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CITES, sua Evolução e a História das Atitudes a
seu respeito
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Harold
Koopowitz é
professor de biologia da Universidade da Califórnia. Ele
coletou, cultivou e estudou orquídeas nos últimos
30 anos. Seu envolvimento com as orquídeas se dá
em diversos níveis: como orquidófilo, cientista
e cultivador profissional. Ele se especializou em Paphiopedilum
e é juiz de orquídeas filiado à American
Orchid Socieyt (Sociedade Americana de Orquídeas), assim
como membro correspondente do seu Comitê de Conservação
(Conservation Committee). Além disto participa de diversas
comissões internacionais tais como a International Orchid
Commission (Comissão Internacional de Orquídeas),
a Species Survival Commission (Comissão de Sobrevivência
de Espécies) e a IUCN - International Union for the Conservation
of Nature (União Internacional para a Conservação
da Natureza) no que diz respeito à orquídeas. Ele
descreveu diversas espécies do grupo conhecido como Sapatinho
de Vênus e é o editor-chefe da revista Orchid Digest..
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ON:
Mr. Harold Koopowitz, sua palestra em Dijon versou sobre "CITES,
sua Evolução e a História de Comportamentos a seu
respeito". O senhor tem uma opinião bastante firme a respeito
do CITES. Por favor, poderia nos falar um pouco sobre esta questão?
HK: Muita coisa do CITES não tem nada a
ver com a verdadeira conservação. Na minha opinião,
plantas híbridas não deveriam estar incluídas nele.
Eu acho que todos os híbridos deveriam retirados. Regulamentar
o movimento de espécimes secas de herbários também
não tem nada a ver com conservação. Quando eles
listam alguma coisa, eles deveriam saber ou ter evidências seguras
de que está realmente em perigo na natureza. A atitude de que
se alguém não tem informações suficientes
então não pode se arriscar não funciona para plantas.
Há muita burocracia envolvendo o funcionamento do CITES e isto
é muito caro, não somente para cultivadores comerciais
mas também para os países que precisam cumprir o tratado.
90% do trabalho de regulamentação tem a ver com plantas
híbridas. Assim, eu acho que o dinheiro despendido em tais regulamentações,
seria melhor aplicado se ele fosse usado para comprar florestas e ajudar
na conservação de plantas ou animais realmente ameaçados.
Regulamentar plantas que não estão realmente em perigo
é perder o apoio do público cultivador de orquídeas.
Se você olhar a lista de espécies ameaçadas que
eles publicaram, eles a ilustraram com um Dendrobium híbrido.
Isto mostra que eles não sabem realmente o que estão fazendo.
Quando eles listaram dois gêneros Paphiopedilum e Phragmipedium
no Appendix I, isto não reduziu a pressão de coleta nas
populações selvagens. No último caso (Phragmipedium),
isto aumentou. Isto não parou as coletas na natureza e as espécies
recentemente descobertas (por exemplo, Paph. vietnamense), depois
de listada, estão agora altamente em perigo.
Antes, as colocações no CITES não eram baseadas
em evidências reais, apenas na opinião das pessoas consideradas
por elas mesmo como especialistas. Muitas espécies que foram
julgadas ameaçadas de extinção, hoje sabe-se que
não estão em perigo.
ON:
Por que o senhor considera que o CITES trabalha contra a conservação
in situ das espécies?
HK: Com orquídeas listadas no Appendix
I, é necessário provar que as plantas originais foram
coletadas legalmente. Isto nem sempre é possível. As orquídeas
tipo sapatinho originárias do Vietnam sãoum bom exemplo.
Elas foram coletadas ilegalmente até o ponto de se tornarem realmente
em perigo. Algumas podem nem mesmo existir ainda na natureza mas elas
estão bastante disseminadas em cultivo (ilegalmente). Proibir
o comércio destas espécies é agora ilógico
porque elas serão extintas a menos que seja autorizada sua propagação
artificial. Mas isto é proibido.
On: Que tipo de mudanças o senhor sugere para a lista do CITES?
HK: Todos os híbridos devem ser removidos.
Toda a propagação artificial deve ser removida. Espécies
de herbário devem ser removidas. Apenas espécies realmente
em perigo devem entrar na lista. CITES não deve regular o movimento
de espécimes secos dos herbários. CITES deveria também
perdoar, encorajar o movimento de material salvo.
ON: Que tipo de cooperação poderia haver entre os orquidários
comerciais e conservacionistas no sentido de promover a conservação?
HK: Eu acho que a regulamentação
permitindo alguns orquidários propagar e vender frascos de Phragmipedium
kovachii e seus híbridos sobre o controle do governo peruano
é um excelente modelo.
ON: O senhor é editor de uma das mais importantes revistas sobre
orquídeas, 'Orchid Digest'. Em sua revista, é possível
se fazer alguma coisa pela conservação ou este não
é o propósito?
HK: Bem, nós queremos promover a conservação
e, no passado, nós, na verdade, dedicamos alguns números
à conservação mas no momento, não é
nosso principal objetivo. Nós estamos, no entanto, sempre interessados
em artigos sobre conservação, tanto de sucessos quanto
de fracassos e ficaríamos felizes em considerar qualquer artigo
sobre estes assuntos. Eu preciso dizer que nós temos uma reserva
de artigos e pode levar de um a dois anos para um artigo ser publicado.
ON: Muito obrigada.
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