprimento, 1,2-1,8 cm de largura, lâmina elíptica, base atenuada, ápice obtuso, cartácea, glabra, verde, 24-29 cm de comprimento, 7,4-8,8 cm de largura. Inflorescência racemosa, glabra, 68 cm de comprimento, 1 cm de largura na base; pedúnculo de 36–39 cm de comprimento, coberto com 8 brácteas lanceoladas não comprimidas, ápice agudo, 7,5–9 cm de comprimento, 1,4–1,9 cm de largura; ráquis congestionado, 27-29 cm de comprimento, ca. 120 flores. Bráctea floral estreito-lanceolada, ápice agudo, glabro, 0,8–1,7 cm de comprimento, 0,3– 0,5 cm de largura. Flor ressupinada, verde. Pedicelo de até 0,1 cm de comprimento. Ovário fusiforme, curvo no ápice, glabro, 1–1,2 cm de comprimento, 0,2 cm de largura. Sépalas glabras, conduplicadas, dorsais livres, laterais logo adnadas na base, curvadas para trás; sépala dorsal lanceolada, ápice agudo, côncavo, livre, 0,9–1,1 cm de comprimento, 0,3–0,4 cm de largura; sépalas laterais lanceoladas, ápice agudo, 1–1,2 cm de comprimento, 0,2–0,25 cm de largura. Pétalas elípticas, oblíquas, vértices apiculadas, glabras, adnadas à sépala dorsal, 0,7–0,8 cm de comprimento, 0,3 cm de largura. Labelo levemente lobado, trilobado, séssil, curvado para trás, lábios laterais parcialmente adnados aos lados da coluna, parte basal elíptica, com glândulas nas margens, 0,3 cm de comprimento por 0,2 cm de largura; lobo lateral elíptico, ápice arredondado, levemente adunco, 0,3–0,35 cm de comprimento, 0,2–0,25 cm de largura; lobo médio semiorbicular, ápice obtuso, 0,2–0,25 cm de comprimento, 0,2–0,25 cm de largura. Coluna ligeiramente curva, canalizada na base 0,4–0,5 cm de comprimento, 0,2 cm de largura; antera lanceolada, côncava, móvel, séssil; clinandrium fechado; polinário constituído de 2 polínias bipartidas oboval, caudículo ausente, viscídio oval; estigma subterminal semiorbicular; rostelo espatulado, pli-capaz, emarginato remanescente de rostelo; pé da coluna completamente adnado ao ovário, oblíquo, 0,1 cm de comprimento. Cápsula elipsoide, marrom escuro e vernicose quando madura, 1–1,4 cm de comprimento, 0,5–0,8 cm de largura. Sementes não vistas. Veja as Figs. 1 e 2.
Additional specimens examined. – Brasil.Rio deJaneiro, Angra dos Reis, Ilha Grande, s.d., M.R.A. Braga 396 (RB). Mangaratiba, Rio das Pedras, Reserva Particular do Patrimônio Natural Rio das Pedras, trilha para o Cambucá e margem do Rio Grande, 19 Oct 1996, J.A. Lira Neto, M.G. Bovini e H.N.A. Braga 335 (RB); ibidem, trilha para Toca da Aranha,  19 Feb 2003, E.M. Saddi 6 (RB); ibidem, trilha do gasoduto (trilha 19143), coletada em 11 Oct 2003, preservada após floração em cultivo em Agosto 2008, E.M. Saddi & P.V. Prieto
146 (RB). Miguel Pereira, vertente oposta ao condomínio Serra Dourada, 29 Jun 2013, M.S. Wängler 1355 (RB).

   Etimologia - O epíteto específico é derivado do latim nitidus, brilhante, para descrever sua aparência geralmente lisa e brilhante.

   Status de conservação - Buchtienia nitida parece ser endêmica da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro em sua divisa com o Estado de São Paulo. A Mata Atlântica do leste brasileiro é considerada uma área prioritária para os esforços de conservação da biodiversidade mundial devido a sua alta riqueza de espécies, alto nível de endemismo e as crescentes ameaças antropogênicas a este bioma limitado e fragmentado (Myers & al., 2000). O desmatamento da floresta foi especialmente severo nas últimas três décadas; 11.650 km2 de floresta foram perdidos entre 1990 e 2005 (Tabarelli & al., 2005). A extensão de ocorrência (EOO) de B. nitida é estimada em 2881 km2 e a área de ocupação (AOO) em 24 km2, usando GeoCAT com largura de célula AOO definida como 2 km (Bachman & al., 2011). A área está fragmentada devido ao intenso desmatamento para agricultura nos últimos dois séculos, e com o crescimento da região metropolitana do Rio de Janeiro, e além disso, as populações conhecidas são representadas por apenas alguns indivíduos dispersos. Por estas razões, parece prudente incluir esta espécie na categoria Ameaçada (EN: B1ab (i, ii, iii, iv) c (i, ii)) de acordo com os critérios da IUCN (2001) e as orientações para o uso do Lista Vermelha da IUCN da IUCN (Comitê de Normas e Petições da IUCN, 2014).

DISCUSSÃO

Segundo Rutkowski & Szlachetko (2008) Buchtienia incluia um espécie não descrita para o sudeste do Brasil, sem mencionar nenhum material específico. Nós presumimos que o taxon não descrito a que eles se referem corresponda a B. claudiae que foi subsequentemente descrito por Chiron & al. (2013) a partir de material coletado na divida dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Um de nós (EMS) o coletou material estéril durante uma pesquisa em Mangaratiba, um município situado na região sudeste do estado do Rio de Janeiro, localizada no litoral central da Mata Atlântica (Saddi & al., 2005). O material foi mantido em cultivo no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A mesma espécie foi também coletada em duas outras localidades próximas no estado do Rio de Janeiro. (Table 1; Fig. 3).

