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Todas as fotos foram feitas e/ou enviadas para nós por Lou Menezes

Lou, recentemente foi lançado o seu tão esperado trabalho no formato de CD: "Gênero Cyrtopodium, Espécies Brasileiras". Você poderia nos falar sobre a pesquisa feita, tempo gasto, os habitats visitados, as espécies que você descobriu, enfim, contar um pouco da história deste levantamento?

Eu sofri e apanhei muito desenvolvendo aquele trabalho. De saída, posso lhe dizer que até o presente o momento, foi gasto um período de 6 anos e só consegui realizar este trabalho por morar em Brasília. Se eu morasse no litoral, não seria possível porque o centro de irradiação geográfica das espécies é no Planalto Central Brasileiro. Como eu iria encontrar isto se eu morasse no litoral? Primeiro, porque lá não se consegue cultivar a maior parte das espécies de Cyrtopodium, inclusive tenho notícias de várias tentativas frustadas de cultivadores que levam espécies do Brasil central para o litoral e as plantas apodrecem. Além disto, existe um grande número de espécies que não aparece na superfície, a não ser quando estão em desenvolvimento vegetativo e florífero, no repouso elas estão escondidas, praticamente subterrâneas. Como eu estava desenvolvendo este trabalho e ao mesmo tempo fazendo o levantamento das orquídeas do Planalto, todos os dias eu ia para o cerrado e tive assim a oportunidade de acompanhar todo o ciclo vegetativo destas espécies. Se fosse um habitat distante, isto não seria possível.
Pouco a pouco, eu fui realizando o trabalho, mas à medida que eu encontrava Cyrtopodium ficava no ar a correta identificação. O Hoehne tem um trabalho muito interessante e era, para mim, a única, a verdadeira fonte. Por exemplo, para os orquidófilos, todos os amarelos são considerados andersonnii, mas acabei verificando que não é bem assim. Esta espécie que é dita como ocorrendo no Rio, nem lá ocorre até por uma questão de lógica. Uma planta descoberta na areia, na América Central, de repente, estava lá no alto de Terezópolis, do Cristo e em outros lugares na pedra. Era uma coisa sem propósito.






Cultivo de Cyrtopodium no IBAMA Foi uma luta grande mas, em contrapartida, as facilidades de cultivo em Brasília são enormes porque o Cyrtopodium, em sua maioria, é justamente originário de área seca, com baixa umidade e do cerrado. Aos poucos, fui montando um acervo e, morando aqui, pude fazer um cultivo do lado de fora do orquidário do IBAMA como se eles se encontrassem na própria natureza, sem problemas, com boas florações. Cultivo de Cyrtopodium no IBAMA

Tenho, inclusive, plantas de 6 anos em excelente estado de cultivo.
Recentemente quando acreditava que todo trabalho de Cyrtopodium tivesse acabado, encontrei uma nova espécie na serra do Cipó que não está ainda descrita mas está fotografada e o trabalho deve sair nos próximos meses nas revistas especializadas.

Você acha que ainda há alguma espécie de Cyrtopodium para se descobrir? Quantas espécies ocorrem no Brasil?

Acho que se ainda existir alguma Cyrtopodium é coisa pouca pois foram 6 anos de exaustiva pesquisa. Só em Brasília e áreas circunvizinhas são 18 espécies e 32 para o Brasil.

Quais são as espécies que ocorrem no estado do Rio de Janeiro?

