Espécies brasileiras ameaçadas de extinção

A cada número apresentaremos fotos de algumas espécies de orquídeas brasileiras ameaçadas de extinção.
Clique aqui para ver a listas das espécies que estão ameaçadas na natureza.

 

Categorias de plantas ameaçadas
Criticamente ameaçadas - CR
Em perigo - EN
Vulneráveis - VU
Quase ameaçadas - NT



Cattleya alaori (CR)
Foto: Sergio Araujo

Cattleya alaorii (Brieger & Bicalho) Van den Berger

Sinônimos:
Laelia alaorii  Brieger & Bicalho

Cattleya f. dietliena (O.Gruss) Van den Berg
Laelia f. dietliena O. Gruss
Sophronotis alaorii f. dietliana (O.Gruss) Van den Berg & M. W. Chase
Hadrolaelia alaorii (Briger & Bicalho) Chiron & V. P. Castro
Sophronotis alaorii  (Briger & Bicalho) Van den Berg & M. W. Chase

Esta planta foi publicada em 1976, por Brieger e Bicalho como Laelia alaorii e seu nome é em homenagem a Alor de Oliveira que a coletou às margens do Rio Salgado, estado da Bahia, crescendo em árvores altas, nos galhos mais altos.
Seu porte é pequeno variando entre 5 e 12cm de altura e tem hábito vegetativo rastejante.  Suas flores variam da cor rosada até branca e seu labelo pode possuir marcas arroxeadas com quilhas na cor amarela.

A inclusão desta planta como CR – criticamente ameaçada de extinção na natureza -  foi justificada pelo projeto CNCFlora (Centro Nacional da Conservação da Flora), em 2012, na avaliação de Pablo Viany Prieto (mestrado e doutorado em Botânica) e com revisão de Tainan Messina (mestre em Botânica). Sua inclusão foi justificada pela limitação de seu habitat (um pequeno conjunto de serras situadas no Parque Nacional da Serra das Lontras) e pela degradação de seu habitat causada pressão de atividades econômicas no passado e no presente. Por se trata de uma espécie muito admirada pelos colecionadores, esta situação ainda agravada pela pressão das coletas.

Bilbiografia
1) CNCFlora (*). Hadrolaelia alaori in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Hadrolaelia alaori>. Acesso em 24 julho 2021.
(*) O Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora) é referência nacional em geração, coordenação e difusão de informação sobre biodiversidade e conservação da flora brasileira ameaçada de extinção.
2) Flora do Brasil. van den Berg, C. 2020. Cattleya in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB65034>. Acesso em: 24 jul. 2021
3) The Cattleyas and Their Relatives – Volume II, The Laelias. Carl L. Withner – 1990A
4) Compendium of miniature Orchid Species. Volume I – Ron Parsons and Mary E. Gerritsen – 2013





Brassia arachnoidea (VU)
Foto: Sergio Araujo


Brassia arachnoidea
Barb. Rodr.

Esta planta foi publicada em 1877 (Gen. Spec. Orchid. 1:97, 1877), tendo como typus uma planta coletada no Rio de Janeiro, sem indicação precisa do lugar. A ilustração original foi publicada na Flora Brasiliensis. Volume 3,  parte IV. Apesar de ter citações para o Bioma Amazônia, aparentemente, só foi coletada para fins científicos nos estados da Bahia e do Espírito conforme registros existentes nos herbários.
Hoehne, em Iconografia de Orchidaceas do Brasil, em seu relato de excursões feitas na região amazônica menciona a presença da espécie (e muitas outras) nos matagais brejosos (p 94).
Joaci Luz e Jane Franco, em seu livro “Orquídeas de Roraima”, citam cinco espécies do gênero, mas não há citação para aquele estado.
Manoela Ferreira Fernandes da Silva e João Batista Fernandes da Silva relatam a presença das espécies de Brassia (excluindo Brassia bidens encontrada em área de terra firme)  em todas as florestas de igapó, várzeas e margens dos rios e igarapés da Amazônia brasileira considerando-as como epífitas muito comuns.
O projeto CNCflora incluiu a espécie com sendo vulnerável, na avaliação de Danielli Cristina Kutschenko (Mestre em Botânica)  (revisão de Tainan Medina - Mestre em Botânica) por considerar que a espécie é propensa à exploração indiscriminada.

Devido à grande disjunção de distribuição da espécie e a falta de registro de coleta para os estados da região amazônica, recomenda a ampliação de estudos que poderão levar a uma nova categoria.
A espécie tem registro em herbário de coletas efetuadas nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Há um registro de herbário com uma coleta no estado do Acre, mas não há menção à localidade. Há citações para os estados de Roraima, Amazonas e Acre. O projeto Flora do Brasil cita como possível ocorrência nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Bibliografia

1) CNCFlora. Brassia arachnoidea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Brassia arachnoidea>. Acesso em 24 julho 2021.
2) Iconografia de Orchidaceas do Brasil, F. Hoehne, 1949
3) Flora Brasilensis, von Martius, 1905, volume III
4) Orquídeas Nativas da Amazônia Brasileira, Manoela Ferreira Fernandes da Silva e João Batista Fernandes da Silva, 2000
5) Meneguzzo, T.E.C. 2020. Brassia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB11232>. Acesso em: 25 jul. 2021
6) Orquídeas de Roraima - Francisco Joaci de Freitas Luz e Jane Maria Franco Oliveira. 2011.