Todas as fotos são de Francisco Miranda e foram retiradas do livro ORQUÍDEAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
A Amazônia é a maior floresta equatorial de todo o mundo e a região Amazônica ocupa
aproximadamente a metade da superfície do território brasileiro, quase que coincidindo com toda a Região Norte do País.
Seu relevo varia de altitudes inferiores a 200m/sm a 800m/sm. Seu clima é considerado quente com médias anuais de temperatura acima de 24oC. com valores inferiores nas regiões limítrofes. A precipitação não é tão uniforme com médias anuais excedendo 3.000mm em alguns locais.
A flora amazônica é extremamente variada e em seu livro "Orquídeas da Amazônia Brasileira", Francisco Miranda revela parte da maravilhosa flora orquidológica do Brasil mas ele considera que ainda há muito para se descobrir, especialmente entre as espécies de flores pequenas mas já é possível traçar um perfil básico.
O Catasetum é o gênero mais ricamente representado com mais de 40 espécies já descritas e algumas outras ainda a descrever correspondendo a aproximadamente dois terços das espécies do gênero conhecidas no Brasil. Quase a totalidade das espécies de Momordes e Cynoches também ocorrem na Amazônica donde se deduz que o grupo das Catasetinae tem sua principal área de distribuição nessa região.
As espécies de Maxillaria e Pleurothallis são também numerosas sendo que das aproximadamente 150 espécies de Maxillaria existentes no Brasil, mais ou menos 20% delas ocorrem na Amazônia. Curiosamente a Laelia está ausente e o gênero Cattleya está representado por poucas espécies, três com distribuição ampla nas terras baixas e duas apenas nas serras que limitam a região com a Venezuela.
Existem gêneros tipicamente amazônicos onde quase todas ou todas as espécies ocorrem na Amazônia. Entre estes, alguns dos mais característicos e ornamentais são Acacallis, Batemania, Caularthon, Coryanthes, Galeandra, Paphinia, Peristeria e Zygosepalum. Encontram-se espécies de Encyclia, Epidendrum e Oncidium entre outros que são tipicamente amazônicas embora a maior concentração delas seja no região Sudeste.
Tão ampla região apresenta, entretanto, tamanha diversidade de habitats que foram assim divididos no livro:
As matas de terra firme mais conhecida florestas ombrófilas densas que ocupam a maior parte da Bacia Amazônica. É o que apresenta o menor número de espécies e de indivíduos de orquídeas. Nesse habitat ocorrem a Paphinia cristata e grandiflora (um das mais ornamentais espécies cujas flores chegam a ter mais 8cm de diâmetro), Batemania colleyi, Cattleya luteola, Cattleya violacea, pequenas espécies de Maxillaria, Scaphyglottis amazonica, espécies de Trigonidium, Trichocentrum albo-coccineum, Mormodes hirsutissimum, Catasetum barbatum, rondonense, gnomus e a Cattleya luteola, entre outras.
As campinas da Amazônia Central que são matas de terra firme que se distinguem da floresta ombrófila pelo tipo de solo. A flora orquidológica atinge seu auge em variedade e quantidade de indivíduos neste tipo vegetacional. A Cattleya eldorado é extremamente abundante nestas campinas. Anacheilium fragrans, Brassavola martiana, Catasetum discolor, Cattleya eldorado, Caularthron bicornutum, Encyclia mapuerae, Epidendrum huebneri, paniculatum, nocturnum, Maxillaria amazonica, Rodriguezia lanceolata, Scuticaria stellii, ocorrem nesta região além de numerosas outras espécies de Dichaea, Encyclia, Epidendrum, Maxillaria, Octomeria, Ornithidium, Pleurothallis e Stelis.
Nos igarapés, igapós e várzeas que são ambientes sob influência aquática direta, encontra-se Acacallis cyanea, Bifrenaria longicornis, Brassavola martiana, Catasetum saccatum, juruenense, rolfeanum, tigrinum, barbatum, rivularium, Cattleya violacea, Caularthron bicornutum, Clowesia amazonica, Coryanthes maculata, Galeandra devoniana, Psygmorhcis pusilla, Zygosepalum labiosum, lindeniae, espécies de Galeandra, Ondicium cebolleta, lanceanum, Schomburgkia crispa, espécies de Gongora, Coryanthes, Mormodes, Ionopsis, e muitas outras.
As regiões limítrofes da Amazônia formam habitats muitos diversos assim divididos: As serras do norte do Brasil, regiões sobre leito pedregoso, afloramentos rochosos e Chapada dos Parecis. Francisco Miranda considera que, no total, é onde existe a maior variedade de espécies descobertas e a descobrir. Nestas regiões ocorrem espécies de Catasetum, Encyclia, Galeandra, Habenaria, Maxillaria, Mormodes, Sobralia, Vanilla Pleurothallis e gêneros afins como Octomeria, Stelis. Entre as muitas espécies abordadas no livro, pode-se citar Acineta alticola Catasetum ariquemense, bicallosum, stenoglossum, denticulatum, semicirculatum, osculatum (mais conhecido como saccatum), pileatum, lanceatum, Cattleya lawrenceana (regiões serranas no limite do norte), Cattleya violacea, Chaubardia klugii, Cycnoches haagii, Galeandra stangeana, Lockhartia ludibunda, Macradenia multiflora, Mormodes densiflorum, elegans, hoehnei, Lycaste macrophylla, macrobulbon, Maxillaria auyantepuyiensis, unguiculata, Mormodes densiflorum, elegans, Pleurothallis grobyi, Sobralia rondonii, Nestas regiões pode até se encontrar Cyrtopodim andersonni embora sejam raros.
A área da Hidroelétrica de Tucuruí, no Pará. Grande parte desses ambientes acabou submersa e neste caso o livro fica como um testemunho mas há uma parte que não está totalmente submersa. Seus habitats foram divididos em matas de terra firme, matas ciliares, campinas. Diversos gêneros estão lá representados: Anacheilium, Aspasia, Brassavola, Bulbophyllum, Campylocentrum, Catasetum, Cattleya, Encyclia, Epidendrum, Ionopsis, Notylia, Oncidium, Ornithocephalus, Pleurothallis, Polystachya, Psygmorchis, Rodriguezia, Schomburgkia, Sobralia, Satnhopea, Stelis