No Rio de Janeiro ocorre o cardiochilum, no alto de Terezópolis e o outro amarelo que ocorre é o paranaense nas encostas de pedra e na areia. Tem as pranchas, tudo confrontando.
Muita gente pensa que é o andersonii mas não é. O Cyrtopodium paranaense ocorre até o Rio Grande do Sul, vem do Ceará, da Paraíba, vem descendo pelo litoral, uma faixa na área e alguns nas encostas de pedra. É interessante. Existem outros no litoral. Por exemplo, no nordeste eu descrevi 2 novos, acho que no total descrevi seis ou sete novos, nem tenho idéia de quantos, mas está tudo registrado. Esta espécie nova que citei anteriormente não consta do CD mas vai estar no livro. Ele vai ter também detalhes interessantes das minhas andanças pelo Brasil. Por exemplo, sempre encontro cultivadores que gostam de orquídeas mas não tem noção de identificação de espécie ou de gênero, por isto sempre carrego as fotos na bolsa para mostrar e perguntar se existe aquela planta no local. Assim, mesmo não conhecendo pelo nome correto, pois em cada região do Brasil o Cyrtopodium recebe um nome popular como por exemplo "rabo de tatu" ou "sumaré", a localização da ocorrência torna-se possível por causa das fotos.
Numa destas áreas pesquisadas, eu mostrei uma destas fotos a um senhor humilde que tinha algumas orquídeas, uma paixão enorme por elas e, o mais interessante, tinha um olho aguçado. Ele prontamente disse que achava interessante pois havia muito por lá mas que a flor não saiu daquela maneira, da base do pseudobulbo, e sim da ponta dele. Eu respondi que não podia ser pois uma das características botânicas deste gênero é a inflorescência basal, ela sai da base do pseudobulbo e sobe. Ele insistiu que saía da ponta e eu fiquei achando que ele estava confundindo com outro gênero de orquídea. Qual não foi minha surpresa quando, no ano seguinte, eu encontrei por duas vezes, na Paraíba, no litoral, exatamente aquela mesma ocorrência. O Cyrtopodium paranaense florindo a partir da ponta do pseudobulbo. Isto está muito bem fotografado, muito bem registrado. Vai ser uma página do livro, mostrando que isto, evidentemente, deve ser um problema de instabilidade genética, porque se a inflorescência é sempre basal e, de repente, ela sai na ponta, é, digamos assim, uma aberração genética. É interessante dedicar uma página inteira do livro para mostrar esta fantástica ocorrência pois nunca vi nenhuma referência, em nenhum lugar sobre ela.
Em razão disto tudo, o Cyrtopodium é um trabalho pelo qual eu tenho muito carinho, foi uma luta a longo prazo. Até me familiarizar e identificar todas as espécies, eu cometi erros. Cyrt. vernum Tive que refazer publicações porque havia erros na identificação da variedade. Por exemplo, eu tinha descrito uma variedade para Cyrtopodium vernum erradamente, era uma variedade de outra espécie porque as informações estavam trocadas. Mesmo as pessoas que entendiam um pouquinho mais de Cyrtopodium confundiam, às vezes, as duas espécies. No começo andei seguindo algumas indicações de alguns orquidófilos esclarecidos e me dei mal. A partir daí eu fiquei extremamente cautelosa. Não quis mais saber de nada, só acreditei em mim e nas fontes bibliográficas, assim mesmo algumas eram incorretas.
Cyrtopodium hatschbachii Vou dar um exemplo, Hoehne cita o Cyrtopodium bradei sem dizer onde foi descrito e nem onde o material foi depositado. Eu fiquei enlouquecida com este Cyrtopodium e me perguntava onde poderia estar a descrição original. Depois de uma luta titânica, eu descobri. Aquele nome tinha sido dado mas não tinha sido registrado e que na verdade, anos depois, Pabst descreveu o Cyrtopodium bradei, sem saber que se tratava dele, como Cyrtopodium hatschbachii. Eu, casualmente, o encontrei perto de Brasília, numa área alagada. Foi uma felicidade enorme mas levou muitos anos para isto acontecer.
Quando em botânica ocorre um fato destes, ou seja, um nome que está simplesmente registrado mas que não teve diagnose latina e nem depósito de material botânico, passa a ser o que em latim se chama "nomem nudum" ou seja não é válido. Assim o Cyrtopodium bradei passa a ser no meu trabalho e corretamente "nomem nudum" pois realmente é o mesmo Cyrtopodium hatschbachii.
Houve ainda um erro mais engraçado. Pabst descreveu outro Cyrtopodium como edmondoi e que, na verdade, é o aliciae, que ele não conhecia. Neste caso, o nome que ele deu cai para a condição de sinonímia, porque não se pode apagar uma coisa que está descrita, mesmo que não esteja correta, prevalecendo a primeira descrição. Não sei como ele não viu isto porque já é muito antigo, tem até a prancha na Lindenia. Foi outra coisa que quase me enlouqueceu também pois eu procurava e não encontrava. O registo dizia Recife e Buenos Aires. Pensa bem que loucura. É Chapada da Diamantina, na Bahia. Cyrt. aliciaeA minha sorte é que eu viajo muito e tenho, em cada ponto, pessoas ligadas ao meu trabalho e eu pedia para ficarem de olho em Cyrtopodium. Um dia, uma amiga de Vitória da Conquista, na Bahia, me ligou dizendo que achava que havia encontrado o Cyrtopodium florindo em Rio de Pontas, na Chapada de Diamantina e que, pela foto, parecia ser o aliciae. No dia seguinte eu peguei um avião, fui para lá e pude constatar que era ele realmente. Uma felicidade enorme porque eu levei anos procurando e finalmente tinha encontrado. Foi fantástico. Ele estava lá na Bahia, lindíssimo. Exatamente, perfeitamente igual à prancha da Lindenia. Como são importantes estas pranchas.
Estas foram algumas passagens curiosas e difíceis.

Depois do CD "Gênero Cyrtopodium, espécies brasileiras", qual é o próximo trabalho a ser publicado?