Com exceção de Buchtienia nitida, os três outros membros do gêneros estão distribuídos a oeste da América do Sul. De acordo com Vásquez & al. (2003) B. boliviensis é endêmica para a Floresta úmida subandina da Amazônia e Floresta úmida preandina localizadas no sudeste da Amazônia, Bolívia. No entanto, esta espécie foi citada por Schweinfurth (1958) para Cuzco, Peru, e Mato Grosso, Brasil (Fronteira com Bolivia) por Pabst (1960), and Pabst & Dungs (1975). Além disto, Schinini & al. (2008) assinalou a presença desta espécie em Boquerón, Paraguai, na divisa com Bolivia. Mais tarde, Garay (1978a) descreveu B. rosea Garay com base em espécime citado por Schweinfurth (1958) como B. boliviensis. Devido à sua distribuição estreitamente endêmica (Brako & al., 1993), Roque & León (2006) consideraram B. boliviensis como ameaçada de extinção (EN). Garay (1978b) também descreveu B. ecuadorensis Garay baseado em apenas um espécime de Napo, Equador. Ambas as espécies de Garay foram tratadas por Szlachetko (1992) como variedades de B. boliviensis, mas nós as reconhecemos aqui como espécies distintas.
Buzatto & al. (2013) afirmaram que não era possível aplicar o nome Serapias nitida a nenhuma planta conhecida e indicaram que as flores retratadas por Vellozo eram mais semelhantes às flores de Pteroglossa Schltr. ou Eltroplectris Raf.

FIG.1 . Desenho de linha de Buchtienia nitida. A, Roseta com raízes e base do pedúnculo; B, brácteas; C, ápice do pedúnculo e ráquis multifloroso; D, flor em vista lateral; E, flor dissecada; F, ovário, coluna e polinários em vista lateral; G, coluna em vista lateral. - Desenhado por Maria Alice Rezende baseado em E.M. Saddi & P.V. Prieto 146 (RB)


FIG.2 . Hábito e morfologia de Buchtienia nitida. A, hábito; B, inflorescência; C, detalhe da inflorescência com flores abertas; D, flor em vista frontal; E, lábio e coluna em vista dorsal; F, lábio e coluna em vista frontal; G, lábio e coluna em vista lateral; H, ovário, coluna e polinários em vista dorsal, ventral e lateral, respectivamente da esquerda para a direita; I, coluna em vista dorsal e ventral com polinários removidos, respectivamente da esquerda para a direita; J, polinários em vista lateral e ventral, respectivamente da esquerda para a direita.

A conexão com Buchtienia provavelmente não foi feita porque o gênero não tenha sido citado anteriormente para a Mata Atlântica. Além disso, o artigo de Buzatto & al. foi publicado
em 17 de junho de 2013, enquanto Chiron & al. foi publicado vários semanas de atraso em 1 de julho de 2013. Curiosamente, Vellozo indicou que sua coleção de Serapias nitida foi feita em “Habitat silvis Farmacopolitas ”(Mello-Netto, 1881), local na época formalmente denominada Freguesia Eclesiástica do Nossa Senhora dos Remédios. Segundo Lima (1985), é o atual município
de Paraty, Rio de Janeiro, Brasil localizada na divisa com o estado de São Paulo, próximo à região onde foi coletada B. claudiae.

 

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE BUCHTIENIA


1. Bráctea floral, pedicelo, ovário e sépalas glabras; floral bráctea mais longa do que flor; lábio ligeiramente     lobulado,lóbulo médio semi-orbicular ....................................... B. nitida
1. Bráctea floral, pedicelo, ovário e sépalas pilosas; bráctea floral mais curto que uma flor; lábio profundamente     lobulado, lóbulo médio estreito triangular ................................................. ..... 2
2. Flores rosa; lábio com lóbulos laterais oblongos, lóbulo médio triangular e mais curto do que os lóbulos laterais     ......................... B. rosea
2. Flores verdes; lábio com lóbulos laterais ovais ou triangulares, lóbulo do meio mais longo do que os lóbulos     laterais ......................... 3
3. Labelo com lóbulos laterais ovais, lóbulo médio contraído no meio parte .............................................. B. boliviensis
3. Labelo com lóbulos laterais triangulares ovais, lóbulo médio não contraído em sua parte central ................. B.     ecuadorensis


Tabela 1. Distribuição geográfica de Buchtienia de espécimes de herbário e referências


 

Fig.3. Mapa mostrando a distribuição geográfica de Buchtienia boliviensis (pontos pretos),
B. ecuadorensis
(triângulos pretos), B. nitida (pentágonos pretos), e B. rosea (quadrados pretos) na América do Sul. - Traçado com Shorthouse, 2010.

 

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem aos Herbários HBR e RB por permitir acesso às suas coleções. TECM agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para bolsa,
e processos de bolsa de pesquisa MCT / CNPq / MEC / CAPES PROTAX 562340/2010, MCT / CNPq / FNDCT / MEC / CAPES / FAP'S REFLORA
563535 / 2010-5, 563556 / 2010-2, e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro APQ1 E-26 / 110.473 / 2012.


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