Apolônia Grade, 43 anos, nasceu em Cascavel-PR, mas reside em Alta Floresta, no extremo norte de Mato Grosso (cidade distante 800km de Cuiabá), desde a sua a fundação, em 1977.
Sua família é pioneira na colonização do norte matogrossense.
É bancária aposentada (por ter desenvolvido LER/DORT no exercício de sua profissão, ficou com redução de movimentos no braço direito) e se dedica ao cultivo de orquídeas há 15 anos.
Bióloga e Educadora Ambiental, é ativa atuante na conservação da fauna e flora da região, principalmente através de uma inserção pacífica do homem no meio-ambiente, preservando a condição humana e respeitando o espaço e a natureza.

Comecei a cultivar orquídeas há 15 anos. Minha filha era bebê e a babá dela deu-me para cuidar de uma planta. Quando floriu, chamei minha amiga para ver. Era uma Cattleya forbesii. Tinha sido roubada exatamente desta amiga que veio vê-la! rsrs.
Me encantei com catasetuns. Minhas primeiras plantas já estavam formando um "embrião" de coleção, quando foi limpo o terreno baldio, que era matagal, e ficava atrás de minha casa. Um bando de ratazanas esfomeadas, em poucos dias, devorou minhas catasetíneas todas!!!
Fizemos uma imensa caçada: entre vasos, embaixo das bancadas, em buracos e tocas sob o muro, 54 ratazanas!!!

Cattleya forbesii

Mata de floresta amazônica
Fui ganhando umas plantas aqui, outras ali... pescava muito com meu marido pelos rios da região e sempre voltava com mais um exemplar. Meu quintal ficou pequeno. Não havia espaço para crianças brincarem e orquídeas crescerem. Mudamos para a chácara, aqui temos 24.000m2 de área, com um terço em mata virgem - floresta amazônica mesmo. E nos fundos, um lago que contorna. Espaço maravilhoso.
O primeiro orquidário construído aqui, 10 x 5m, "deu pro gasto" uns três anos, mas construído muito perto da floresta, ficou sombreado em excesso. Hoje é bromeliário.
Longe de qualquer círculo orquidófilo, o orquidário comercial mais próximo em Campo Grande, fica a quase dois mil km, muitas vezes exerci o papel de "matadora de orquídeas" ao invés de colecionadora.
Por falta de experiência mesmo.
Buscando aprimorar-me, fiz vestibular.
Com dois filhos pequenos, trabalhando fora e fui estudar à noite. BIOLOGIA na Unemat. Muitas vezes assistia aula com o menor dormindo no carrinho de bebê ao lado, a maior sentadinha em seu colchonete desenhando.
No final do curso, eram três biólogos em casa: o marido que fazia trabalhos, pesquisas, ia junto às aulas de campo, e os filhos que assistiam aula comigo.
Mas eu me formei MONÓLOGA, ou seja, bióloga de um tema só: orquídeas.
Os cuidados e o respeito com a natureza, que sempre tivemos, logo começaram a ser correspondidos pela fauna da região: cutias comem e brincam no quintal, jacarés tomam sol na margem, capivaras pastam e devoram orquídeas, macacos roubam na mesa as frutas do café da manhã...
Capivara - admirando as flores
ou fazendo pose?
Ninho de Bem-te-vi no
caixilho de catasetum
O Galo-de-Campina está sempre por perto

O encanto com catasetuns cresceu e o novo viveiro de orquídeas recebeu nome próprio: catasetário.
São plantas muito abundantes na região, crescem vigorosas em palmeiras nas pastagens. Acabam virando ração de vacas.
E nossos orquidófilos chamam-nas de "parasitas" e ainda de "carnívoras", devido às flores masculinas dispararem as políneas ao serem tocadas.

Ctsm juruenense

Ctsm fimbriatum

Ctsm appendiculatum

Ctsm albovirens

Catasetum schmidtianum

Ctsm galeritum

Ctsm
(apendiculatum x João Stivalli)


Ctsm osculatum

Ctsm confusum

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