Serão dois trabalhos. Além da publicação do "Gênero Cyrtopodium, espécies brasileiras", será publicado também o "Orquídeas do Planalto", que está praticamente pronto. É um livro que vai ter prefácio de Lúcio Costa e eu gostaria de publicá-lo ainda este ano. A boneca com texto está toda pronta e tem aproximadamente 200 fotografias.
Muitos orquidófilos me falavam que eles gostavam muito de meus livros mas que eles eram quase sempre monografias. Eles queriam uma coisa mais geral pois às vezes queriam identificar as espécies desconhecidas para eles. Então eu fiz quase um álbum de orquídeas de planalto. Ele não tem tantos textos, a espinha dorsal é um estudo completo sobre Phragmipedium vittatum, aquele sapatinho do Planalto Central, que nunca havia sido feito.
Para não tornar o livro gigantesco, com um mundo de ilustrações, resolvi aplicar uma alternativa, digamos assim, para viabilizar o livro como álbum. Eu considerei todas as espécies que ocorrem nos habitats e nas circunvizinhanças da ocorrência do Phragmipedium vittatum como as espécies a ele associadas, no Brasil Central. E aí foi fácil. Eu estruturei assim: plantas de hábito paludícola ocorrendo e florindo junto com o Phragmipedium vittatum, plantas de hábito paludícola ocorrendo junto com ele mas cuja floração não coincide, plantas de hábito terrestre, já não são paludícolas, ocorrendo em volta do habitat, plantas de hábito epifítico ocorrendo nas matas em volta, plantas de hábito rupícola e plantas terrestres de interior de mata e assim por diante. Foi este o gancho para viabilizar e, na verdade, eu abrangi tudo.
Para os interessados em identificar as espécies vai ser ótimo e, talvez, o trabalho teórico sobre o Phragmipedium vittatum nem seja muito consultado mas estará lá para os mais interessados. Eu levei a boneca do livro para um simpósio em Assis e despertou muito atenção. Evidentemente, acho que no Brasil Central, assim como em lugar nenhum, não é possível se fazer um trabalho completo, mas de cerca de 220 espécies do Planalto Central, eu identifiquei quase 180, com 200 e poucas fotos.
As dificuldades são muitas. Por exemplo, temos a Habenaria que é um gênero extremamente difícil, com muitas espécies, com flores do tamanho de cabeças de alfinete, microscópicas. É de enlouquecer qualquer um. Já vi botânico muito empenhado em fazer um mestrado sobre ele e que abandonou a idéia. Precisaria existir alguém no Brasil só dedicado a estudar Habenaria, como o Dr. Greenwood no Canadá, que passou trinta anos só estudando o gênero Govenia.
Também estou iniciando um trabalho sobre o gênero Sobralia no Brasil, tão esquecido quanto foi o Cyrtopodium.
Nas minhas pesquisas, já tirei uma grande dúvida sobre a ocorrência de Sobralia sessilis no Planalto Central. Eu a encontrei em Pirinópolis, Goiás. Na verdade, ela tem ampla distribuição geográfica, desde a Amazônia até o sul. O Brasil possui 16 espécies e algumas variedades. O que precisa ser feito é a identificação correta. Estou passando pelo mesmo problema, ou até pior, que passei com o Cyrtopodium.

Você, assim como outros pesquisadores, tem contribuído bastante para aumentar o número de publicações sobre orquídeas no Brasil mas mesmo assim ainda é pequeno o número de publicações. O que você acha que poderia ser feito neste sentido?

No Brasil, há muita pouca coisa de publicação sobre orquídeas e eu acho que Rio e São Paulo deveriam se unir e ter uma revista nacional de peso. O Oscar Sachs já propôs isto e eu tenho discutido muito isto com ele e ele é uma pessoa que pode prestar uma inestimável colaboração.

Em suas pesquisas de campo, você deve ter algumas descobertas interessantes para contar, como esta da inflorescência apical ao invés de basal.

