Segundo
dados pesquisados por Maria da Penha Fagnani, provavelmente ela foi introduzida
pelo cultivo e se tornou uma espécie natural, sendo nativa da América
Central embora apareça, na literatura especializada, como ocorrendo também
nos estados de Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso e Pará.
Floresce em maio.
A presença da Vanilla chamissonis Klotzsch também foi comprovada
para a região ocorrendo também nos estados da Bahia, Distrito
Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco,
Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Ambas ocorrem nas duas faixas de terreno arenoso (restinga interna e externa).
A
diversidade dos habitats de orquídeas em nosso País é algo
surpreendente. As orquídeas ocorrem na Mata Atlântica, nas regiões
montanhosas em geral, na Floresta Amazônica, nos cerrados, nos afloramentos
rochosos e nas restingas.
Ficamos ainda mais surpresos quando percebemos os diferentes gêneros que
ocorrem nestas formações e a sua difícil sobrevivência
(não só da família Orchidaceae, mas da flora e da fauna
em geral) em razão de coletas indiscriminadas e das agressões
sofridas decorrentes da ocupação destas áreas, embora muitas
delas estejam sob a tutela do Governo, classificadas como área de proteção.
Nas
fotos tiradas por Sylvio Rodrigues Pereira, na Restinga de Massambamba, em dezembro
l994 e em abril de 2000, verificamos que, apesar de todo tipo de adversidade,
as orquídeas continuam lá com sua riqueza de coloração,
com sua capacidade de adaptação para sobreviver num ambiente hostil:
A
Restinga de Massabamba, como qualquer restinga, não sendo uma área
homogênea, em função da diversidade da topografia e das
condições ambientais, apresenta três tipos diferentes de
solo. Como conseqüência, há também uma diversidade
de ocorrência de espécies em cada uma destas formações.
A restinga apresenta dois cordões arenosos (um interno- próximo
á lagoa, mais rico em orquídeas e outro externo - próximo
ao mar) onde não há retenção de umidade e uma área
de brejo coberta por matéria orgânica espessa onde vegeta a Bletia
catenulata Ruiz & Pavón.
Este tipo de solo é tão especificado (uma espécie de turfa)
que faz com que o cultivo desta espécie seja de sobremaneira difícil
fora de seu habitat.
Tudo
indica que, em nosso estado, esta orquídea só ocorre nesta região,
mas está presente em outros estados do País, como Goiás,
Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, São Paulo
e Tocantins, na maioria das vezes em região de cerrado, em altitudes
que vão de 500 a 1.000m, em área sujeita a incêndios anuais,
com período de seca e frio indo de maio a setembro, portanto um habitat
bem diferente do encontrado na restinga. A planta tipo apresenta suas flores
na cor púrpura (lilás escuro).
Em São Vicente, no estado de Mato Grosso, Lou Menezes constatou a ocorrência
de uma belíssima variedade coerulea.
A Bletia catenulata floresce no verão.
É
o caso, entre outras, da Brassavola tuberculata
Hook (ou Brassavola perrinii Lindl.), ora vegetando como terrestre, ora
como epífita;
da
Cattleya guttata Lindl. ocorrendo como terrestre,
apresentando folhas como as da Cattleya intermedia Graham, escondendo
suas raízes e se torcendo para jogar sua haste em busca de muita luminosidade
ou vegetando como epífita em pequenas árvores, em vegetação
densa, bem protegida do sol direto;
do
Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. que
também está presente em diversos estados (Bahia, Minas Gerais,
Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo
e provavelmente também em outros não citados);
do
Oncidium ciliatum
Lindl, presente em quase todos os estados costeiros desde Alagoas e também
Minas Gerais;
voltar
e
do Epidendrum x ormindoi Miranda, com sua variedade de coloração.
A
Habenaria, um dos gêneros mais abundantes
do País (cerca de 170 espécies, num total de mais de 800, ocorrendo
em todas as regiões tropicais e subtropicais do globo) é uma planta
terrestre que vegeta bem em terra barrenta e até mesmo diretamente no
brejo.
e
a Habenaria repens Nutt.
(Habenaria taubertiana Cogn.),
que floresce em julho.
Ambas
ocorrem também na Mata Atlântica.
Em cultivo, algumas espécies devem ser colocadas em vasos com um pouco
de barro com humus. Outras, em detrito vegetais.