Graças a este tipo de trabalho, já fiz outras descobertas bem interessantes. Este trabalho me permite esclarecer dúvidas sobre a correta identificação de uma determinada planta. Por exemplo, havia uma dúvida muito grande entre Laeliocattleya albanenses e uma Cattleya descrita por Pabst como silvana. Esta Cattleya silvana era um ponto de interrogação. Há alguns anos atrás, viajando com uns americanos pelo sul da Bahia , nós encontramos Laelia grandis e Cattelya warneri floridas no mesmo habitat e a Laeliocattleya albanenses é um híbrido descrito no passado entre Laelia grandis e Cattleya warneri e a Cattleya silvana tem a mesma cara. Fiz o cruzamento no mato e trouxe a planta cruzada para o IBAMA e quando formou-se a cápsula eu mandei para o Jorge Verboonem (Orquidário Binot). As plantas floriram desde o ano passado e são iguaizinhas à Cattleya silvana. Então estou fazendo os últimos exames para um trabalho, ou seja, a Cattleya silvana é igual a Laeliocattleya albanense.
Existe um outro dado muito interessante. Como é sabido, a Cattleya tem 4 políneas, a Laelia tem 8 e chegou-se à conclusão que a Laeliocattlea teria 6 políneas. Acontece que na Cattleya silvana só aparecem 4 políneas. Vamos aguardar os estudos que estão sendo feitos sobre isto. Qual seria a razão? Estariam as duas outras camufladas, de algum modo?
São trabalhos gratificantes a longo prazo porque orquídea é uma coisa a longo prazo. Passaram-se 5 anos, foi a última viagem do Fowlie e do Duveen. Os dois morreram dois ou três anos depois e não viram esta reprodução.
Existem polêmicas em torno da ocorrência ou não de certas espécies, como é o caso de Schomburgkia crispa e Schomburgkia gloriosa. Em minhas pesquisas de campo para o livro "Orquídeas do Planalto", eu encontrei Schomburgkia crispa no Planalto Central. Para falar a verdade, encontrei da Amazônia ao Rio Grande do Sul, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. Como há o trabalho de Pabst dizendo que ela não ocorreria no Brasil, que a nossa conhecida Schomburgkia crispa seria, na verdade, a Schomburgkia gloriosa. Eu fiquei intrigada com aquela história. Então eu pensava, como que não é a Schomburgkia crispa? Eu decidi pesquisar. Como há também o trabalho de Carl L. Whitner, que endossa esta teoria num capítulo inteiro de um de seus livros e com quem eu mantenho um intercâmbio de informações, eu enviei um fax para ele dizendo que gostaria de ter umas informações porque eu estava sem entender algumas coisas. Ele então mandou o diagrama floral e eu pude ver os esquemas para poder fazer a identificação. Segundo Pabst, Dunsterville e Garay estavam certos, porque os lóbulos laterais de Schomburgkia gloriosa começam junto ao ápice do labelo, ele se confunde com o lóbulo médio lá na ponta. Ao passo que na Schomburgkia crispa começa do meio do labelo, ele se destaca no meio.
Foi fácil para mim verificar isto. Em todas as Schomburgkia que eu coletei, abri, e qual não foi minha surpresa ao constatar que nenhuma delas começava do ápice. Todas elas eram exatamente iguais ao diagrama original que o Dr. Carl L. Withner me enviou. Fiz todas as tomadas fotográficas possíveis, mandei para ele as fotos e ele lamentou que eu tivesse feito apenas depois de ter saído o livro dele, pois ele corroborou com que o Pabst concluiu. Ou seja, que não existia Schomburgkia crispa no Brasil. Vale ressaltar que embora eu não tenha tido acesso ao material examinado por Pabst , nem tão pouco saiba se este material foi ou não depositado em herbário, pois disto não há registro na publicação de Bradea, parece evidente que as duas espécies em questão ocorram no Brasil. Se ele, com a seriedade dos trabalhos dele, identificou a Schomburgkia gloriosa, ela existe. Só que eu não encontrei.
Agora, estou descrevendo dois híbridos naturais interessantíssimos.
Um do litoral, que foi encontrado por Esdras Porto, em áreas alagadas. É um híbrido Schomburgkia crispa com Cattleya harrisoniae. O outro foi encontrado por Félix Linhares, na gruta da Lapinha, em Sete Lagoas, Minas Gerais, e é o resultado do cruzamento de Schomburgkia crispa com Cattleya walkeriana. Este trabalho deve sair agora dentro de alguns dias.
O trabalho de campo favorece muito estas descobertas pois alguns gêneros e espécies de orquídeas são extremamente difíceis de serem estudados e corretamente identificados somente através de depósito em herbário, como a Govenia por exemplo.
Eu, particularmente, não gosto de trabalhar com material morto, prefiro material vivo. É aqui que está meu ensinamento: nas matas, no cerrado, nas florestas, no dia a dia, no contato com a natureza.
Eu mantenho correspondência com especialistas de diversos gêneros, como o Dr. Greenwood, no Canadá, que passou 30 anos de sua vida estudando Govenia. Eu solucionei um problema de uma ocorrência aqui no Brasil, que é a Govenia gardnerii, mas que Pabst identificou como utriculata, que não tem nada a ver.

Foi bom você falar nisto, Sérgio fotografou uma Govenia em Itatiaia, a 1.100m de altitude e nós ficamos na dúvida se tratava de gardneri, como encontrado no Hoehne ou utriculata como identificada por Pabst, então não se trata de sinonimia?

A utriculata não ocorre no Brasil, ocorre na Venezuela. É outra coisa, não tem nada a ver com a gardneri. O Pabst renomeou como utriculata, mas eu solucionei este problema, fotografei, estudei a planta e o Dr. Greenwood me confirmou que se trata de Govenia gardneri.