Na
Restinga, ocorrem duas espécies: Habenaria parviflora Lindl.,
florescendo na primavera e no verão
O
Campylocentrum é o único gênero
brasileiro "monopodial" (crescimento apical) onde ocorrem cerca de
32 espécies, sendo duas na Restinga de Massambaba: o Campylocentrum
selowii Rolfe e o Campylocentrum robustum Cogn.
O Campylocentrrum robustum Cogn. ocorre também no Distrito Federal,
Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná
e São Paulo e floresce na primavera e o Campylocentrum sellowii
(Rchb. f.) Rolfe , ocorre em Alagoas, Mato Grosso Sul, Paraná, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e São Paulo e floresce no verão.
Esta espécie ocorre em habitats bem diversos, a 1.000m de altitude, e
também em área de brejo.
Ambos ocorrem também na Mata Atlântica.
O
gênero Epidendrum está representado
por duas espécies:
(Epidendrum denticulatum Barb. Rodr.
e
o Epidendrum orchidiflorum (Salzm.) Lindl. (Epidendrum huebneri
Schltr.)
e
um híbrido natural: (Epidendrum x ormindoi Miranda),
todos ocorrendo no cordão arenoso interno.
Prescottia,
outro gênero terrestre, com cerca de 17 espécies ocorrendo no País,
tem aparentemente apenas uma única espécie na região,
a Prescottia oligantha (Sw.) Lindl. (ou Prescottia micrantha Lindl.)
Esta espécie ocorre também nos estados de Espírito Santo,
Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e São Paulo.
Das
três espécies de Vanilla consideradas
mais importantes para aromatização de alimentos (V. planifolia
Andr. , V. aromatica Sw. e V. trigonocarpa Hoehne) a única
encontrada é a Vanilla planifolia Andr.
Encyclia
oncidioides (Lindl) Schltr, única espécie do gênero
encontrada no local, floresce no verão e no outono. Ocorre também
nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal,
Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Pernambuco,
Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo,
em floresta tropical úmida e na Mata Atlântica.
Oncidium
ciliatum Lindl. floresce em dezembro e ocorre também em habitat
completamente diverso, como as regiões montanhosas.
Ele ocorre também nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito
Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São
Paulo.
Em cultivo, dê preferência a cultivá-lo em placas de xaxim,
em ambiente úmido, clima quente ou temperado, com luz indireta.
No
passado, a Brassavola tuberculata Hook. e a Brassavola perrini
Lindl. foram consideradas como espécies diferentes, mas, hoje em dia,
se considera Brassavola perrinii Lindl. como sinonímia e Brassavola
tuberculata Hook. como o nome válido.
No entanto, alguns pesquisadores continuam considerando-as como espécies
diferentes.
Na restinga, vegeta como epífita ou como terrestre, onde floresce em
abril.
O
Catasetum discolor Lindl, o Cyrtopodium pollyphylum (Vell.) Pabst
ex Fábio Barros e
o Epidendrum denticulatum foram abordados no Orchid
News n° 13.
Duas
espécies de Cattleya bifoliada ocorrem na região, Cattleya
intermedia Graham e Cattleya guttata Lindl.
Cattleya intermedia Graham ocorre também em regiões mais
frias e em habitats bem diversos. Hoje em dia existem pesquisadores que consideram
a hipótese de que a espécie que ocorre na restinga seja uma
espécie diferente daquela encontrada nos estados do Sul.
Considerando
tratar-se de uma mesma espécie, ela ocorre nos estados do Paraná,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Planta de fácil cultivo, pode ser cultivada em árvores vivas,
troncos, vasos com xaxim desfibrado ou palito de xaxim, casca de árvores,
em ambiente de alta luminosidade.
A Cattleya guttata Lindl. floresce no princípio do outono na
restinga, mas em alguns lugares, floresce no inverno.
Normalmente, apresenta pétalas e sépalas verdes com pintas escuras
marrom-avermelhadas.
Nesta restinga, apresenta coloração rósea ou vinácea.
Ocorre também nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo,
Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
e São Paulo.
Eletroplectris
triloba (Lindl) Pabst, planta terrestre, ocorre no interior das moitas
e floresce em junho.
A literatura indica ocorrência no estado de São Paulo e talvez
no estado do Espírito Santo.